sexta-feira, 25 de julho de 2014

RICARDO BOCÃO

TALVEZ?
O mais influente e importante surfista brasileiro

Ricardo Baerlein dos Santos Lima será um dos ÍCONES do livro: A GRANDE HISTÓRIA DO SURF BRASILEIRO. Selecionei surfistas que terão um perfil de 8 páginas apresentado na obra prevista para ser lançada no ano que vem.
Nesta postagem do BLOG – HISTÓRIAS DO SURF vou publicar parte da entrevista que fiz com ele em maio do ano passado, ocasião em que fui visitá-lo na sede do Canal WooHoo, em São Cristóvão, no RJ.

ABERTURA DE MATÉRIA NA REVISTA BRASIL SURF (SEGUNDA METADE DOS ANOS 70)
BOCÃO EM PLENA FORMA, QUE MANTEVE COM UMA LONGEVIDADE INVEJÁVEL.

RICARDO BOCÃO, SURFISTA E EMPRESÁRIO
ESTA IMAGEM RECORTEI DO SITE DO CANAL WOOHOO NA INTERNET

Ricardo é um dos surfistas que mais respeito e admiro, entre todos do mundo. Suas atitudes sempre foram positivas com relação ao surf e principalmente visando a evolução do surf brasileiro. Sua notoriedade como surfista veio por sua coragem ao lidar com ondas grandes. Foi o primeiro brasileiro a aparecer na lista do Quiksilver – In Memory of Eddie Aikau.
Bocão estampa duas capas nas mais tradicionais revistas de surf do país, ambas em Waimea Bay, no início dos anos 90.




Ricardo nasceu em 17 de outubro de 1954, tenho uma coincidência com ele. Ambos começamos a surfar no mesmo feriado (com uma prancha “nossa”) na Páscoa de 1969. Eu na praia de Pitangueiras no Guarujá, ele em Copacabana, no Rio de Janeiro. Um ano e meio mais velho do que eu, sou de julho de 1956, para mim Bocão era um daqueles ídolos cariocas, os surfistas brasileiros que tínhamos como parâmetro aqui em São Paulo. Fora o que absorvíamos das preciosas revistas gringas. A Brasil Surf viria apenas em 1975.
Falei com ele pela primeira vez na temporada havaiana 1976\77, no canal de Sunset Beach. Ele já havia morado no Hawaii, era uma estrela da revista Brasil Surf, eu em minha primeira temporada. Vi a onda dele em que perdeu a prancha ao tentar passar uma fechadeira no Inside Sunset. Era a época antes da cordinha. A prancha veio na onda e foi jogada para o canal, remei em direção a ela e vim trazendo as duas. Entreguei para ele que disparou um “Thank you”, respondi que era brasileiro e fomos remando para o outside...
Ao longo dos anos, ambos trabalhando na imprensa do surf, viemos a nos encontrar e relacionar em diversas ocasiões. Minha admiração e respeito por ele só cresceu. Em suas atitudes, na forma de se comportar, em sua paixão (às vezes até ufanista) pelo surf brasileiro... Pelo que fez, não só nas ondas, mas também como empresário, empresário de atletas, como homem de mídia, como pai de família, presidente da Abrasp, como personalidade do surf brasileiro, um profundo conhecedor da história do esporte. Viveu tudo.


NO MEIO DOS ANOS 70, BOCÃO FAZIA PARTE DA EQUIPE MAGNO, UNIFORMIZADA NO CAMPEONATO DE UBATUBA. RECORTE DE FOTO DE ROGÉRIO EHRLICH

Bocão terá seu perfil ilustrado em meu livro, com as mais representativas imagens que pudermos garimpar e editar de sua carreira. Aqui trarei o início da entrevista exclusiva (não mais – podem copiar – citando a fonte) que fiz com ele.
A sua história no surf, seu início como surfista, reflete o de muitos outros que aderiram a este magnífico esporte e estilo de vida, ainda na década de 60. Mas Ricardo Bocão tem uma forma toda colorida de contar isto. Está aqui, sem cortes, editada direto de meu iPhone, de forma muito mais abrangente do que no livro. Em negrito tudo que ele relatou. Só quando eu fechar aspas é que ele para de contar... E este meu amigo fala. É só dar corda.

RIO DE JANEIRO – PRIMEIROS ANOS DE VIDA EM COPACABANA

“Em 1969 eu surfava com aquelas pranchinhas de isopor em Copacabana. Antes pegava de jacaré. Depois comecei a ir com meus amigos até o Arpoador pegar as ondas bem no rabinho. Íamos mais para Copacabana. Muito da minha experiência no mar, desde os nove anos foi com pé de pato, pegando jacaré de peito. De 10 aos 14 anos eu levei o bodysurf a sério. Entrava em mares cada vez maiores. Gostava disso. Minha mãe nem sabia das aventuras que eu passava.
De maneira instintiva comecei a procurar mares grandes. Meus amigos não entravam, mas eu ia. Dava altas ondas em Copacabana, antes do aterro. Eu com 13 para 14 anos lembro que eram poucos caras que entravam naqueles mares de ressaca pesada em Copacabana. Eu era o pivete da história.


BOCÃO EM ANÚNCIO DO FILME “NAS ONDAS DO SURF” PUBLICADO NA BRASIL SURF EM 1977 E LANÇADO EM 1978. AQUI ELE DROPA PIPELINE COM SUA PRANCHA LARANJA, SHAPE DE  TOM PARRISH, O MAIS CONCEITUADO SHAPER DO HAWAII NO MEIO DOS ANOS 70 (AO LADO DE DICK BREWER E LOPEZ).

(demorei 8 meses para convencer meu pai a comprar uma prancha)

Eu fui um dos últimos da minha geração a começar a surfar (não sei por que?). Betão, Marquinhos Berenguer, João Príncipe, Fedoca – todos da minha geração de 1954, eles ficaram meus amigos depois que comecei a surfar. O Betão eu via ele ficar pegando onda de pranchão em Copacabana, às vezes ficava olhando uma hora, mas tinha vergonha de ir pedir a prancha emprestado.
Algumas vezes eu estava olhando o pessoal surfando e quando alguém perdia a prancha eu ia correndo, entrava na água, virava ela de bico para o fundo e passava uma espuminha ou outra para entregar para o cara.
Eu achava a prancha um negócio interplanetário, só de encostar na prancha eu vibrava.

BOCÃO SEGURANDO UMA DE SUAS CRIAÇÕES EM 1983 NO HAWAII.
IMAGEM RETIRADA DE MATÉRIA NA REVISTA VISUAL.
FOTO DE PAUL COHEN – GORDINHO.
Um dia um cara, de tanto me ver ali na Figueiredo de Magalhães, falou assim: “Moleque, eu estou morrendo de fome. Eu vou ali em casa comer um negócio. Você quer ficar com a minha prancha enquanto eu vou lá e volto.” Eu nem acreditei! Quase chorei, era uma prancha daquelas importadas alucinante. Eu remei e fiquei pegando onda uma hora e pouco até ele voltar. Foi a primeira vez que eu surfei de verdade. Isso foi no meio de 1968, até lá eu só tinha ficado em pé umas poucas vezes em uma planonda, um isoporzinho.
Aí ferrou. Eu pensei comigo mesmo: “É isso!”.
Mas até eu convencer meu pai a me comprar uma prancha, mesmo ele sendo gente boa, até dispor do dinheiro, acreditar que era uma boa coisa, que não era perigoso, levou uns oito meses.

A FAMÍLIA
Meus avós eram ingleses e minha mãe falou que antes ainda houve descendência alemã. Meu bisavô por parte de mãe veio para o Brasil para construir a cúpula do Teatro de Manaus, aquela estrutura metálica famosa que abre e fecha. Eles vieram da Inglaterra. O pai do meu avô era um engenheiro especializado em obras metálicas, pontes com ferro. Algumas vezes antes ele veio trabalhar em obras da Light. Fez várias obras de infraestrutura para a Light com cobre, ferro, aço, todos os tipos de estruturas metálicas.
Santos Lima vem do meu pai, que era de Portugal. Meu pai tem um pedaço de português e um pedaço de índio brasileiro.
Minha mãe é claramente de linhagem inglesa, com português também, pois meu bisavô que veio fazer estas obras... Foi casado com uma portuguesa. Daí nasceu o meu avô: João Manoel da Cunha Baerlein. Meu avô era filho de um inglês com uma portuguesa e ele veio ao Brasil algumas vezes acompanhando o pai e acabou se apaixonando por uma brasileira.

BOCÃO E SUA NAMORADA DE LONGA DATA, LUCIANA, CASARAM E TIVERAM DOIS FILHOS: BRUCE E VITOR. FOTO DE ARQUIVO PESSOAL NO INÍCIO DOS ANOS 2000. COSTA RICA.
Em uma destas viagens meu avô recebeu a proposta de alguns amigos da minha avó para fazer casas na Urca. O meu bisavô disse que “De jeito nenhum, que não era engenheiro para fazer casas”; ele deserdou o filho, eles brigaram, meu avô acabou ficando no Brasil, com uma mão atrás e outra na frente. Meu bisavô voltou para a Inglaterra e eles só se falaram novamente no leito de morte.
Meu avô ficou aqui, começou a fazer estas casinhas, com o dinheiro destas começou a fazer outras casas na Urca, que era um bairro crescente e criou uma construtora que acabou sendo uma das maiores do Rio de Janeiro, antes das grandes incorporadoras. A Construtora Baerlein era grande, ao lado de outras como a Construtora Canadá. Meu avô fez o prédio do Ministério do Exército, na Av. Presidente Vargas, um edifício gigante. Vários edifícios em Copacabana e Ipanema, prédios com um apartamento por andar, nos tempos áureos... Foi ele que fez.
Meu avô ficou por aqui no Brasil e teve dois filhos, um homem e uma mulher – a minha mãe. O nome dela era todo em inglês, May Baerlein, apesar dela ter um pouco de sangue português, por causa da mãe dela. Já o Santos Lima vem por causa do meu pai, que também tem descendência portuguesa e um pouco de índio.

VIAJANDO E EVOLUINDO
Minha infância foi toda em Copacabana, nasci em 1954, cursei três colégios: Santo Inácio, Brasileiro de Almeida e São Fernando, fui prestar vestibular (para Medicina) apenas com 24 anos, porque fiquei morando no Hawaii. Antes fui para o Peru com 16 e 17 anos, fiquei 3 meses em cada viagem. Depois meu pai falou para eu terminar o colégio antes de ir para o Hawaii.
Acabei indo para o Hawaii para ficar um ano, mas fiquei um ano e meio, de 73 a 75 e quando eu voltei resolvi ficar em Saquarema e fiquei um ano e meio em Saquarema, até 1977. Foi depois disso que prestei vestibular, pois achei que estava devendo isso ao meu pai. Prestei em três faculdades, passei, mas cheguei para o meu pai e falei que a vida que eu queria era aquela! Eu estava fabricando pranchas, ganhando o meu dinheiro... Queria surfar e tentar ser surfista profissional. Meu pai sempre foi muito gente fina e me apoiou, mas desse dia em diante falou: “Então agora você está por conta própria”.
Desde os 16 anos eu já estava por conta própria, fabricando pranchas e viajando com meu dinheiro.

A PRIMEIRA PRANCHA
Comecei a surfar com prancha na Semana Santa de 1969 no Posto 5, eu tinha 14 anos. Foi uma coincidência, porque só tinham longboards no Rio, mas o Penho havia chegado com a primeira mini model em dezembro de 1968. Tinha um shaper lá no Rio chamado Dentinho (não era o Rico), que tinha feito duas tentativas de cópia dessa prancha do Penho. Ele vendeu para dois caras. Um dos que comprou era o Oscar, amigo do Marquinhos Berenguer, mas ele não se adaptou, sentiu a prancha muito instável e queria voltar para o pranchão e vender esta prancha dele. Eu nem sabia o que era mini model e o que era longboard. Eu escutei a explicação do Marcos, mas para mim uma prancha de surf... era uma prancha de surf. O que ele me falou não importava.
Era uma 7’1”, pin tail, com uma quilha fixa, vermelha no bottom e transparente em cima, o bico ainda tinha uma forma meio de longboard. Lembro que o Oscar me vendeu esta prancha por Cr$ 250,00. Fiquei quase um ano com essa prancha. Comecei a surfar em Copacabana, mas arrastei ela muito para o Arpoador.  Ela não cabia debaixo do meu braço, ou eu colocava ela na cabeça, ou ia arrastando pela areia. Da Figueiredo de Magalhães, do Posto 4, passando pelo 5, até o canto. Eu ia arrastando ela uns dois quilômetros. Eu andava quatro quarteirões até a praia com ela na cabeça, ia até a beira do mar e pegava ela pelo bico e ia arrastando, até o Posto 6. Quando eu levei ela para o Arpoador, percebi que ela era demais, fiquei “hooked” (fui fisgado).
Foram quatro meses assim. Depois de um tempo fiz amizade com o Fedoca, às vezes almoçava na casa dele na Rua Francisco Otaviano (a rua do Arpoador) e a mãe dele me achava simpático, então comecei a deixar a prancha lá. Eu ia de bike. Andava no meio dos carros, minha mãe nem sabia das minhas loucuras. Eu segurava na lateral dos ônibus e ia pelo meio fio. Desviava dos bueiros a 50 por hora, tomava umas fechadas rente a guia... Mas era uma festa, não ter que carregar a prancha. O único problema era quando Copacabana estava bom, com vento sul e sudoeste e a prancha estava lá no Arpoador.

BOCÃO E SUA PRANCHA KEYO. REPRODUÇÃO DE ENTREVISTA PARA AS PÁGINAS NEGRAS DA REVISTA TRIP DE SETEMBRO DE 1987.


DA MESMA ENTREVISTA RECORTEI ESTAS IMAGENS DE RICARDO COM SEU QUIVER NA PISCINA DE GORDINHO, EM SUA CASA DE PUPUKEA HEIGHTS, NO NORTH SHORE, DURANTE MUITOS ANOS O QUARTEL GENERAL DE RICARDO BOCÃO NO HAWAII. ABAIXO PAUL COHEN E BOCÃO ANALISANDO AS FOTOS DA SEMANA.

BOCÃO SURFANDO COM UMA 4 QUILHAS EM JOCKO’S, INÍCIO DOS ANOS 80.
FOTO GORDINHO – EXTRAÍDA DO SITE WAVES.

“Minha segunda prancha foi uma Keyo, australiana. Comprei usada de um cara. Naquela época (início dos anos 70) não havia essa ideia de quiver e também não tinha um modelo de prancha estabelecido. Na mesma época que eu tinha essa Keyo que era uma 5’8”, bico arredondado de pranchão, a prancha largona e com uma rabeta Diamond larga, single fin, o Betão (Roberto Marques), tinha uma Weber, modelo Ski, 7’1” estreita e pontuda. A prancha dele era totalmente diferente da minha. A gente não olhava para os outros surfistas pensando, “a sua prancha é estranha”, não, o pensamento era assim – eu tenho uma prancha de surf.
Fui com essa Keyo para o Peru, em janeiro de 1972, fiquei três meses, quando eu cheguei lá o pessoal riu. Tipo, “O que você está fazendo com essa prancha aqui?” Só se eu fosse surfar em Miraflores, ou San Izidro. Imagina uma 5’8”, arredondada, um ovo, com a rabeta larga... Com o shaper local La Bruja (Guillermo Letts), ele me ajudou a colocar duas quilhinhas, tipo estabilizadores que foi uma das primeiras variações de 3 quilhas, isso em 72. Ao mesmo tempo eu encomendei um 7’5”, com  Ivan Sardá (um dos mais renomados shapers peruanos), foi minha primeira semigun. Foi aí que eu comecei a entender que havia pranchas para ondas pequenas e outras para ondas maiores.
No ano seguinte eu fui surfar Pico Alto e pela primeira vez vi uma prancha 9’6”, eu sabia que existiam pranchas para ondas maiores, tinha feito aquela semigun, mas deste tamanho eu nunca havia visto. Em 1973 também passei três meses no Peru (janeiro, fevereiro e março).

BOCÃO JÁ COMEÇOU A SE AVENTURAR NA MÍDIA ESCREVENDO TEXTOS PARA A BRASIL SURF, COMO ESTA MATÉRIA SOBRE O RECREIO DOS BANDEIRANTES. COM FOTOS DE NILTON BARBOSA.


AO LADO DE SEU AMIGO E PARCEIRO DE LONGA DATA, ANTONIO RICARDO, RICARDO BOCÃO TRAÇOU UMA LONGA JORNADA NA MÍDIA ESPECIALIZADA EM SURF E ESPORTES RADICAIS

BIOGRAFIA EXTRAÍDA DA WIKIPEDIA NO VERBETE DE ANTONIO RICARDO


BOCÃO E ANTONIO DESDE 2006 NO WOOHOO. O VOO MAIS OUSADO DA DUPLA.


BOCÃO SHAPER

Nessa época de 1972 para 73 que eu comecei a mexer com pranchas, primeiro ajudando o Wanderbill (Ricardo Wendhausen), ainda em 1971. Fui ajudar ele a organizar a sua fábrica.

BOCÃO EM SAQUAREMA, ANOS 70 CLÁSSICO.
FOTO EXTRAÍDA DO LIVRO DE ALEX GUTENBERG, PUBLICADO EM 1989.

Wanderbill era um shaper renomado e eu era um garoto com apenas dois anos de surf. Mas com meu espírito empreendedor, organizado, comprei um caderno e fui organizar as encomendas dele. Ele era todo estrambelhado, já tinha pego um sinal com um monte de gente e não havia entregado nada... Ele era um gênio, muito gente boa, mas como a maioria dos gênios, era desorganizado. Ele era um artista, tinha o dom de shapear. Durante oito meses ele teve um garoto para organizar uma suposta oficina. Foi uma experiência maneiríssima. A gente se separou porque quase botamos fogo na oficina. Sem querer. Estávamos derretendo parafina para fazer o gloss e pegou fogo no varal. Queimou ternos, lençóis...
A fábrica ficava na casa do pai de um amigo nosso, que havia arrumado o espaço, na subida do Joá, em São Conrado. Era uma casa com vários planos, subindo, montamos a oficina lá em cima. O filho do dono da casa que fez o meio de campo. O pai já devia estar super incomodado e quando aconteceu este incêndio falou: “Chega, sai daqui, vai embora”.  Não arrumamos outra oficina e acabamos nos separando.
Depois de um tempo, em frente à casa de outro amigo, o Cacau Falcão, consegui uma salinha e fiz as primeiras pranchas com a marca Bocão, até tinha o logo que era uma boca grande. Fiz uma parceria com o Horácio e fizemos 12 pranchas. Recentemente eu encontrei uma destas 12 e está na minha casa. Irada! Com esse símbolo que tinha uma coisa saindo da boca e todo mundo achava que era um charuto, mas olhando de perto dava para ver que é uma onda para a esquerda, com um cara dando uma virada. É um bocão, parecido com aquela boca dos Rolling Stones. Com Bocão escrito naquele tipo de letra psicodélico do final dos anos 60, início da década de 70.
Estas pranchas eu produzi entre a minha primeira ida ao Peru (1972) e a segunda. Fui para o Peru na segunda vez com o dinheiro destas pranchas. Estava ganhando um dinheirinho e não pedia quase nada para o meu pai.”

FIM – POR ENQUANTO

A entrevista segue e o relato que gravei com ele sobre o processo criativo do design de suas pranchas de 4 QUILHAS e seu pioneirismo na busca de patrocínio, será postado neste blog no futuro.

Para ter uma ideia do formato destes capítulos com ÍCONES DO SURF BRASILEIRO vejam a postagem que fiz com Rico de Souza em 30 de setembro de 2013: http://surfdragonblog.blogspot.com.br/2013/09/capitulo-4.html

Como shaper, Bocão chegou a ter um time de surfistas testando os seus modelos, surfistas do naipe de Ismael Miranda, Rodolfo Lima, Rosaldo Cavalcanti e Gironso, entre outros. Detalhes desta fase serão apresentados aqui nos próximos meses.
Muitas outras histórias.

BOCÃO NA ABERTURA DA ENTREVISTA PÁGINAS NEGRAS – REVISTA TRIP


NA CAPA DA VENICE MAG, EMPUNHANDO UMA 4 QUILHAS

O projeto do livro “A GRANDE HISTÓRIA DO SURF BRASILEIRO” pode ser conhecido, em detalhes, no site:


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