terça-feira, 27 de agosto de 2013

A FAÍSCA, O FOGO, OS ILUMINADOS, O TÍTULO

Considerações sobre o 
Billabong Pro Teahupoo 2013

Todos os campeonatos em Teahupoo, por mais tranquila que seja a previsão de swells, sempre trazem um pacote de emoções. É muita perfeição, muita adrenalina. Esta etapa não foi das mais felizes para nós brasileiros, mas as baterias não deixaram de ser empolgantes. 
Confira o clip dos melhores momentos do dia decisivo aqui:


MIGUEL PUPO EM UMA "MAROLA" PARA TEAHUPOO. PERFEIÇÃO ALÉM DA CONTA. MIGUEL E GABRIEL FORAM OS MELHORES BRASILEIROS NO EVENTO, AMBOS FICARAM EM 13º

Vamos falar da torcida pelos brasileiros. Não consigo me furtar a isso desde os tempos em que comecei trabalhando como editor da Fluir (86 a 90), depois na Hardcore (90 a 2002) e finalmente em minhas colunas Sport Surf, na Alma Surf (até o ano passado).
Agora, aqui em meu blog particular. Sempre procurando trazer uma perspectiva histórica, devido ao projeto do livro “A Grande História do Surf Brasileiro” que estou dando o máximo para realizar da forma mais competente. Não deixarei de analisar o surf contemporâneo, do qual sou grande admirador, seguidor analítico, torcedor empolgado.
VEJAM DETALHES DO LIVRO AQUI NO SITE: www.hsurfbr.com.br

Vou me deter aqui, justificando o título desta postagem, sobre as chances brasileiras de um título mundial, o time de atletas que temos hoje empolga. Porém, analisando logo após o Billabong Pro em Teahupoo, fica a sensação de que ainda temos alguns degraus a galgar para desafiar campeões do naipe de Kelly, Parko, Mick e Andy, os quatro mais recentes. Coincidentemente das três “nações” do surf que vem dominando o cenário desde... Sempre.
O Brasil está lá, é grande, é forte, Temos ainda no jogo a África do Sul, a Euroforce.

Adriano de Souza é nosso surfista com maior tarimba para trazer este caneco, nos quatro últimos anos ficou três vezes entre os cinco melhores do mundo, quinto em 2009, 2011 e 2012. Por duas vezes Mineirinho assumiu a ponta do ranking, este ano e em 2011, façanha que não foi conseguida por nenhum outro atleta brasileiro, NEVER. Está faltando aquele ano INTEIRO consistente, para vir o título. Embora tenha ficado mais difícil, ainda pode ser este ano.

TRABALHANDO DURO HÁ DÉCADAS
Desde que sentimos o potencial para desafiar os melhores do mundo, primeiro com as vitórias de Pepê Lopes e Daniel Friedmann nos Waimea 5000, depois com a conquista de Fabinho em Porto Rico (aí mais forte), passamos a sonhar com este elusivo título de melhor surfista do mundo. Venho acompanhando isso como um membro da imprensa desde a década de 80.
Selecionei três editoriais que escrevi ao longo de minha carreira, apesar de ser um serviço artesanal (coisa de blogueiro), clicando dá para ler.


ESTE FOI UM EDITORIAL DA FLUIR N. 42 – ABRIL DE 89. PREOCUPADO EM ESTIMULAR NOSSOS SURFISTAS A BUSCAREM A EVOLUÇÃO ESTÁVAMOS “COMEÇANDO” A RETOMADA.



NA HARDCORE DE SET\2000 ESTÁVAMOS COM 10 ATLETAS NA ELITE. A CHAMADA DA CAPA FOI UMA IDEIA DE RENAN ROCHA QUE VISITOU A REDAÇÃO. NUMA DUPLA INTERNA PETER SE RECOMPÕEM NA BASE E FAZ O TUBO EM CLOUDBREAK. NO ANO SEGUINTE ELE SERIA O MELHOR BRASILEIRO NO WCT – SÉTIMO, SUA MELHOR COLOCAÇÃO.


NO INÍCIO DE 2012, EM MINHA COLUNA NA ALMA SURF, NÃO HAVIA COMO NÃO COMEMORAR O ANO GRANDIOSO DOS BRASILEIROS (2011), A ENTRADA TRIUNFANTE DE GABRIEL MEDINA NA ELITE, TRÊS DÉCADAS DE EVOLUÇÃO.

Voltando ao TÍTULO

A FAÍSCA: é um início de ano forte para pensar em buscar este sonhado título.
O FOGO: é mostrar para o que veio, incendiando o tour e assumindo a ponta do ranking.
O ILUMINADO: será o surfista brasileiro que finalmente obtiver este troféu da ASP.
O TÍTULO: Não há porque Adriano desistir do título de 2013, após o início fulminante e a vitória emblemática em Bells. Com certeza com três resultados descartáveis na conta, Mineirinho tem que mirar três finais em Trestles, na França e Portugal, para chegar em Pipeline com chances concretas.

MUITO DIFÍCIL: mas como dizem “o brasileiro não desiste nunca”, não há porque jogar a toalha. E se não der nesta temporada... A próxima está ali na frente. Adriano (Medina, Miguel, Alejo, Filipinho, Ibelli) é (são) jovem. Jovens, atrás do sonho!
Vejamos o exemplo de Parko, que persistiu e aos 31 anos encontrou a glória máxima de sua carreira. E o melhor, decidindo o título no “mano a mano” com Slater, na arena de Pipeline. Esse é um título honroso.
Tudo é possível.

VAMOS ACREDITAR, continuarei escrevendo com paixão sobre isso.

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