sexta-feira, 25 de agosto de 2023

EM 2023 SUPREMACIA BRASILEIRA PERSISTE

É hora de trabalharmos com mais afinco nossas meninas

O Circuito Mundial de Surf mudou muito desde que comecei a me dedicar a este blog há mais de uma década. Relembrando minhas postagens de 2013... O órgão que administrava o World Tour ainda era a ASP e estávamos no limiar de nosso primeiro título na elite, que viria com Gabriel Medina em 2014 (o último título da Era ASP).

E nasceu a WSL, com o apoteótico e merecido título de Adriano de Souza, em 2015 num dia de ondas medianas para fracas em Pipeline, porém com emoções prá lá de cardíacas. Nas mais de 100 postagens que podem ser consultadas no menu aqui ao lado há histórias muito antigas, perfis de surfistas fundamentais e análises de passagens marcantes destes anos mais recentes.

Hoje em dia os nomes de surfistas brasileiros são maioria no ranking final da entidade, que (com novas regras) escala os 5 MELHORES da temporada para, após 10 etapas, disputar o que a WSL - a Liga Mundial de Surf, uma empresa com fins lucrativos, apelidou de Rip Curl WSL FINALS a ser realizada no próximo mês na Califórnia, apenas 10 surfistas, somando mulheres e homens irão competir. 

RANKING DE 2023 APÓS AS 10 ETAPAS PRELIMINARES

A HORA DO “VAMOS VER” COMEÇA EM LOWER TRESTLES DIA 8 DE SETEMBRO

Pelo terceiro ano seguido a WSL elege a onda de alta performance deste pico do sul da Califórnia para definir os títulos mundiais, feminino e masculino. Uma onda encantadora, perfeita para direita e esquerda, que está sempre crowdeada e que permite aos surfistas mais competitivos do momento exibirem sua destreza, a qualidade de seu surf e o instinto matador de um campeão.

A temporada da WSL de 2023 trouxe um ingrediente extra, pois traria a responsabilidade de classificar 10 surfistas para os Jogos Olímpicos de PARIS 2024. Em uma atitude ousada do Comitê Olímpico francês, o que poderia ser decidido em Biarritz, ou nos beach breaks maravilhosos da região de Hossegor, foi transferido para Teahupo’o, no Tahiti. Sorte dos telespectadores, à nível mundial, pois o público presente lá será diminuto e selecionado. Que venham as ondas espetaculares que a comunidade do surf tão bem conhece.

JOÃO CHIANCA, DE SAQUAREMA, SURFANDO EM TEAHUPO'O. UM DOS SURFISTAS BRASILEIROS QUE ESTÁ GARANTIDO PARA AS OLIMPÍADAS DE 2024. 

O SURF TERÁ SUAS COMPETIÇÕES OLÍMPICAS NA POLINÉSIA FRANCESA

As regras colocadas, o Brasil já classificou três surfistas que representarão nosso país nas Olimpíadas da França em 2024. Eles foram definidos pelos rankings da Liga em 2023: Tatiana Weston-Webb pelas mulheres; Filipe Toledo e João Chianca pelos homens. Em fevereiro ocorrerá uma competição da ISA (Associação Internacional do Surf) que definirá os outros classificados, no Caribe. Podemos ter mais uma menina e caso o time brasileiro neste evento consiga vencer a pontuação por equipes, poderemos escalar um terceiro surfista na categoria masculina.

Apesar de hoje em dia termos o melhor elenco entre os homens, a disputa será acirrada e a CBSurf (Confederação Brasileira de Surf) estará bem preparada para representar na ilha de Porto Rico, onde Fábio Gouveia conquistou o primeiro título mundial de surf para o Brasil em 1988. Obviamente australianos e norte-americanos também irão para Porto Rico com o mesmo objetivo. Este evento, 2024 ISA WORLD SURFING GAMES terá grande repercussão. Lembro que a equipe brasileira perseguiu com afinco a vitória por equipes após a conquista de Gouveia, mas conseguiu o primeiro título de times apenas 12 anos depois, nos ISA GAMES do ano de 2000, em Maracaípe (PE).


A EQUIPE DO PERU FOI A VENCEDORA NO EVENTO DE 2023

A vaga da equipe vencedora nos ISA Games é da Confederação de cada país e caso o Brasil consiga esta prerrogativa do terceiro atleta, o mais lógico para CBSurf é a indicação de Gabriel Medina, nosso tricampeão mundial e que tem um histórico inigualável nas ondas de Teahupo’o. Não faltará emoção no evento a ser realizado nas boas ondas de Porto Rico no início do próximo ano olímpico.

Nesta postagem deste blog darei uma atenção especial ao surf feminino brasileiro que tem um belo histórico, mas também um percurso importante e dedicado a ser seguido de forma a termos nossa primeira campeã mundial da liga e quem sabe olímpica. Medalha que já temos no masculino com o potiguar Ítalo Ferreira. Na WSL já temos o hexa com Adriano Mineirinho, Ítalo, Filipe Toledo e o tri de Medina. Com as meninas já temos mais de um vice-campeonato, já lideramos o ranking, mas um título ainda nos escapa.

E vamos agora analisar um pouco do excelente trabalho que foi feito com nossos surfistas da categoria masculina e que deve e pode ser levado ao mesmo patamar com o surf feminino brasileiro. Independente de nossas heroínas citadas no link de 2014 ao final desta postagem, há uma série de fatores que fomos “ticando” para hoje determos essa supremacia apresentada pelo ranking lá no topo.

O mais importante deles é termos levado nossos surfistas para graduarem-se em ondas "tipo" do chamado Dream Tour, ondas de point breaks e de recifes desafiadores, que raramente são encontrados nas costas do litoral brasileiro. Adicione a isso um preparo, além de físico, mental e emocional. A alimentação correta, hábitos de treinamento e vida regrada que se somam ao talento natural e desenvolvido por cada atleta.

NOSSAS MENINAS DE PONTA

Partindo de Tatiana que foi nossa única atleta que participou da WSL no circuito de 2023 e lá conseguiu a vaga olímpica, mas nesta temporada não se classificou entre as cinco para a disputa do WSL FINALS, sigo com imagens das outras garotas que disputam o Challenger Series em 2023, o escalão do surf que dá acesso à elite. O CS terá sua definição em Saquarema mais para o final deste ano indicando 5 meninas e 10 homens para CT (Championship Tour) 2024. 

TATIANA WESTON-WEBB, NASCEU EM PORTO ALEGRE, FILHA DE UMA BODYBOARDER GAÚCHA E UM PAI IRLANDÊS, MORA NO KAUAI E JÁ FOI VICECAMPEÃ MUNDIAL



LUANA SILVA, FILHA DE PAIS BRASILEIROS, MAS NASCEU NA ILHA DE OAHU. LUANA JÁ TEVE O GOSTO DE FREQUENTAR A ELITE POR MEIA TEMPORADA. DEVE VOLTAR




SILVANA LIMA, AOS 38 ANOS, CONTUNUA SURFANDO EM BUSCA DO REGRESSO AO CT, ESTEVE MUITO PERTO DO PRIMEIRO TÍTULO MUNDIAL FEMININO PARA O BRASIL




SOPHIA MEDINA É UMA DAS GRANDES PROMESSAS DO SURF BRASILEIRO. TERÁ TODA ESTRUTURA PARA BATALHAR POR DESTAQUE ENTRE AS MELHORES DO MUNDO

Recentemente o site Litoral na Mídia fez uma abrangente reportagem abordando a carreira de Sophia, cliquem no link abaixo para muitas informações e depoimentos:

https://www.litoralnamidia.com.br/mundo-sophia-legado-da-familia-medina/



LAURA RAUPP, AOS 17 ANOS, CATARINENSE E FILHA DE PAIS SURFISTAS, É OUTRA PROMESSA DO SURF BRASILEIRO. LAURA VEM EM UMA EVOLUÇÃO CONSTANTE

Entrevista da jornalista Janaína Pedroso para o site Origem Surf:

https://origemsurf.com.br/2023/07/04/entrevista-laura-raupp-fala-sobre-rotina-e-sonhos/

O TRABALHO NÃO DEVE CESSAR

A comunidade do surf brasileiro, técnicos, empresários patrocinadores, juízes, dirigentes, famílias do surf, preparadores físicos e psicológicos, escolas de surf, associações, federações e a própria CBSurf, vêm ao longo dos anos proporcionando um trabalho e amparo para que os surfistas brasileiros atingissem o padrão mais alto da atualidade no surf masculino. O momento agora é de estender essa excelência para o surf feminino.

Um dos aspectos mais importantes, que gabaritou nossos homens para chegar ao nível atual, foi a constatação de que é importantíssimo viajar para ondas desafiadoras do mesmo nível que as melhores do circuito mundial do primeiro escalão. No litoral brasileiro não temos point breaks e bancadas (reefs) com o padrão destas ondas “premiadas” para as quais o Dream Tour foi direcionado. Nossos beach breaks são fantásticos para treinar manobras aéreas, mas uma campeã mundial será forjada dominando todos estes tipos de ondas, aliando isso a um ataque progressivo, e atitude com a mesma pressão exercida pelas líderes do ranking. A barra foi ajustada muito alto pelas meninas que lideram a mais nova “explosão” do surf feminino. Não podemos e nem vamos ficar atrás.

Temos uma história grandiosa e de longa data com as mulheres participando desde que o surf surgiu nas águas brasileiras. Para conhecer mais detalhes e façanhas que serão destacadas na coleção de livros que estou preparando: A GRANDE HISTÓRIA DO SURF BRASILEIRO, cliquem em mais este link, uma postagem que fiz em 2014. 

São cinco volumes, o primeiro está disponível e mais quatro livros serão lançados ao longo dos próximos anos.

Acompanhem um breve histórico do surf feminino e algumas das conquistas


https://surfdragonblog.blogspot.com/2014/09/as-meninas-do-surf.html

Finalmente, só tenho a agradecer aos patrocinadores que apoiaram este projeto cultural desde seu lançamento e prometo continuar trabalhando com este blog, o site, a coleção de livros e uma plataforma multimídia que estarei desenvolvendo nos próximos anos, sempre deixando muitas informações, histórias, entrevistas e registros dessa jornada, para quem desejar consultar e pesquisar.


OS QUATRO PRIMEIROS PATROCINADORES QUE ACREDITARAM NESTE PROJETO


Maiores informações e link para aquisição do VOLUME 1 dos livros no site:

WWW.HSURFBR.COM.BR