Um sonho para qualquer surfista
brasileiro
A partir desta postagem começarei a
lançar alguns textos meus que publiquei em revistas de surf ao longo destes 30
anos que passei a trabalhar na imprensa brasileira especializada, desde 1986, quando entrei como
editor assistente da FLUIR.
TEXTO PUBLICADO NA HARDCORE #152, ABRIL 2002
QUE COMEMORAVA
OS 13 ANOS DE PUBLICAÇÃO DA REVISTA
Os garotos brasileiros começam a
sonhar com as ondas havaianas ao ver fotos nas revistas, filmes e ouvir falar
da experiência de ir surfar as ondas do Hawaii em contraste gritante de power e tamanho, com nossas ondas
brasileiras.
Neste ano a HARDCORE completou 27 e tive o
prazer de escrever uma grande matéria histórica para a edição de aniversário de
2016. No início dos anos 2000 eu escrevia mensalmente uma coluna chamada NO
TEMPO DO DRAGÃO, vejam a íntegra do texto original para aquela edição:
Coincidentemente com o
aniversário da Hardcore, percebi que havia cumprido 13 temporadas havaianas. A
essência, após um quarto de século de empreitadas, permanece a mesma.
Quando decidi que o Hawaii era o destino principal para
elevar o nível do meu surf, no meio dos anos 70, umas poucas levas de
brasileiros haviam frequentado as Ilhas. Ainda naquela década fui por três
temporadas seguidas, somando rapidinho meio ano de vivência nas ondas
havaianas. Na virada da década uma viagem ao redor do planeta atrás das ondas
me levou até o Hawaii novamente. Mal sabia eu que um casamento e o nascimento
de uma filha, me prenderiam no Brasil por quase toda década de 80. Em 89,
finalmente voltei ao North Shore, desta feita como jornalista de surf, o que me
levou para mais uma série de 9 temporadas, com algumas interrupções
esporádicas. Principalmente nos anos mais recentes, nos quais a abertura de uma
loja me privou de ausentar do país justamente no mês de dezembro, o ápice da
temporada e dos campeonatos.
Ao longo destes anos pude sentir o power do Hawaii de duas formas,
como um atleta (free surfer), buscando performance e posteriormente como um
analista, procurando retratar para leitores, tanto que estiveram no local, como
para quem não teve a oportunidade de estar lá, um relato quente, fiel, íntimo e
real do que é a adrenalina, os prazeres, temores e terrores de uma estadia nas
Ilhas havaianas. Independente do enfoque, mesmo porque para escrever uma boa
matéria é necessário estar dentro do mar, para sentir na pele toda pressão do
crowd, das ondas e a perícia dos profissionais, o que obviamente fazia com
imenso prazer. Aliás, não há nada que se compare com a energia que é passada
para você, quando está dentro d’água, comparada a que se recebe ao assistir da
areia, ou pior a ainda em vídeos ou revistas, principalmente num mar havaiano.
Como recado aos leitores de minha coluna, e essa é a razão
principal de ter retornado por tantas vezes ao Hawaii, deixo o fato consumado
de que uma temporada havaiana, por mais fraca e criticada que seja, é uma
experiência que todo o surfista que busca conhecer seu verdadeiro limite, deve
colocar no topo de sua lista de prioridades. Mesmo que seja caro, economize, persista,
pois um belo dia o dólar pode estar em baixa, pode surgir um pacote promocional
que permita ir até lá e cada dia, cada onda surfada, por mais difícil que seja,
e realmente é difícil pegar ondas boas lá, será lembrada com valor em suas
memórias de surf. É importante ter em mente que os mares mais fracos que pintam
por lá, às vezes são tão bons como alguns dos melhores dias do ano em sua praia
local. Isso sempre foi assim e sempre será. Infelizmente há uma diferença muito
grande entre as ondas que quebram aqui no Brasil e as que bombam no Hawaii. O
amor pela terra natal nunca terminará, mas uma temporada havaiana é uma
temporada havaiana. Eu já estou me coçando em busca da próxima.
REPRODUÇÃO DA PÁGINA DUPLA EM QUE SAIU A MATÉRIA
FERNANDO DE NORONHA
FOTO: CLEMENTE COUTINHO
Fernando de Noronha é o nosso Hawaii,
mas não há nada que se compare a variedade de ondas que estão disponíveis nas
Ilhas Havaianas. Comecei a frequentar o Hawaii em dezembro de 1976. Na
temporada 1977\78 tive a sorte de viajar ao lado de um dos gurus da fotografia
de surf brasileira, Klaus Mitteldorf, que publicou uma matéria de 10 páginas na ante-penúltima edição da BRASIL SURF em maio de 1978.
ABERTURA DA MATÉRIA “PAULISTAS NO HAWAII", TEXTO E FOTOS DE
KLAUS MITTELDORF. ROBI EMMENEGER DE BRAÇOS ABERTOS DESPENCANDO EM HONOLUA BAY. NA FOTO MENOR: EU ESTOU DE CAMISETA LARANJA, COM CARLOS CARBONE AMARRANDO AS PRANCHAS NO RACK, ROBI E ROBERTO TEIXEIRA, SEM CAMISA, HALEIWA SURF CONDOMINIUM
UMA DAS FUNÇÕES DESTE BLOG É RESGATAR ESTES REGISTROS
UMA BAÍA
MARAVILHOSA PASSANDO POR PEAHI, A CAMINHO DE HANA
NO NORTH SHORE DE MAUI
DETALHE: DO LADO OPOSTO, QUEBRAM ALTAS ESQUERDAS
UMA DUPLA, EM PRETO E BRANCO, SOBRE PIPELINE
NAS ONDAS: FABRÍCIO UCHOA, SURFISTA DE BERTIOGA, QUE HOJE É
FAZENDEIRO EM RIBERÃO PRETO. DÔDO VON SYDOW (EM 2 FOTOS), VICE PARA CAULI RODRIGUES
EM UBATUBA, DA CAPITAL PAULISTA E HOJE MORA NO HAWAII HÁ QUASE 20 ANOS. NA
ÚLTIMA FOTO DA DIREITA PAULINHO TENDAS, UM DOS MAIORES TALENTOS DO GUARUJÁ, UMA
DAS GRANDES PERDAS PRECOCES DO SURF BRASILEIRO
DE PRANCHA VERMELHA É ROBI EMMENEGER, NOSSO PARCEIRO DA VIAGEM A MAUI. ESTÁVAMOS NA BARCA: ROBI, CARLOS CARBONE, KLAUS E EU
CAPA DA EDIÇÃO EM QUE SAIU A MATÉRIA “PAULISTAS NO HAWAII”
RICO DE SOUZA EM FOTO DE NILTON BARBOSA NA GUARATIBA
Nas próximas postagens do blog
estarei trazendo mais textos antigos e também comentando e analisando a
história recente do surf brasileiro.
ATÉ BREVE
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