Os ÍCONES do surf brasileiro serão
apresentados em capítulos de oito páginas
Este é o
esboço do quarto capítulo do livro “A Grande História do Surf Brasileiro”
(conheça o projeto navegando no site: http://www.hsurfbr.com.br/). Os sete primeiros capítulos serão
lançados aqui neste blog até o final do ano. O livro impresso tem sua previsão
de lançamento para 2018 e conta com mais de cinquenta capítulos.
As prévias
aqui apresentadas estão em fase de construção e serão moldadas para o livro.
Durante a fase do projeto de pesquisa, as informações serão cruzadas para que
obtenhamos a máxima correção. Aqui no blog é possível ilustrar de forma mais
descontraída, para o livro impresso todos os créditos, datas, locais serão
confirmados.
As quatro
ilustrações finais são um esboço da estética proposta para o livro, que terá o
tratamento de direção de arte por parte de Fernando Mesquita. Todas as
sugestões para a melhoria do projeto são bem-vindas.
No final de outubro virá o
Capítulo 5, de MEMÓRIAS, abordando a transformação das madeirites para
as pranchas de fibra. Acompanhem...
Capítulo 4
DUPLA DE
ABERTURA - INTRODUÇÃO
(vinheta)
ÍCONE (by TOM VEIGA)
RICO DE
SOUZA
Ricardo Fontes de Souza
começou a surfar de pé sobre uma prancha de madeirite em 1964. Vivendo sua
infância no Leblon ele já pegava ondas de jacaré e com uma planonda, antes
disso. Se tornou um surfista respeitado ao vencer por dois anos seguidos (1972
e 1973) o Festival Nacional de Ubatuba, que foram os primeiros grandes
campeonatos Brasileiros de Surf. A competitividade sempre foi uma de suas
características, mas o que transforma Rico em um dos ícones do surf brasileiro
é o espectro de seu envolvimento com o esporte.
Além de atleta Rico
atuou como shaper, organizador de eventos, lojista, lançou marca de confecção
com seu nome, boletim de ondas, site na internet, criou blog, pioneiro com as
escolas de surf em nosso país, atuou em campanhas publicitárias, representou o
Brasil internacionalmente sendo um dos mais reconhecidos surfistas brasileiros
no exterior. Viajou por diversos países surfando e competindo, espalhando o
Espírito de Aloha, sua simpatia e carisma, fazendo amigos nos quatro cantos do
planeta. Um surfista diversificado esteve no Planalto Central e nas favelas...
E se mantem com qualidade de surf além dos 60 anos.
DUPLA 2 – A
FOTO
Os ícones do
livro são convidado a escolher a foto preferida de suas carreiras para estampar
a segunda página dupla de seu perfil no livro. Rico destacou este momento em
Sunset Beach, da temporada havaiana 1977\78, a foto foi tirada por seu amigo Bernie
Baker, um dos organizadores da Tríplice Coroa Havaiana. A praia de Sunset é o
pico preferido de Rico no Hawaii, uma onda desafiadora e de personalidade
mutante. Se somarmos as horas que Rico passou no line up de Sunset não me
espantaria se este cálculo chegasse a mais de um ano inteiro dentro d’água.
Veja o que Rico
comentou sobre esse dia: “Sempre gostei
do Hawaii pela variedade de ondas, direitas, esquerdas, ondas cheias,
tubulares... Peguei muita afinidade com Sunset por ter morado ali na casa do
Randy Rarick em diversas ocasiões, é a minha onda preferida no mundo. Mesmo
estando acostumado e sendo minha onda preferida é um desafio enorme, uma onda
que quebra grande. Nunca podemos dar mole ali porque ela te ‘papa’. É uma onda
muito difícil de surfar. Essa foto foi tirada em uma competição, o Pro Class
Trials, em 1978. Eu estava em uma bateria muito difícil. As ondas estavam vindo
de oeste gigantes, maravilhosas, o auge do auge e veio essa onda incrível. O
Bernie Baker estava colocado com sua câmera ali para o lado da torre dos
salva-vidas com uma lente poderosa e tive a sorte dele pegar este momento. Eu
estava com uma prancha gun do Tom Parrish. Sunset com 12 a 15 pés é maravilhoso,
seja com ondulação de oeste, ou então de norte. Até hoje é minha onda preferida.
Este mar me marcou muito.”
DUPLA 3 –
MOMENTOS DA CARREIRA
Primeira
foto de Rico surfando tirada em 1966 no Arpoador.
Foto:
ARQUIVO PESSOAL
Em sua
oficina de pranchas na Guaratiba.
Foto: Sergio
Leandro - ARQUIVO PESSOAL
Reprodução
de foto de Klaus Mitteldorf, publicada em edição especial da revista Super
Surf. Competindo em Itamambuca.
Foto: Klaus
Mitteldorf
Rico de pé
de short branco, com uma turma da pesada em Saquarema, início dos anos 70. Foto
obtida em seu blog: http://globoesporte.globo.com/platb/ricodesouza/
Foto:
ARQUIVO PESSOAL
Expedição
brasileira para a África do Sul em 1976. Rico agachado na esquerda, ao lado de
Bocão; Daniel Friedmann apoiado na porta do Fusca; Flavio Dias da Brasil Surf
olhando para Maraca, com as mãos na cintura.
Foto:
ARQUIVO PESSOAL
Na segunda
metade da década de 70 a TV Globo patrocinava Rico bancando suas passagens.
Foto: Paul “Gordinho”
Cohen
Stretch “hang
five” na sala de shape. Com pedigree de longboard Rico era especialista neste
tipo de abordagem também nas ondas, com pranchinhas que ainda tinham boa
flutuação no bico.
Foto: Serginho
Leandro - ARQUIVO PESSOAL
Reprodução
do livro BOAS ONDAS – Surfando com Rico de Souza (Ediouro) publicado em 2004. A
partir da esquerda: Cauli, Rico, Otavio Pacheco, Jean Noel, Bocão e Cacau
Falcão, finalistas de Ubatuba em 1978.
Foto: Nilton
Barbosa
Foto da
galera da Escola de Surf Rico no início dos anos 2000. Rico vibrando de
camiseta branca ao centro.
Foto: Zé
Roberto (reprodução do livro BOAS ONDAS)
Capa do
livro lançado em 2004, com o filho Eric Souza.
Foto:
reprodução de página dupla do livro BOAS ONDAS, fotos de Rick Werneck e
Gordinho (Paul Cohen).
Atrás dos
recordes do Guiness.
Fotos:
ARQUIVO PESSOAL
Reprodução
de anúncio publicado na revista Alma Surf em 2008. Rico aderiu “com qualidade”
ao SUP.
Palestrando
na USP.
Foto:
Ibrasurf.
DUPLA 4 – O
DIA MÁGICO DE SURF
Sessão Memorável
Em 2005 nas
Ilhas Mentawai (Indonésia) Rico viveu um de seus mais inesquecíveis momentos
surfando, o fotógrafo Fernando Mendonça Lima estava lá para registrar, vamos ao
relato: “Tive o prazer de ir a Bali pela primeira vez em 1976. Fui com Rory
Russell, Michael Ho e outros amigos gringos. Voltei outras vezes, mas em 2005
fui convidado para uma viagem às Mentawai, no barco estava uma garotada nova,
um dos filhos de João Maurício, o Kalani Jabour, meu amigo das antigas Ian
Robert e o fotógrafo e surfista Fedoca. De Bali fomos para as Mentawai, no
primeiro dia fiquei impressionado com Lances Rights, pela força da onda, pelo
tubo e pela perfeição. Uma bancada perigosa, muito rasa. No final do dia nosso
barco contornou a bancada e ancoramos em Lances Lefts, surfamos umas ondas de
uns 6 pés no final de tarde e logo escureceu. Os outros barcos que estavam
nesta bancada foram embora a noite, no dia seguinte amanheceu apenas com o
nosso barco no pico. Logo cedo caíram Ian Robert e Fedoca. Eu olhava as ondas
do barco, estava muito longe, achei legal... Mas quando eu caí na água, percebi
que tinha uns 8 a 10 pés e no meio do dia entraram séries ainda maiores (foi
quando a garotada entrou) e estava tão perfeito que não dava medo. O mar estava
tão bom e tão perfeito que não transmitia medo.” Fedoca, que estava ao nosso
lado no momento desta gravação comenta: “Espera aí. Pra você né – risos!!!”
Rico continua: “Estava muito perfeito, limpo, as séries vinham pausadas, acho
que o período estava uns 17 segundos. Normalmente um mar de 12 pés dá medo, mas
eu estava confortável neste dia. Eu estava com uma prancha que eu havia feito
para o Afrânio e ela funcionou horrores! Uma prancha para ondas grandes. Fui
pegando confiança na prancha e o mar subindo... Veio uma série de uns 12 pés,
que lavou todo mundo. Tomei na cabeça, mas este mar estava com uma perfeição
absurda e foi uma das melhores sessões de surf que tive em minha vida, porque
era perfeito, grande, sem crowd, só os amigos, um dia de sol. Esta sessão
reuniu todos os ingredientes. O surf para mim é prazer, não era uma competição,
as condições estavam perfeitas, foi pura diversão. Você consegue surfar no
melhor de sua capacidade. Foi uma sorte não chegar outro barco com mais dez
surfistas australianos.” Fedoca destaca: “No melhor momento do mar estavam na
água ele, o Ian e o Kalani. Eu estava num zodiac para fotografar mais de perto,
usando uma lente 70-300. Nosso barco estava ancorado mais longe. O canal era
perfeito, tipo Sunset, não quebrava nada no canal. Quando entrava a série, era
só o surfista se posicionar mais para a esquerda, ou direita, em função do
tamanho.” Rico descreve a onda: “Era um drop radical, mas muito agradável, quando
dropava dava para ter a certeza que eu ia me dar bem, o mar estava liso, um
leve terral, eu estava com a prancha certa. No inside ela fazia um buracão,
dava para colocar pra dentro. Em termos de diversão foi uma das caídas mais
memoráveis da minha vida.”
Fotos:
Fedoca.
FICHA
TÉCNICA - TIMELINE
Ricardo
Fontes de Souza
NASCEU - 12
de Junho de 1952 – Rio de Janeiro
Residiu por
toda a vida no Rio (no início Leblon – hoje na Macumba).
- 1964 começou a surfar de pé com uma madeirite.
- 1966 adquiriu a S. Conrado N. 042.
- 1968 venceu a categoria junior do Campeonato da Ilha Porchat, em São Vicente, já surfando com uma prancha Gordon & Smith, shape de Mike Hynson.
- Final dos anos 60, começou trabalhando (shapeando) na São Conrado, depois já independente, primeiro descascava pranchões antigos, mais tarde passou a comprar do Coronel Parreiras blocos do poliuretano marrom da Bayer.
- Final dos anos 60 lança a marca RICO Surfboards, o desenho original gótico foi uma criação de Horácio Seixas, que até hoje trabalha como laminador no Hawaii.
- 1970\71 – Foi para o Peru, primeira viagem internacional. Penho e Maraca estavam lá. Conheceu Gerry Lopez, Felipe Pomar, Barry Kanaiaupuni, Joey Cabell, Mike Purpus, Paul Strauch, Ben Aipa...
- 1972 e 1973 Campeão do Festival Nacional de Ubatuba.
- 1972 foi para o Mundial Amador da ISA (ISF). Único Brasileiro a competir em San Diego. Ficou 2 meses na Califórnia.
- Hawaii temporada 72\73, ficou com Peter Townend, Mark Warren, Ian Cairns, mais peruanos e africanos... Fortaleceu amizade com Randy Rarick.
- 1973 – participou com destaque no evento Sea Spirit em Haleiwa e depois Chun’s Reef.
- 1973 – trouxe filmes de surf para o Brasil.
- 1974 – Venceu Campeonato Magno.
- 1974 Viajou pelo Nordeste com Randy Rarick da Bahia a Fortaleza, foram até Fernando de Noronha, com Sergio Fireman e o amigo Trapa da Bahia.
- 1975 na África do Sul deu a ideia para Randy vir organizar o primeiro Internacional do Rio, que foi bancado pelo pioneiro Bruno Hermany.
- 1976 \ 77 consegue patrocínio da TV Globo.
- Final dos anos 70 loja Surfart – Leblon
- 1981 – Confecção Rico
- EQUIPE RICO – Roberto Valério, Cauli Rodrigues, Valdir Vargas, Fred d’Orey...
- 1982 – Escola de Surf
- 1983 – Boletim das Ondas na FM - Fluminense “Maldita” depois Transamérica \ Radio Cidade \ Oi FM \ Mix FM \ MPB Brasil \ Bradesco FM. (30 anos)
- DISKSURF com a Telemar
- 1987\88\89 – Campeão Brasileiro de Longboard da Abrasp
- 1988 – Vice-campeão Mundial Amador (ISA)
- 1989 – Vice-campeão Mundial Profissional (ASP)
- Eventos (promoção) – começou com a Copa Rico – Coca-Cola de Longboard ainda nos anos 80; anos 2000: Petrobras Longboard Classic; Festival Ecovias.
- Anos 90 – Museu do Surf.
- 2000 – RicoSurf.com + BLOG na globo.com.
- Participações comerciais Chevrolet, Leader...
- Nome inscrito no Guiness (Livro dos Recordes).
MAIS
MOMENTOS DE SUA CARREIRA
No topo do
pódio em Ubatuba no início dos anos 70.
Além de
shapear, Rico laminava e polia as suas primeiras pranchas.
Com sua mega prancha na praia da Macumba – RJ.
Em frente a um outdoor da Sprite, África do Sul anos 70.
Equipe Rico no Stubbies de 1981 na Gold Coast - Austrália. Fred d'Orey, Valério, Rico e Valdir Vargas.
ABAIXO:
ESBOÇO EM POWER POINT DO CAPÍTULO 4, QUE AINDA SERÁ LAPIDADO POR FERNANDO MESQUITA (responsável pelo projeto gráfico do livro)
ESBOÇO EM POWER POINT DO CAPÍTULO 4, QUE AINDA SERÁ LAPIDADO POR FERNANDO MESQUITA (responsável pelo projeto gráfico do livro)
DUPLA 1
DUPLA 2
DUPLA 3
DUPLA 4
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