sábado, 1 de julho de 2017

MARACA, PARTE 2

Um legado de histórias memoráveis

Aqui trarei mais alguns trechos das entrevistas que fiz com Maraca (Rossini Maranhão Filho), em agosto de 2015. Maraca foi surfar nas estrelas, mas o legado deste paraense radicado no Rio de Janeiro, é de expressão ímpar. Busquem o início de sua história postada em março deste ano.
MARACA EM SAQUAREMA, NA VARANDA DE UM DOS PRÉDIOS ERGUIDOS NA PRAIA DE ITAÚNA. CAMAROTE VIP PARA APRECIAR O QUIKSILVER PRO WQS DE 2012.
FOTO: NILTON BAPTISTA

Maraca, faleceu no Hospital de Bacaxá no final de 2016 devido a uma hemorragia e numa situação em que os estoques de sangue que precisava para transfusão se esgotaram e não chegaram a tempo do Rio de Janeiro. Maraca estava com 64 anos e continuou surfando até o fim.

ROSSINI MARANHÃO FILHO EM ITAÚNA.
FOTO: LUCIANO SANTOS PAULA

Em agosto de 2015, na casa de Jacques Nery em Itaúna fiz uma sequência de gravações em que Maraca passou empolgadamente muito de seu conhecimento e vivência neste “nosso” mundo do surf. Coloco aqui mais algumas de suas histórias.

ROSSINI MARANHÃO FILHO, EM FINAL DE TARDE MARAVILHOSO NO JARDIM DA CASA DE JACQUES NERY EM SAQUAREMA, LOCAL EM QUE GRAVEI ESTE DEPOIMENTO COM MEU CELULAR
FOTO: JACQUES NERY

Em março deste ano editei a história contada por Maraca até seu regresso do Hawaii e Peru em 1970. Ele chegou no início da Era do Píer de Ipanema, trazendo uma prancha mini model muito avançada e praticou um surf que era observado com atenção pelos expoentes cariocas daquele início de uma nova década que começava a revigorar a forma de surfar no mundo. O estilo clássico dos pranchões abria espaço para uma abordagem totalmente nova e mais radical.

NO BACKDOOR DO PÍER MARACA ERA UM DOS SURFISTAS QUE DESCIA COM SEGURANÇA E EXIBIA UMA LINHA DIFERENCIADA NAS ONDAS.
FOTO: FEDOCA (DO ÁLBUM DA TOTEM)

Rosaldo Cavalcanti foi um dos surfistas que teve estreito relacionamento com Maraca, trabalhando ao lado dele e tendo-o como colunista no Jornal Staff, produzido ao lado de Fred d’Orey e depois no Now, em que além de colunista Maraca atuou no departamento comercial.

Vejam o depoimento que colhi de Rosaldo neste primeiro semestre de 2017: “O Maraca foi um surfista muito importante, o segundo brasileiro a ir passar uma temporada no Hawaii, presenciou o histórico swell de 1969, quando Greg Noll pegou aquela famosa onda em Makaha – contou várias histórias. Não cheguei a ver o Maraca surfando no Arpoador em 1970, assim que ele voltou do Hawaii, foi o Ricardo Bocão que me contou de suas performances, mas sei que o surfe que Maraca fez, no início dos Anos 1970, no Arpoador e no Píer serviu para determinar um ponto de partida, um ponto de evolução. Esse fato tem uma importância muito grande porque ele mostrou para os brasileiros como estava se surfando no Hawaii, na Meca do surf. Os brasileiros estavam aprendendo a surfar e ele veio com uma prancha feita no Hawaii com materiais havaianos, trouxe em seu surfe tudo que havia visto no Hawaii, a noção de um novo estilo de vida, uma coisa mais country, não era tanto a cidade grande. Todo aquele estilo de vida em que o surfista era meio confundindo com hippies, de buscar o contato coma natureza. Sempre atrás da onda perfeita. Fez parte da formação inicial do surf brasileiro no Píer e em Saquarema.”
Rosaldo continua: “O Maraca para mim sempre foi um surfista fissurado. Quando ele falava de onda ele se empolgava. Um sujeito muito empreendedor, um cara com caráter nobre, uma pessoa do bem. Nunca vi ele reclamando da vida. Era um sonhador. Ele escreveu colunas no Staff, no Now, foi diretor comercial do Now. Ele aparecia com a coluna lá na redação e a gente falava ‘Lá vem o Maraca com a história dele’, eram fantásticas e a gente falava: ‘Pô Maraca, dá uma aliviada’. As principais histórias eram de Saquarema e do Hawaii. Ele sempre tinha um projeto novo FANTÁSTICO e morreu sem realizar o último projeto dele, um filme sobre Saquarema” finaliza Rosaldo.

MELHOR ONDA K era o projeto em que ele estava trabalhando, finalizando e tentando viabilizar a exibição no circuito de cinemas. Já existe até um teaser com belas imagens na internet. Uma parceria ao lado de seu grande amigo Luiz Ignácio Guimarães, que estava colhendo incríveis imagens atuais, mas Maraca havia pesquisado muitas cenas antológicas de surf em Saquarema, que também estão presentes no filme.

Para divulgar o filme Maraca e Luiz Ignácio escalaram a laje de Itaúna. Estas fotos acabaram sendo utilizadas em homenagem ao Legend.


FOTO: LUIZ IGNÁCIO

A experiência de Maraca com filmes de surf no Brasil é antiga. Ele participou da produção do primeiro longa metragem, um documentário narrado pelo global Sérgio Chapelin – NAS ONDAS DO SURF, que foi exibido em cinemas de todo o Brasil em 1977.

ANÚNCIO PUBLICADO NA REVISTA BRASIL SURF NOS ANOS 1970 COM O POSTER DO FILME E UMA FOTO DE RICARDO BOCÃO DROPANDO PIPELINE DE FUNDO

MARACA E SEU PARCEIRO NA REALIZAÇÃO DE “MELHOR ONDA K”, LUIZ IGNÁCIO
FOTO: LUCIANO SANTOS PAULA

A participação de Maraca na estruturação do surf brasileiro e principalmente em Saquarema foi marcante. A partir de 1975, quando os festivais de surf foram realizados na cidade que ajudou a desbravar e escolheu para passar seus últimos dias, Rossini Maranhão participou da organização dos eventos da Ala Moana e da Copa CCE, os lendários Festivais de Saquarema. Mais tarde Maraca trabalhou com jingles comerciais. Também, ao lado de seu maior amigo e grande parceiro Otávio Pacheco, organizou eventos de longboard, do circuito mundial da ASP em Saquarema. E ainda dois eventos especiais, de pranchão, patrocinados pela Red Bull em Maresias 1998 e também na Barra, na praia do Pepê em 1999, com altas ondas e a presença de Clyde Aikau.

MARACA AO LADO DO PREFEITO E DE CAULI RODRIGUES, VENCEDOR NO FESTIVAL DE SAQUAREMA EM 1982. CAULI FOI O ÚNICO BICAMPEÃO EM ITAÚNA NA ERA DOS GRANDES FESTIVAIS PRÉ-ABRASP (78 e 82). REPRODUÇÃO VISUAL ESPORTIVO

MARACA EM MARESIAS DURANTE UM DOS EVENTOS “SURF & BEACH LEGENDS” ORGANIZADOS POR MARK LUND E CLAUJONES ANDRADE E PATROCINADO PELA OXBOW – FINAL DOS ANOS 1990
FOTO: RAFAEL SOBRAL

Vamos agora dar asas para mais algumas histórias contadas por Maraca e que gravei com ele em agosto de 2015, em uma agradável tarde em Saquarema.

MARACA, JACQUES NERY E DRAGÃO, ITAÚNA
FOTO: TONICO VASCONCELOS

A partir de 1970, de volta ao Brasil com a cabeça chacoalhada pelos caldos havaianos (ver histórias da postagem MARACA PARTE 1) e expandida por uma experiência de um solitário brasileiro na pauleira das ilhas, incentivado por amigos peruanos, shapers americanos e os mais tarimbados surfistas do Hawaii, Maraca voltou ao Brasil com novas ideias e atitudes.
Rossini Maranhão, mais uma vez com a palavra:
“Eu e Wanderbill começamos a fabricar pranchas lá na favela do Pavãozinho. Começamos a descascar pranchas e montamos uma oficina lá, com cavaletes. As pranchas chamavam MAREOCA, o mar e a casa. Uma expressão indígena, porque o mar era a nossa casa.
Depois me mudei para a Barra, perto do Quebra-Mar e trabalhávamos na oficina, eu, Wanderbill, Otávio fazendo pranchas, fizemos muitas pranchas, cada um com seus shapes. Eu encapava, lixava. Aqui em Saquarema eu trabalhei na fábrica do Betão e do Bocão, eu era o lixador. Eu cheguei a fazer muitos shapes também, mas tive uma intoxicação de espuma e resina. Eu shapeava, encapava, lixava, fazia tudo. Parei no meio dos 70, porque eu comecei a fazer os campeonatos.

BOCÃO, MARACA E BETÃO, SAQUAREMA ANOS 1970
FOTO: ARQUIVO PESSOAL BETÃO

Maraca continua: “Já nos festivais da Ala Moana (Manoel Urbano) eu ajudei a fazer tudo, ainda nos anos 70, todos os campeonatos de Saquarema eu estive envolvido com a produção. Nas reuniões precedentes, organizávamos tudo para eles realizarem o evento. Eu fazia os contatos com o pessoal daqui, tinha uma equipe que sempre ajudava.”

FINAL DE ABRIL DE 1971 – ONDA NO BAIXIO
“Quando eu voltei do Hawaii, eu passei pelo Peru, competi lá e fui sétimo no Mundial de Olas Grandes. Foi minha melhor classificação em ondas grandes em Punta Rocas. Fiquei em sétimo porque o sistema era por pontuação e quando eu cheguei lá fora o mar estava com 15 pés e eu tomei uma série na cabeça e não consegui segurar a minha prancha. Se eu tivesse conseguido pegar mais uma onda poderia ter ido até melhor e seria um dos primeiros.”

IMAGEM RETIRADA DO ÁLBUM DE FOTOS DO TITO ROSEMBERG PUBLICADO PELA MARCA TOTEM DE FRED D’OREY

“E logo na semana que eu cheguei no Rio de Janeiro, eu ainda estava na batida de Sunset, Pico Alto, Punta Rocas gigante, geral... Teve uma ressaca gigantesca no Rio de Janeiro, que provocou ondas no Arpoador que fechavam e eram tão grandes que quebrou o maior Baixio que já houve em Copacabana, surfável. Foi final de abril, ou começo de maio de 1971 (Páscoa) a água estava azul, uma coisa linda, terral, vento sudoeste.
Eu lembro que neste dia usei a gun que eu trouxe do Hawaii. Eu fiquei surfando um pouco no Posto 6, mas quando eu cheguei lá fora, pensei ‘o Posto 6 é Waikiki’ e falei para alguns amigos, vamos lá para o Baixio. Foi eu, o Mário Papinha, Canarinho, Moisés, um outro pessoal. O Betão não estava neste dia.
Quando nós fomos lá para dentro, ninguém quis entrar para a direita, porque onda mesmo, igual ao Hawaii, é ali na direita. Quando eu fui para lá, para o outro lado do pico, apareceu uma onda um pouco mais para fora. Era uma onda de uns 12 para 15 pés e pensei: ‘Caramba! Vai quebrar na minha cabeça’, e eu com uma 7’6”, sem cordinha. Eu percebi que ela encheu e não jogou para cima, decidi virar e entrar nela. Ela deu uma enchida falei, ‘É comigo mesmo’. Só que quando eu entrei na onda, como estava terral deu aquela segurada, eu pensei assim, caramba, eu vou cair aqui de cima. Mas a onda no Baixio não fica tão buraco assim. Eu não caí, vim lá de cima e surfei uma das maiores direitas que já dropei no Brasil. Eu olhei lá para baixo e lembro que demorei para chegar na base e eu andei nesta direita uma distância que eu fui parar longe, lá no Posto 4, porque a onda veio no Posto 5. Eu andei numa parede que eu fui parar no meio da baía de Copacabana. Para voltar foi a maior dificuldade, tive de achar um local que eu não ficasse no meio deste espumeiro, que não fosse tão bombástico. As espumas eram de 8 a 10 pés, vinham deslizando lá de fora.
Eu entrei na onda como se estivesse em Sunset, dei o maior viradão, fui lá em cima, desci, voltei enroscando de backside e um dos grandes testemunhos desta onda é o Cauli, ele pode contar. Eu tive a sensação do Hawaii em Copacabana, mas do Hawaii graaaandão. Não era um Havaizinho, não. Aqui TÁ grande, ahhhh... Vamos pegar umas ondas que está grande. Estava grandão.”

SAQUAREMA NO DIA QUE VIROU O BATEAU MOUCHE FOI MAIOR
(31 dez 1988) – outra história, outra década...

“Eu e Otávio salvamos uma menina, eu estava no outside de Itaúna, ondas de 12 a 15 pés. Estava, eu, Otávio, o Jacaré - Ronaldo Monteiro, pai do Raoni, que é professor de Educação Física e mais dois caras. Estávamos pegando ondas muito grandes. Era um swell oceânico, com água gelada, as ondas vinham em linhas.

Eu já vi o Carlos Burle pegar um desses aqui, que só dava para entrar nas ondas de jet ski. Estava uns 15 pés atrás da laje de Itaúna. Aqui dá onda muito grande.
Embora agora, a areia não esteja mais sendo levada lá para fora, atrás da laje, devido a construção de um píer. Então essa onda não tem aparecido muito lá fora onde antigamente era o drop e o pico. Mas temos que esperar ver um outro swell oceânico e gigantesco de leste para ver se vai quebrar. Acho que vai dar.” Refletiu Maraca, pouco mais de um ano antes de partir. Até agora essa ondulação, atrás da laje, como ele gostava de pegar (no início sem cordinhas), com os aventureiros da primeira geração de Saquá, não quebrou mais "daquele" jeito.

Neste mesmo dia de agosto de 2015, na casa de Jacques Nery, também colhi este depoimento de Otávio Pacheco sobre uma das sessões inaugurais que fizeram na Laje de Manitiba, em Jaconé.
Otávio Pacheco:  “A culpa da gente ter vindo morar aqui... Foi por causa das ondas. Era o North Shore do Rio de Janeiro. As ondas de Saquarema eram um laboratório de testes, o Maraca era um piloto de provas. E aqui, além dos fundos de areia da cidade, nós tínhamos um ‘secret spot’, que era a Laje do Jaconé, que nós começamos a surfar já naquela época. Eu caí lá a primeira vez com o Gustavo Carreira (falecido), saudoso amigo nosso, big rider.”

MARACA E UM DE SEUS MAIORES BROTHERS, OTÁVIO PACHECO
FOTO ANOS 2000 DURANTE A REALIZAÇÃO DO PRÊMIO FLUIR – RJ

Otávio Pacheco continua essa história: “Na primeira vez que caímos no Jaconé a direção da ondulação estava meio ruim e Gustavo acabou batendo com o calcanhar na pedra. Lá, ao contrário de Itaúna, você bate na laje. É uma onda selvagem, o Carreira pegou uma direita enorme, se machucou, eu peguei umas duas esquerdas, mas estava estranho. No dia seguinte eu fui buscar o Maraca, o Carreira não veio e nesse dia estava excepcional. Tinha umas ondas de 10 a 12 pés e eu vi esse cara aqui (aponta para Maraca), pegar um tubo e sair na baforada... Obviamente essa onda de Jaconé, a laje de Manitiba segundo os pescadores, é um nome indígena, mas nós chamamos de Laje do Jaconé. Ele pegou uma onda curta, mas muito intensa. Eu vi esse cara pegando dois tubos. Isso foi em 1971\72 e a partir dessa época nós começamos a frequentar essa laje. Quando Itaúna estava 12 pés fechando, ficava sem condições, nós íamos para a Jaconé. E um detalhe técnico é que não usávamos cordinha. Se perdêssemos a prancha chegávamos a nadar 40 minutos para resgatar a prancha na areia. Recentemente nós fomos ver a galera do tow-in pegar lá. Essa onda é perfeita para o tow-in. Foi o Carlos Burle, o Eraldo Gueiros e mais uma galera aqui de Saquarema, o Marquinhos Monteiro, que é nossa prata da casa. Quem mais? O Patrick... E 40 anos depois que nós caímos lá veio essa galera. E com jet ski. E realmente eles dominaram a onda. Mas nós fomos lá no peito e na raça”.
MARACA: “Deram show!
Uma vez surfando lá nos anos 70 fomos atacados por tubarões e tivemos de subir em cima da laje. A Maya Gabeira que esteve recentemente aqui, caiu em uma onda e saiu do mar como se tivesse levado um tombo de motocicleta, ficou toda ralada. É uma onda que independe do teu nível profissional, se você cair ali o risco de se machucar é muito grande. É perigosíssimo. Naquela direita eu já tive a sensação de estar 12 pés, tipo um Laniakea, mas a onda oca. Uma direita longa e muito rápida. Uma onda com fundo de pedra. Uma coisa terrível. Em Itaúna você pode até levar um caldão, mas não tem pedra embaixo.”


Maraca finaliza, sobre Saquarema: “Aqui também tem aquela magia, quando fica gigantesco de leste quebra a praia da Vila. A Vila fica igual a Pipeline. Então, eu não sei o que é melhor aqui? E você tem que ter um quiver de pranchas, porque lá na Vila as pranchas quebram como se fossem de papel. Palito. Tem dias lá que você quebra 3 pranchas e se você quiser entrar para pegar outra onda... Vai quebrar outra prancha. Se você quiser ficar jogando para dentro demais, você está arriscando. E hoje em dia está mais caro uma prancha, perto de uns R$ 1.000,00; o surf sempre foi um esporte caro. Mas aqui em Saquarema surfamos as melhores ondas de 1 a 10 pés, as mais rápidas, as mais fortes, sem o risco de você se machucar em fundo de coral.”



Otávio Pacheco e Maraca são dois de meus maiores amigos cariocas. Já fiquei na casa de Otávio em Saquarema e lembro de uma vez que Otávio veio com Maraca e ficaram hospedados comigo no apartamento do Guarujá. Eu e Otávio estávamos com longboards e Maraca veio sem pranchas nessa viagem. Quebravam umas ondas boas entre a Ilha e o Canto do Maluf, em Pitangueiras. Ofereci a Rossini uma das pranchas de meu quiver para ele cair conosco. Ele escolheu uma Tropical Brasil que eu tinha (tenho até hoje), uma 6’4” toda amarela, na qual havia colocado aqueles decks da Atomic, verdes (ficou bem patriota) não só na rabeta, mas também na parte da frente, eu sempre caía com uma lycra com essa prancha, para não assar o peito. E também nunca havia passado parafina, porque achava que não precisava e esteticamente queria deixar ela “clean”. Depois que parafinamos os pranchões, Maraca pegou a parafa e mandou bala passando em cima de todo o deck da rabeta até quase o bico. Engoli em seco, mas... ‘Fazer o que?’ É o Maraca que está fazendo isso. Um legend – a gente respeita e pronto.
Maraca e Otávio, juntos, sempre formavam uma situação um pouco hilária. As gozações rolavam na espontaneidade, mas ao mesmo tempo dava para sentir que no ar pairava uma amizade muito profunda. Guardo recordações incríveis destes mestres. Procurem na linha do tempo deste Blog: HISTÓRIAS DO SURF um pouco da sensacional carreira de Otávio Pacheco, em PARTE 1 e PARTE 2 também.


NO GRAMADO DA CASA DE JACQUES NERY, ITAÚNA
JACQUES FILMANDO MARACA, TONICO VASCONCELOS OPERANDO O SOM
OTÁVIO E PENHO AO FUNDO
FOTO: DRAGÃO

Ainda tenho declarações destes três legends: Penho, Maraca e Targão que poderei estar utilizando em meu livro, que finalmente deve começar a ser lançado (o primeiro de 5 VOLUMES), a partir do final deste ano.
Para buscar mais informações: WWW.HSURFBR.COM.BR

Para finalizar, mais algumas imagens de Maraca que venho garimpando na web, ou tenho scaneado de revistas e livros.

EXPEDIÇÃO BRASIL SURF PARA A ÁFRICA DO SUL – MID 70’s
DANIEL FRIEDMANN, RICO, FLÁVIO DIAS (COORDENADOR DA EQUIPE E SÓCIO DA REVISTA BRASIL SURF), BOCÃO E MARACA

ESTA FOTO FOI RETIRADA DE UMA DAS PÁGINAS DO LIVRO DE ALEX GUTENBERG: “HISTÓRIA DO SURF NO BRASIL – 50 ANOS DE AVENTURA”, PUBLICADO EM 1989
SURFISTAS DE PÉ: RICARDO MEYER – KADINHO, MARACA, PAULO PROENÇA – RATÃO, OTÁVIO PACHECO – TARGÃO, E AGACHADO PETIT – MENINO DO RIO E AS GAROTAS CARIOCAS
FOTO: MÚCIO SCORZELLI

MARACA EM FOTO RECENTE AO LADO DE SUA COMPANHEIRA HELOISA WILLON
FOTO RETIRADA DO FACEBOOK DE HELOISA

1967, TITO ROSEMBERG REGISTROU A VIAGEM QUE FEZ COM MARACA (SENTADO NO BANCO DE PASSAGEIRO) COM SEU JIPE, DE SAQUAREMA ATÉ ARRAIAL DO CABO

EQUIPE WAIMEA: WANDERBILL, IANZINHO, OTÁVIO E MARACA
RECORTEI DA INTERNET
(DESCOBRINDO O AUTOR DO CLIC... EU GOSTARIA DE CREDITAR)


Este blog anda em paralelo com o projeto do livro A GRANDE HISTÓRIA DO SURF BRASILEIRO, já entrevistei ao redor de uma centena de surfistas, em diversos Estados do Brasil, graças ao apoio dos parceiros que figuram ao lado. Ainda tenho muitas vivências inéditas, depoimentos fantásticos para colocar neste blog e também no livro. Pretendo deixar estes registros descontraídos para consulta de todos os interessados em conhecer esta história.

No livro, elaborado de forma mais técnica e profissional, as fotos selecionadas serão remuneradas com uma tabela de respeito pelo trabalho destes fotógrafos que preciosamente registram essa bela história. Continuo a fazer este blog com paixão e convido empresas que recolham ICMS em São Paulo para participar do projeto de concretização do LIVRO e terem seu logo veiculado aqui (na coluna da direita).

Para informações, no LINK abaixo, utilizem o Número de Código do Projeto: 21390


Um comentário:

  1. belo trabalho jornalistico , a memória é resistência contra a velocidade que a tal era pos moderna quer a todos sugerir como liberdade .parar um pouco para dedicar o tempo à fatos que não devem ser esquecidos renovam e dão forças àqueles que entre
    tantos outros ,como eu , descobriram e começaram a surfar após os cinquenta anos
    abraços

    j.lagoeiro

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