Adriano de Souza se consagra em
Saquarema
O Circuito Mundial de Surf passa pelo
Brasil desde seu nascimento com a IPS em 1976, há mais de 40 anos. Nos eventos
da elite (o WCT), conquistamos apenas 10 vitórias e Adriano de Souza é o único
bicampeão.
MINEIRINHO ESTAVA EM PLENA SINTONIA COM AS ONDAS DE ITAÚNA
IMAGEM RECORTADA DOS ARQUIVOS DA WSL
Esta postagem vai glorificar os
surfistas brasileiros que venceram a etapa de nosso país. Em todos estes anos o domínio australiano foi notório, eles levaram 22 eventos do WCT aqui
realizados, mais da metade. Dave Macaulay (Mister Brazil), é o único tetracampeão;
Taj Burrow e Kelly Slater têm 3 títulos; os bicampeões são John John, Mick
Fanning, Damien Hardman, Cheyne Horan, Tom Carroll e agora Adriano de Souza.
A etapa brasileira passeou pelas
praias do Rio (Arpoador, Quebra-Mar, Prainha, Barra e até triagens na Macumba); SC -
Floripa (Joaquina e a Caldeira do Diabo perto do Morro das Pedras), a praia do
Silveira em Garopaba, na Vila de Imbituba aconteceram eventos antológicos; SP -
nosso WCT passou pelo Guarujá em Pitangueiras e por Itamambuca em Ubatuba;
criou raízes na Barra da Tijuca (Barramares e Postinho) e foi ao berço
espiritual de Saquarema em 2002 e agora em 2017 novamente. Todas estas
passagens e eventos serão destacados nos 5 VOLUMES do livro, “A Grande História do Surf Brasileiro” que
tem previsão de lançamento a partir de 2017, 2018... A produção total prevê 660 páginas com informações históricas.
E por aí vamos, ao sabor de nosso
mercado e das peripécias de nossos políticos que tanto afetam nossas vidas. Não
podemos crucificar totalmente o poder público que também injetou valores
significativos para a concretização de grandes eventos de surf.
Mas o momento agora é de celebrar!
DANIEL FRIEDMANN, DE BRANCO E PEPÊ LOPES, CAMPEÃO DE 1976
QUEBRA-MAR DA BARRA DA TILUCA, 1977 – FOTO: FEDOCA LIMA
NOSSOS 10 CAMPEÕES DO WCT BRASIL
1976 – PEPÊ LOPES
1977 – DANIEL FRIEDMANN
1990 – FABIO GOUVEIA
1991 – TECO PADARATZ
1998 – PETERSON ROSA
1999 – ANDRÉA LOPES
2010 – JADSON ANDRÉ
2011 – ADRIANO DE SOUZA
2015 – FILIPE TOLEDO
2017 – ADRIANO DE SOUZA
Em 1977 a primeira final 100%
brasileira da (atual) Liga Mundial de Surf. Naquela época a entidade se chamava
IPS (International Professional Surfers) a primeira organização do surf
profissional no mundo.
DANIEL FRIEDMANN EM FOTO EXTRAÍDA DO PORTAL DA ALMA SURF E QUE
TAMBÉM FOI A ABERTURA DA MATÉRIA DO WAIMEA 5000 DE 1977 NA REVISTA BRASIL SURF
FOTO: KLAUS MITTELDORF
Ninguém imaginava que levaria 13 anos
para um brasileiro vencer novamente uma etapa do primeiro escalão do Circuito
Mundial de Surf Profissional. O autor da façanha foi Fabinho Gouveia.
CAPA DA REVISTA HARDCORE NÚMERO 17, GOUVEIA CARREGA UMA GUN NO
HAWAII
FOTO: ALBERTO SODRÉ
A EDIÇÃO TRAZ A COBERTURA DO HANG LOOSE PRO CONTEST REALIZADO
NO CANTO DO MALUF EM OUTUBRO DE 1990
A PRIMEIRA SEMENTE DA BRAZILIAN STORM FOI PLANTADA EM 1988, NO
MUNDIAL AMADOR DE PORTO RICO. TECO & FABINHO
FOTO: BETO ISSA
FOTO: AGOBAR JUNIOR
Foram mais seis anos vendo os gringos
levantarem nossa taça até que Peterson Rosa, com uma performance espetacular,
com um aéreo (ainda raro em competições) em plena final do evento, levou à
loucura o público na Barra da Tijuca.
CAPA DA FLUIR DE NOVEMBRO EM 1998, A ÚNICA ETAPA DO WCT NO
BRASIL FOI PATROCINADA PELA MARATHON (ISOTÔNICO). A FOTO DE AÇÃO DESTA CAPA É
DE UMA EXPRESSION SESSION NA EUROPA, EM LACANAU. FOTO: TONY FLEURY. O INSERT DELE ERGUENDO O TROFÉU É DE SEBASTIAN ROJAS
No ano seguinte foi a vez de Andréa
Lopes vencer o Rio Marathon Surf International na Barra da Tijuca. Foi a
primeira brasileira a vencer uma etapa do WCT, já na era da ASP.
ABERTURA DE MATÉRIA PUBLICADA NA EDIÇÃO DE NÚMERO 122 DA
REVISTA INSIDE NOW EM 1999. ANDRÉA FOI A RESPONSÁVEL POR PAVIMENTAR A TRILHA DO
SURF FEMININO PROFISSIONAL PARA SUAS SUCESSORAS NA ASP: TITA TAVARES,
JACQUELINE SILVA E SILVANA LIMA. FOTO DE MARCUS MENDONÇA
ANDRÉA LOPES EM CAPA DA REVISTA ALOHA (UMA PUBLICAÇÃO DA
HARDCORE) EM 1998.
PUPUKEA, HAWAII, FOTO DE MARCELO PRETTO
PUPUKEA, HAWAII, FOTO DE MARCELO PRETTO
Mais 10 anos em branco, sem nenhum de
nossos surfistas desfraldar a bandeira brasileira rumo a um pódio de WCT na
pátria mãe, até que Jadson André, arrebatador, venceu Kelly Slater numa final
eletrizante em Imbituba.
EM 2010 OS AÉREOS INOVADORES DE JADSON FAZIAM A DIFERENÇA, O
GRAU DE ACERTO DELE NESTA MANOBRA ERA FEROZ. PRAIA DA VILA IMBITUBA, ESQUERDAS
LONGAS E PERFEITAS, CENÁRIO IDEAL PARA O BRASILEIRO ACELERAR E USAR SUA ARMA
MORTÍFERA NA FINAL CONTRA A GRANDE ESTRELA, SLATER, NO AUGE NA ÉPOCA
FOTO RETIRADA DA COBERTURA DO GLOBO ESPORTE: DANIEL SMORIGO
Estávamos começando a engrenar de vez
quando no ano seguinte o evento voltou para a Barra da Tijuca e Adriano de
Souza vibrou muito e chorou ao lado da torcida brasileira, momento emocionante
que foi escalado para ser uma das fotos da capa do VOLUME 1 dos livros que
comporão “A Grande História do Surf
Brasileiro”.
PROPOSTA DE CAPA DO LIVRO COM ARTE E PROJETO GRÁFICO DE
FERNANDO MESQUITA
ADRIANO DE SOUZA, DE LYCRA AZUL, ERGUENDO A PRANCHA \ TROFÉU,
NO BILLABONG RIO PRO DE 2011
FOTO: BASÍLIO RUY
VEJA TODOS OS CRÉDITOS DAS FOTOS DESTA CAPA EM: WWW.HSURFBR.COM.BR
Na década de 10 os surfistas
brasileiros entraram de sola e começaram a conquistar pódios seguidos. Uma de
nossas estrelas, Gabriel Medina, ainda busca uma vitória no WCT brasileiro,
embora tenha vencido o HD Pro Junior World Championships de 2013 na praia da Joaquina.
Em 2015 a vitória de Filipe Toledo no Postinho da Barra da Tijuca foi o evento
de surf com maior cobertura na mídia brasileira – todos os tipos de veículos. E
a torcida brasileira fez a diferença.
REPRODUÇÃO DA REVISTA SURFAR. FILIPINHO E A GALERA EM 2015.
MOMENTO MARCANTE REGISTRADO POR PEDRO TOJAL
A expectativa é que as praias de
Saquarema, renomadas pela consistência, poder, perfeição e qualidade de suas
desafiadoras ondas, permaneçam como a sede do WCT brasileiro. O point de Itaúna
foi o palco ideal para Adriano de Souza se transformar no primeiro bicampeão brasileiro da etapa da WSL. Nosso “Maracanã”, para os surfistas desfilarem sua
categoria.
VISÃO AÉREA DE ITAÚNA DURANTE O OI RIO PRO 2017
IMAGEM RECORTADA DA COBERTURA DA SURFLINE, FOTO: SEBASTIAN ROJAS
Saquarema e especificamente a praia
de Itaúna proporcionou eventos épicos para o surf brasileiro e internacional,
decidiu campeões nacionais e impressionou surfistas dos quatro cantos do globo.
Os maiores surfistas que o Brasil já formou, treinaram, graduaram-se e venceram
eventos em Itaúna.
OTÁVIO PACHECO, RICARDO BOCÃO, RICO DE SOUZA E CAULI RODRIGUES
PRONTOS PARA ENCARAR AS ONDAS DE ITAÚNA EM 1978, QUANDO AINDA NEM EXISTIA UM
CIRCUITO BRASILEIRO. CAULI FOI O VENCEDOR DE 1978 EM EVENTO PATROCINADO PELA ALA MOANA
FOTO: FERNANDO “FEDOCA” LIMA
AUTO-RETRATO (SELFIE) DO MAIS LONGEVO FOTÓGRAFO, ATIVO DESDE OS TEMPOS
DA SAUDOSA BRASIL SURF – FERNANDO MENDONÇA LIMA, ITAÚNA 2017.
NÃO É À TOA QUE FEDOCA É O ÚNICO FOTÓGRAFO AUTOR DE 2 FOTOS NO
PROJETO DA CAPA DO LIVRO EXIBIDA ACIMA
FOTO: FEDOCA
Depois de muitas histórias voltamos à
realidade do momento. Os surfistas da elite passaram por Saquarema e seguem
para Cloudbreak em Fiji. Mais adrenalina e emoção. A história do surf
brasileiro continua a ser escrita e um grande ingrediente do Oi Rio Pro 2017
foi a performance do wildcard Yago Dora.
YAGO DORA DE BACKSIDE, OU DE FRONT, DEU SHOW EM ITAÚNA
FOTO: FEDOCA LIMA. IMAGENS DE FEDOCA RECORTADAS DO SITE RICOSURF
A performance de Yago, derrotando três campeões mundiais no processo, valeu um novo convite de wildcard para o OuterKnown Fiji Pro, patrocinado pela marca de Kelly Slater que entra para ajudar a bancar a mais cara e glamorosa etapa da WSL.
Para finalizar, vejam essa imagem que
recortei de uma matéria recente no site da WSL (tradução logo abaixo como
legenda da foto).
NA FOTO A CHAMADA DIZ “DORA TIRA JOHN JOHN FLORENCE”,
DESTACANDO QUE O WILDCARD DO OI RIO PRO FORÇOU A SAÍDA MAIS PREMATURA DO ATUAL
CAMPEÃO MUNDIAL NESTA TEMPORADA, NO ROUND 3. MAIS INTERESSANTE AINDA É A
DECLARAÇÃO DE MICK FANNING QUE VEM NO TEXTO LOGO ABAIXO DA FOTO
FANNING, QUE FOI UM DOS CAMPEÕES MUNDIAIS DERROTADOS POR YAGO
DURANTE O OI RIO PRO, AO LADO DE MEDINA E JJ FLORENCE, DISSE SOBRE YAGO: “ESSE GAROTO NÃO É BRINCADEIRA, ELE É UM GRANDE
SURFISTA E O FATO DE TER DERROTADO TANTOS CAMPEÕES MUNDIAIS, DA FORMA COMO ELE
FEZ, DEVEMOS FICAR ESPERTOS. ACHO QUE ELE TERÁ UM FUTURO BRILHANTE. FICO
EXCITADO COM ISSO, GOSTO DE VER QUANDO APARECEM ESTES SURFISTAS JOVENS EM
ASCENSÃO E ATIRAM UM GATO NO MEIO DOS POMBOS.”
A REPORTAGEM SOBRE YAGO DORA FECHA COM A EXPECTATIVA DE BOAS
ONDAS PARA A ETAPA DE FIJI, QUE TERÁ INÍCIO NO DIA 4 DE JUNHO PARA OS HOMENS E
ANTES AINDA PARA AS MENINAS
IMAGEM RECORTADA DO SITE DA WSL
Aguardem para breve a segunda parte
da entrevista que fiz com o legendário surfista Maraca, em minha última viagem
a Saquarema (agosto de 2015), com destaque para o relato de um mar gigante que ele surfou no Baixio de Copacabana. Preservar histórias, imagens e fatos que dão
gosto de ler e conhecer. Este é o objetivo deste blog.
Dragão a enciclopédia viva do surfe. Muito obrigado, por acreditar em nosso trabalho.
ResponderExcluirhttps://www.litoralnamidia.com.br/boletim-das-ondas-brasil/surfista-do-mes/