É hora de trabalharmos com mais afinco nossas meninas
O Circuito Mundial
de Surf mudou muito desde que comecei a me dedicar a este blog há mais de uma
década. Relembrando minhas postagens de 2013... O órgão que administrava o
World Tour ainda era a ASP e estávamos no limiar de nosso primeiro título na
elite, que viria com Gabriel Medina em 2014 (o último título da Era ASP).
E nasceu a WSL, com
o apoteótico e merecido título de Adriano de Souza, em 2015 num dia de ondas
medianas para fracas em Pipeline, porém com emoções prá lá de cardíacas. Nas mais
de 100 postagens que podem ser consultadas no menu aqui ao lado há histórias
muito antigas, perfis de surfistas fundamentais e análises de passagens
marcantes destes anos mais recentes.
Hoje em dia os nomes de surfistas brasileiros são maioria no ranking final da entidade, que (com novas regras) escala os 5 MELHORES da temporada para, após 10 etapas, disputar o que a WSL - a Liga Mundial de Surf, uma empresa com fins lucrativos, apelidou de Rip Curl WSL FINALS a ser realizada no próximo mês na Califórnia, apenas 10 surfistas, somando mulheres e homens irão competir.
RANKING DE 2023 APÓS AS 10 ETAPAS PRELIMINARES
A HORA DO “VAMOS
VER” COMEÇA EM LOWER TRESTLES DIA 8 DE SETEMBRO
Pelo terceiro ano
seguido a WSL elege a onda de alta performance deste pico do sul da Califórnia
para definir os títulos mundiais, feminino e masculino. Uma onda encantadora, perfeita para direita e esquerda, que está sempre crowdeada e que permite aos surfistas mais competitivos do
momento exibirem sua destreza, a qualidade de seu surf e o instinto matador de
um campeão.
A temporada da WSL de
2023 trouxe um ingrediente extra, pois traria a responsabilidade de classificar
10 surfistas para os Jogos Olímpicos de PARIS 2024. Em uma atitude ousada do
Comitê Olímpico francês, o que poderia ser decidido em Biarritz, ou nos beach
breaks maravilhosos da região de Hossegor, foi transferido para Teahupo’o, no
Tahiti. Sorte dos telespectadores, à nível mundial, pois o público presente lá
será diminuto e selecionado. Que venham as ondas espetaculares que a comunidade
do surf tão bem conhece.
JOÃO CHIANCA, DE SAQUAREMA, SURFANDO EM TEAHUPO'O. UM DOS SURFISTAS BRASILEIROS QUE ESTÁ GARANTIDO PARA AS OLIMPÍADAS DE 2024.
O SURF TERÁ SUAS COMPETIÇÕES OLÍMPICAS NA
POLINÉSIA FRANCESA
As regras colocadas,
o Brasil já classificou três surfistas que representarão nosso país nas
Olimpíadas da França em 2024. Eles foram definidos pelos rankings da Liga em
2023: Tatiana Weston-Webb pelas mulheres; Filipe Toledo e João Chianca pelos
homens. Em fevereiro ocorrerá uma competição da ISA (Associação Internacional
do Surf) que definirá os outros classificados, no Caribe. Podemos ter mais uma
menina e caso o time brasileiro neste evento consiga vencer a pontuação por
equipes, poderemos escalar um terceiro surfista na categoria masculina.
Apesar de hoje em
dia termos o melhor elenco entre os homens, a disputa será acirrada e a CBSurf
(Confederação Brasileira de Surf) estará bem preparada para representar na ilha
de Porto Rico, onde Fábio Gouveia conquistou o primeiro título mundial de surf
para o Brasil em 1988. Obviamente australianos e norte-americanos também irão
para Porto Rico com o mesmo objetivo. Este evento, 2024
ISA WORLD SURFING GAMES terá grande repercussão. Lembro que a equipe brasileira
perseguiu com afinco a vitória por equipes após a conquista de Gouveia, mas conseguiu
o primeiro título de times apenas 12 anos depois, nos ISA GAMES do ano de 2000, em Maracaípe (PE).
A EQUIPE DO PERU FOI A VENCEDORA NO EVENTO DE 2023
A vaga da equipe vencedora
nos ISA Games é da Confederação de cada país e caso o Brasil consiga esta
prerrogativa do terceiro atleta, o mais lógico para CBSurf é a indicação de
Gabriel Medina, nosso tricampeão mundial e que tem um histórico inigualável nas
ondas de Teahupo’o. Não faltará emoção no evento a ser realizado nas boas ondas
de Porto Rico no início do próximo ano olímpico.
Nesta postagem deste
blog darei uma atenção especial ao surf feminino brasileiro que tem um belo
histórico, mas também um percurso importante e dedicado a ser seguido de forma
a termos nossa primeira campeã mundial da liga e quem sabe olímpica. Medalha
que já temos no masculino com o potiguar Ítalo Ferreira. Na WSL já temos o hexa com
Adriano Mineirinho, Ítalo, Filipe Toledo e o tri de Medina. Com as meninas já
temos mais de um vice-campeonato, já lideramos o ranking, mas um título ainda
nos escapa.
E vamos agora analisar
um pouco do excelente trabalho que foi feito com nossos surfistas da categoria
masculina e que deve e pode ser levado ao mesmo patamar com o surf feminino
brasileiro. Independente de nossas heroínas citadas no link de 2014 ao final desta postagem, há uma série
de fatores que fomos “ticando” para hoje determos essa supremacia apresentada
pelo ranking lá no topo.
O mais importante
deles é termos levado nossos surfistas para graduarem-se em ondas "tipo" do
chamado Dream Tour, ondas de point breaks e de recifes desafiadores, que
raramente são encontrados nas costas do litoral brasileiro. Adicione a isso um
preparo, além de físico, mental e emocional. A alimentação correta, hábitos de
treinamento e vida regrada que se somam ao talento natural e desenvolvido por
cada atleta.
NOSSAS
MENINAS DE PONTA
Partindo de Tatiana que foi nossa única atleta que participou da WSL no circuito de 2023 e lá conseguiu a vaga olímpica, mas nesta temporada não se classificou entre as cinco para a disputa do WSL FINALS, sigo com imagens das outras garotas que disputam o Challenger Series em 2023, o escalão do surf que dá acesso à elite. O CS terá sua definição em Saquarema mais para o final deste ano indicando 5 meninas e 10 homens para CT (Championship Tour) 2024.
TATIANA WESTON-WEBB, NASCEU EM PORTO ALEGRE, FILHA DE UMA
BODYBOARDER GAÚCHA E UM PAI IRLANDÊS, MORA NO KAUAI E JÁ FOI VICECAMPEÃ MUNDIAL
LUANA SILVA, FILHA DE PAIS BRASILEIROS, MAS NASCEU NA ILHA DE
OAHU. LUANA JÁ TEVE O GOSTO DE FREQUENTAR A ELITE POR MEIA TEMPORADA. DEVE
VOLTAR
SOPHIA MEDINA É UMA DAS GRANDES PROMESSAS DO SURF
BRASILEIRO. TERÁ TODA ESTRUTURA PARA BATALHAR POR DESTAQUE ENTRE AS MELHORES DO
MUNDO
Recentemente o site Litoral
na Mídia fez uma abrangente reportagem abordando a carreira de Sophia,
cliquem no link abaixo para muitas informações e depoimentos:
https://www.litoralnamidia.com.br/mundo-sophia-legado-da-familia-medina/
LAURA RAUPP, AOS 17 ANOS, CATARINENSE E FILHA DE PAIS SURFISTAS,
É OUTRA PROMESSA DO SURF BRASILEIRO. LAURA VEM EM UMA EVOLUÇÃO CONSTANTE
Entrevista da
jornalista Janaína Pedroso para o site Origem Surf:
https://origemsurf.com.br/2023/07/04/entrevista-laura-raupp-fala-sobre-rotina-e-sonhos/
O TRABALHO
NÃO DEVE CESSAR
A comunidade do surf
brasileiro, técnicos, empresários patrocinadores, juízes, dirigentes, famílias
do surf, preparadores físicos e psicológicos, escolas de surf, associações,
federações e a própria CBSurf, vêm ao longo dos anos proporcionando um trabalho
e amparo para que os surfistas brasileiros atingissem o padrão mais alto da
atualidade no surf masculino. O momento agora é de estender essa excelência
para o surf feminino.
Um dos aspectos mais
importantes, que gabaritou nossos homens para chegar ao nível atual, foi a
constatação de que é importantíssimo viajar para ondas desafiadoras do mesmo
nível que as melhores do circuito mundial do primeiro escalão. No litoral
brasileiro não temos point breaks e bancadas (reefs) com o padrão destas ondas
“premiadas” para as quais o Dream Tour foi direcionado. Nossos beach breaks são
fantásticos para treinar manobras aéreas, mas uma campeã mundial será forjada
dominando todos estes tipos de ondas, aliando isso a um ataque progressivo, e
atitude com a mesma pressão exercida pelas líderes do ranking. A barra foi
ajustada muito alto pelas meninas que lideram a mais nova “explosão” do surf
feminino. Não podemos e nem vamos ficar atrás.
Temos uma história grandiosa e de longa data com as mulheres participando desde que o surf surgiu nas águas brasileiras. Para conhecer mais detalhes e façanhas que serão destacadas na coleção de livros que estou preparando: A GRANDE HISTÓRIA DO SURF BRASILEIRO, cliquem em mais este link, uma postagem que fiz em 2014.
São cinco volumes, o primeiro está disponível e mais quatro livros serão lançados ao longo dos próximos anos.
Acompanhem um breve histórico do surf feminino e algumas das conquistas
https://surfdragonblog.blogspot.com/2014/09/as-meninas-do-surf.html
Finalmente, só tenho
a agradecer aos patrocinadores que apoiaram este projeto cultural desde seu
lançamento e prometo continuar trabalhando com este blog, o site, a coleção de
livros e uma plataforma multimídia que estarei desenvolvendo nos próximos anos,
sempre deixando muitas informações, histórias, entrevistas e registros dessa
jornada, para quem desejar consultar e pesquisar.
OS QUATRO PRIMEIROS PATROCINADORES QUE ACREDITARAM NESTE PROJETO
Maiores informações
e link para aquisição do VOLUME 1 dos livros no site:
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