UM DOS SEGREDOS DA BRAZILIAN STORM
O longo caminho de investimento na base
Nestes
últimos 10 anos o surf brasileiro masculino vem remando de braçada na frente
dos australianos, uma vez senhores do World Tour, americanos e havaianos. O
grande segredo foi um “investimento” iniciado ainda nos anos 1980, que preparou
nossos iniciantes para o futuro.
POSTER DO PRIMEIRO CIRCUITO LIGHNING
BOLT
ANÚNCIO PUBLICADO NA CONTRACAPA DA FLUIR
DE 1989
A capa dessa
edição trazia Jojó de Olivença, o segundo campeão da Abrasp em 1988. A Abrasa
naquele ano prepararia o time para representar o Brasil no Mundial Amador do
Japão, que se realizaria em 1990 e teria surfistas como Kelly Slater e Peterson
Rosa na disputa, vencida na categoria open pelo taitiano Heifara Tahutini. Após
nosso resultado em 1988 no mundial de Porto Rico a expectativa era grande.
A Abrasa
(hoje CBSurf) era responsável pelo ranking nacional amador, o Circuito Lightning
Bolt Junior e Mirim era estadual paulista, que atualmente foi assumido pela
Hang Loose com a alcunha SURF ATTACK, atraindo aspirantes de todo o Brasil para
suas etapas muito bem organizadas e competitivas.
POSTER DO
HANG LOOSE SURF ATTACK DE 2018
Novas
categorias foram sendo introduzidas e hoje este circuito é um dos principais
celeiros de novos talentos e um dos motivos de surfistas paulistas como Adriano
de Souza, Gabriel Medina e Filipe Toledo despontarem na ponta do ranking
mundial. Os circuitos Hang Loose Surf Attack, realizados apenas nas praias paulistas
e o nacional da Abrasa, não foram a única razão de evolução para as novas
gerações do surf brasileiro.
CAPA DE UM DOS VÍDEOS DO RIP CURL
GROM SEARCH
CIRCUITO REALIZADO NO INÍCIO DOS ANOS
2000
POSTER DO
QUIKSILVER KING OF THE GROMS
EM BAÍA FORMOSA NO ANO DE 2012
EM 2011 A BILLABONG PATROCINAVA O
CIRCUITO AMADOR
DA ABRASA \ CBS E TRAZIA FILIPE TOLEDO
NO POSTER
Estes
circuitos espalhados pelas praias de nosso litoral foram formando nossos novos
talentos. As famílias se organizavam para apoiar e prestigiar os pequenos e
buscavam a educação adequada, orientação de especialistas para desenvolver
carreiras. Desde os anos 1990 e no início dos anos 2000 fomos nos graduando...
Na década de 10 o surf brasileiro “explodiu”, surgiu devastador como uma
tempestade no cenário internacional.
A MARCA HD PATROCINOU O MUNDIAL WORLD
JUNIOR DA ASP
A ETAPA REALIZADA NA JOAQUINA FOI VENCIDA
POR GABRIEL MEDINA
O Brasil
desde o início dos anos 2000 começou a preponderar nos Mundiais Pro Junior da
ASP. Futuramente trarei uma postagem específica com o histórico de nossa
participação e conquistas nestes eventos para surfistas abaixo dos 20 anos. O
trabalho feito na base, aqui no Brasil, teve reflexo e trouxe muitos resultados
em nível internacional.
A percepção
internacional desta revolução forjada aqui no Brasil e estruturada por
técnicos, gerentes de marketing, dirigentes, doutores, famílias, cobertura
competente da imprensa e principalmente pelo talento de nossos precoces surfistas,
começou com o baque do evento King of The Groms realizado na França em 2009 e
com final 100% brasileira com Medina e Caio Ibelli.
GABRIEL MEDINA SAINDO DE SUA
PERFORMANCE PERFEITA NA
FINAL DO QUIKSILVER KING OF THE GROMS
NA FRANÇA EM 2009
FORAM DUAS NOTAS 10 – FOTO: PETER
WILSON
EM 2010 GABRIEL MEDINA VENCEU O MUNDIAL DA ISA EM PIHA NA
NOVA ZELÂNDIA NA FOTO COM FERNANDO AGUERRE
NO MESMO ANO DE 2010 POSTER DO GROM
SEARCH NO BRASIL COM ETAPAS EM SAQUAREMA E GUARUJÁ
HANG LOOSE SURF ATTACK DE 2016
TRAZENDO IAN GOUVEIA OUTRO ATLETA QUE CHEGOU NA ELITE NO POSTER
FOTO: FERNANDO BRONZEADO
Para
finalizar ainda gostaria de destacar que diversas outras empresas de surfwear
no Brasil ajudaram a pavimentar esta estrada, em especial meus primeiros patrocinadores nesta minha empreitada competitiva, primeiro a Wave Rider e depois a Wagon Surf Line. Na foto aqui acima estou surfando
na praia do Tombo, no Guarujá, beirando os 40 anos e trabalhando na imprensa do
surf, cobrindo eventos praticamente semanais, decidi voltar a competir nas
categorias master e longboard para poder escrever textos mais “quentes” com
mais propriedade para comentar baterias e entender a evolução do julgamento na
pele.
No momento em que preparo esta postagem histórica do trabalho de base que fizemos de forma competente ao longo de diversos anos, o Circuito Mundial de 2024, agora da WSL, está começando com as etapas de Pipeline e Sunset, arenas em que durante muito tempo nos sentíamos em desvantagem e agora temos diversos surfistas entre os favoritos. De lá iremos para Porto Rico, onde o Brasil já teve momentos de glória, para a seletiva final das Olimpíadas - ISA Games.
Conhecer a história e algumas das razões que nos levam a ter este orgulho na atualidade é importante. As outras nações do surf estão loucas para quebrar esta nossa hegemonia de uma década. Lembrando que o primeiro título de Gabriel Medina foi em 2014. Vamos ver o que vai acontecer...
Neste ano de
2024, através deste blog estarei contando histórias, mas também analisando os
acontecimentos atuais que envolvem o surf brasileiro e continuarei indicando 1
DISCO – 1 LIVRO – 1 FILME a cada nova postagem. O objetivo é entreter e manter
a expectativa para os próximos quatro volumes dos cinco livros que tem o
objetivo de deixar registrada A GRANDE HISTÓRIA DO SURF BRASILEIRO em um nobre
formato impresso com capa dura. Busquem o primeiro volume que já está disponível em livrarias selecionadas e na internet.
AS BAFORADAS DO DRAGÃO
UM DISCO
UM LIVRO
UM FILME
UM DISCO – 4
WAY STREET – Crosby, Stills, Nash & Young
O americano
David Crosby de Los Angeles, o texano Stephen Stills, o inglês Graham Nash e o
canadense Neil Young, em situações variadas se juntaram no que chegou a ser
chamado de um “supergrupo”. A gênese do encontro foi em 1969 durante o Festival
de Woodstock, mas antes e principalmente depois, os quatro tiveram carreiras e
participações estelares.
Já no meio
dos anos 1960 os quatro começavam a despontar em bandas de renome que pipocavam
aqui e ali após o fenômeno dos Beatles e dos Rolling Stones (estes ainda terão
discos entre meus preferidos destacados e decantados aqui). Neil Young e
Stephen Stills eram membros do Buffalo Springfield, formado em 1966, talvez o
maior berço do “country rock”. Graham Nash participava da banda inglesa The
Hollies e David Crosby do fantástico grupo The Byrds, ao lado de Chris Hillman e Roger McGuinn,
com diversas guitarras distorcidas se embaralhando, criando roupagens
diferentes para clássicos de Bob Dylan e criativas músicas autorais.
Após o
sucesso da apresentação deles em Woodstock eles se mantiveram juntos para uma
série de shows em 1970. Nos meses de junho e julho as faixas selecionadas para
o álbum duplo, todo ao vivo, 4 Way Street foram tiradas de gravações em Nova
Iorque, Los Angeles e Chicago. Os quatro estavam inspirados e este é
considerado um dos melhores discos ao vivo da história do rock. Um álbum duplo,
dois discos de vinil, quatro lados de 20 e poucos minutos cada, para ficar virando na
vitrola. O primeiro disco é acústico com os quatro dedilhando seus violões,
guitarras acústicas e desfilando suas maravilhosas vozes, por vezes Stills e
Nash saltavam para o piano. A harmonia vocal entre eles é um dos pontos altos
do grupo.
O segundo
disco, poderíamos chamar de eletrônico, é um espetáculo de rock & roll, por
vezes pesado, sem deixar de ser harmônico. Além dos quatro, foram suportados
nos shows pelo baixista Fuzzy Samuels e o baterista Johnny Barbata. Este
segundo álbum tem versões de Southern Man de Neil Young (13:45 minutos)
e Carry On de Stephen Stills de quatorze minutos, que são verdadeiras
jam sessions com o virtuosismo dos guitarristas elevado a enésima potência.
Estes dois são verdadeiros craques do instrumento. Crosby não fica nada atrás e
Nash um especialista na guitarra rítmica. As peculiaridades vocais e timbres de
guitarra de cada um salta aos ouvidos de forma pungente na segunda bolacha.
Diria uma bolachada. Composições dos quatro membros se alternam por todos os lados dos discos.
Se falei das
raízes de cada um dos quatro, não posso deixar de falar dos caminhos futuros, todos
tem discos individuais que valem ser pesquisados. Também atuaram em parcerias mais
enxutas, os mais velhos Crosby & Nash fizeram diversos álbuns da dupla, não
menos qualificados que dos quatro juntos. Por outro lado, chegou a ser formado
o Stills Young Band. A trinca C, S & N também tem discos soberbos (diversos)
e a quadra vira e mexe se encontrava. Trabalhos mais recentes individuais, já
dos anos 2000, também são de tirar o chapéu.
O único
deles que já faleceu, quando escrevo este texto em 2024, foi David Crosby em
janeiro de 2023. Os outros três, beirando os 80 anos, continuam de certa forma
ativos e homenageados com frequência. Tive o prazer de assistir a um show
acústico de Crosby, Stills & Nash, nos anos 90 no auditório da University
of Hawaii, enquanto trabalhava para uma de minhas coberturas de temporada
havaiana para a revista Hardcore. Achei uma pena apenas o fato da
ausência de Neil Young, que sempre foi meu preferido entre eles.
AO ABRIR O SEMINAL ÁLBUM DA ATLANTIC
RECORDS UMA IMAGEM DE BASTIDORES DAQUELES SHOWS NO ANO DE 1970
Logo após o
sucesso deles em Woodstock produziram um épico disco de estúdio: Déjà Vu,
lançado ainda em 1970. Quem nunca ouviu este disco na íntegra, não se
arrependerá de incluir na discoteca digital de hoje em dia. Outra verdadeira “master
piece” – obra prima. O disco duplo 4 Way Street, foi lançado em 1971. O
último disco de estúdio com os quatro juntos é de 1999, Looking Forward.
Para pegar e recomendar um disco de Neil Young, aos que pouco conhecem seu
trabalho: Decade de 1977 traz uma compilação de seu trabalho 1966 até
1976, um artista eclético que passeia do heavy ao soft com igual desenvoltura. Sky
Trails, disco solo de David Crosby de 2017 é maravilhoso. Vale a pena descobrir
e conferir diversos trabalhos em parcerias ou discos individuais de cada um
destes quatro mestres. Go search, ouça, arrepie-se. Nunca recomendarei nenhuma
porcaria aqui.
UM LIVRO – STOKED! A HISTORY OF SURF CULTURE – Drew Kampion
Tenho a
versão em português deste livro. Editado em Portugal e impresso na Espanha em
1998, comprado na extinta FNAC aqui em São Paulo.
CAPA DA VERSÃO EM PORTUGUÊS
Na edição
lusa eles colocam o nome de Bruce Brown ao lado de Drew, mas o renomado cineasta
faz apenas um pequeno prefácio, todo conceito, texto, edição fica a cargo de
Drew Kampion, um dos grandes ases do jornalismo de surf nos EUA desde o final
dos anos 1960. A compilação da fotografia é um dos pontos altos da obra. Na
verdade, Kampion conta a história do surf no livro, à sua moda, no final das
contas a cultura do surf é o próprio surf, o estilo de vida, o esporte. Com
muito critério na montagem e seguindo um roteiro muito bem elaborado e
cronologicamente coerente, deixa um precioso documento.
Drew Kampion
foi um dos primeiros escritores de surf que me chamou a atenção quando comecei
a colecionar revistas. A Surfer mais antiga que tenho é de 1968. Numa
das edições de 1969 vinha a cobertura do famoso World Contest de 1968 em Porto
Rico, vencido pelo havaiano Fred Hemmings, quando os australianos Nat Young e
Wayne Lynch eram os favoritos. Uma bela cobertura. Os anos 1970 foram a década
em que os conceitos do que era o estilo de vida do surf, o surf profissional, a
busca por ondas perfeitas ainda não descobertas e os códigos da tribo foram
equacionados no maior veículo que tivemos durante décadas: as revistas. Drew
trabalhou na Surfer e na Surfing com igual desenvoltura,
habilidade jornalística, licença poética e competência. O livro Stoked é
com certeza seu trabalho de maior envergadura.
PÁGINA DUPLA COM GERRY LOPEZ EM
DESTAQUE
A princípio
o linguajar na versão em português surpreende e parece que a tradutora, Sandra
Oliveira, tinha pouca intimidade com o surf. Em muitos dos parágrafos ao ler,
tentei fazer um exercício para imaginar quais teriam sido as palavras originais
utilizadas por Drew Kampion. Trabalhando pela Fluir nos anos 1980 e
depois pela Hardcore a partir de 1990, sempre traduzi diversos textos,
histórias de fotógrafos, matérias originais de revistas internacionais que
buscávamos autorização para publicar aqui e o meu cuidado era incrível para
encontrar um linguajar que estivesse de acordo com nosso modo de se comunicar.
Recomendo
para quem lê em inglês a versão de 1997 de Drew Kampion. O livro é maravilhoso
de qualquer forma e independente do português escrito em Portugal ter muitas
nuances de linguística peculiares, chega a ser divertido buscar o feeling da redação
original nas entrelinhas deste livro. Nada disso tira o valor de uma das obras
literárias mais valiosas da cultura do surf. Ao virarmos cada página do livro “Stoked!
A History of Surf Culture” percebemos o esmero com que Drew Kampion pensou,
planejou, usou sua vivência e seu conhecimento, para executar. Grandioso
trabalho.
UM FILME – SURFERS: THE MOVIE – Bill Delaney
Com prazer
que passo de uma dica valiosa da literatura, para outra não menos importante da
filmografia de nosso adorado esporte. No final dos anos 1980 Bill Delaney que
já havia adquirido fama ao lançar o filme Free Ride em 1977, partiu para
um projeto ainda mais ousado. Para montar Surfers: The Movie começou a
coletar uma série de entrevistas com surfistas famosos daquele momento e até
mais antigos. Um dos maiores atrativos do filme são os depoimentos de Miki Dora
e Owl Chapman. Na verdade, todos, muito bem escolhidos e editados.
O filme
trabalha com imagens grandiosas de astros da ponta do ranking na época como Carroll,
Pottz, Occy e Curren... Já traz um jovem e cabeludinho Kelly Slater e dá fala a algumas
das lendas vivas do surf. A dosagem da mistura de imagens atuais e pesquisa em arquivo
está muito bem balanceada e o que acaba ocorrendo é uma narrativa mágica do que
era ser um surfista no final daqueles anos 1980, um tempo em que o fator
comercial e grandiosidade das marcas de surf ainda não havia transfigurado a “alma”
do surf.
Essa
transfiguração ocorre de uma forma ainda mais violenta agora, nos Anos 2020, deste
século muito mais forte que em 1920, quando Duke Kahanamoku decidiu espalhar o Espírito
de Aloha pelo planeta. Quanta mudança? O que não podemos negar é que Surfers:
The Movie faz um retrato de um tempo especial, com personalidades marcantes
que tem o que dizer. As imagens de dentro d’água registradas por Dan Merkel e apresentadas em câmera lenta, a
qualidade dos takes e falas em cada entrevista, a bela trilha sonora fazem diferença.
Abaixo link no Vimeo para um
trailer deste filme, que teve uma edição reformulada pelo autor em 1991:
Para fechar com uma pitada de Brasil nesta história toda, achei interessante lembrar de uma bela reportagem de Fred d’Orey que saiu publicada em uma revista Fluir do início de 1990, depois que Miki (ou Mickey com muitos ainda o chamam) Dora passou pelo Brasil em 1989.
Era sua
segunda viagem para cá, já havia estado em nossa terra no ano de 1969 e passou
sob o radar dos surfistas da época. Dora é um personagem icônico de toda essa
cultura e estilo de vida do surf. Sinalizou rotas e modos de ação dentro e fora
da água. Nem todas as atitudes eticamente louváveis, mas isso não chegou a
ofuscar a idolatria pelo surfista mitológico até seus últimos dias.
Fred d'Orey, possivelmente o primeiro surfista a dar um aéreo em baterias de campeonato, de alguma forma conseguiu as fitas completas com o depoimento de Dora, pérolas a se guardar... Miki faleceu em 2002 e seu legado deve perdurar eternamente na memória de um estilo de vida, que vem sendo distorcido e moldado ao mesmo tempo desde que ele resolveu abandonar sua querida Malibu em fuga do crowd, em busca do sonho que esvanecia. Esvanece até hoje, dependendo do ponto de vista e metas de cada surfista. De alma, ou sem alma.
DUPLA DO CAPÍTULO SOBRE OS WAIMEA 5000 NO PRIMEIRO VOLUME DE MINHA COLEÇÃO DE LIVROS. O AÉREO DE FRED É UM DOS DESTAQUES NA ABERTURA DA MATÉRIA DA VISUAL ESPORTIVO REPRODUZIDA AQUI
O mundo não
vai parar de girar. As ondas não vão parar de rolar. O nível do surf competição
não vai parar de ser elevado. Foi lindo viver os momentos passados dos anos 50
na Califórnia antes do filme Gidget atiçar as massas; dos anos 60 no Hawaii
antes de qualquer briga territorial; dos anos 70 e tal no Brasil desbravando
praias virgens e vivendo festivais encantados; dos anos 80 pelo mundo afora
descobrindo novas fronteiras de surf; dos anos 90 com uma profissionalização
vertiginosa com cifras milionárias entrando em cena.
E nos anos
2000, um país do terceiro mundo se tornou o epicentro do surf competição, com
uma geração premiada de atletas (literalmente), que estão preparados para
defender essa hegemonia em mais um ano olímpico. No final deste mês começa o Lexus
Pipe Pro a primeira etapa da temporada de 2024 da WSL. Uma coisa está clara no
primeiro escalão do surf competitivo masculino: o Brasil é o país a ser batido.
Que venham os desafiantes.
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