segunda-feira, 29 de dezembro de 2025

 

CONGREGAÇÕES DE UMA TRIBO

Que se transformou em uma civilização

Neste mês de dezembro em 2025 fui convidado para 2 encontros das turmas de pioneiros do surf. Um deles organizado por um dos fundadores da revista BRASIL SURF, Flávio Dias, ao lado de Fedoca e Popô Lopes, irmão do Pepê, reunindo a galera no Arpoador, no Rio de Janeiro. O evento chegou a ser adiado por causa da chuva, mas acabou rolando.

CONVITE

Outro evento que já tem alguma tradição é organizado por Valter Pieracciani. Um café da manhã na Quinta do Marquês, uma padaria em plena Av. Faria Lima na capital paulista, reunindo uma boa quantidade dos pioneiros do surf nas ondas de Pitangueiras no Guarujá.

FOI CRIADO ATÉ UM LOGO PARA O EVENTO

A congregação das comunidades de surfistas, que desde muito jovens se conheceram em meio ao balanço das séries no outside, papeando na areia das praias e desfrutando das viagens em busca de ondas... Transcende aquelas amizades escolares, ou de trabalho, pois o elo que une esta turma é ligado à longevidade, temperada pelo oceano, momentos de adrenalina e êxtase vividos juntos. Roubadas e entubadas épicas lembradas com orgulho e muitas risadas. 

ARQUIBANCADA NO ARPOADOR. É POSSÍVEL RECONHECER ALGUNS LENDÁRIOS SURFISTAS CARIOCAS. EM PRIMEIRO PLANO JEFFERSON CARDOSO, ATRÁS DELE RICO DE SOUZA, AO LADO DE FLÁVIO DIAS, COM MARACA E A FILHA NO COLO NO MEIO DELES NA FILA DE TRÁS. MAIS ATRÁS WADY MANSUR DE PERFIL, FEDOCA, NO ALTO SEM CAMISA LIPE DYLONG E RENAN PITANGUY, ENTRE VÁRIOS OUTROS. FOTO DO ACERVO DE JACQUES NERY, FINAL DOS ANOS 1990


REGISTRO DO ENCONTRO PÓS POR DE SOL NO ARPOADOR NESTE FINAL DE ANO. FOTO: FEDOCA

Já em São Paulo, durante muitos anos, quem organizava jantares em pizzarias, churrascarias e que tais... foi Sidney Tenucci, o Sidão da OP. Ele nos deixou em 2015, após uma longa e árdua batalha contra o câncer.


REPRODUÇÃO DA ABERTURA DE UMA POSTAGEM QUE FIZ EM 2016, DEIXO AQUI ABAIXO O LINK NÃO SÓ PARA ESTA POSTAGEM, MAS TAMBÉM PARA UMA PARTE 2, LANÇADA NA MESMA ÉPOCA. DESVIEM PARA MAIS 2 LONGOS E ELUCIDATIVOS TEXTOS, MAS VOLTEM PARA CÁ, POIS ESTA AVENTURA BLOGUEIRA QUE FECHA 2025 ESTÁ APENAS COMEÇANDO

https://surfdragonblog.blogspot.com/2016/10/a-turma-do-guaruja-parte-1.html

https://surfdragonblog.blogspot.com/2016/10/a-turma-do-guaruja-parte-2.html

Quem assumiu a “virtude” de organizar encontros da turma de surfistas do Guarujá agora é Valtinho Pieracciani, surfista da segunda geração de paulistanos que têm apartamento no Guarujá, há mais de uma década ele reúne essa turma para um breakfast na capital paulista.

FOTOGRAFIA DE 2022. TAMBÉM É POSSÍVEL DESTACAR ALGUNS “NOTÁVEIS” EM MEIO AOS SORRIDENTES IRMÃOS DE ALMA QUE SE ABRAÇAM ANUALMENTE. O QUORUM DE PRESENTES OSCILA ANO A ANO

Valtinho está bem no meio na linha da frente, com as mãos no ombro dele Celso Medeiros, ou Celsinho da Wagon Surf Line (que tem um breve perfil na postagem GUARUJÁ PARTE 2 – link acima), Celso foi meu patrocinador quando aos 30 anos resolvi voltar a competir na categoria longboard. Dos dois lados dele os irmãos Chiarella, Madinho o primeiro tesoureiro da Abrasp, quando a associação foi fundada em 1987; e Thyola, um dos mais caprichosos laminadores de pranchas na história deste país, ativo aos 73 anos em 2025. No canto esquerdo da foto Carlos Sarli, o Califa, sócio de Paulo Lima na Editora Trip. Lá no fundo, de braços erguidos está Ricardo Lumbra, ao lado de seu irmão Rony, de camiseta salmão, magos de marketing com as campanhas da Hang Loose e performáticos apresentadores dos filmes de surf, com projetores de rolo e películas, que traziam para exibição nos anos 80 e 90. Eu estou lá na última linha, com a camiseta de listras ao lado de Paulo Galvão (de casaco azul), outro que se aventurou na imprensa especializada, ao lado do falecido Paulo Tendas na SURFER Brasil, editada em português por quatro anos. Poderia falar sobre cada um destes meus brothers. Mas voltemos ao Rio. 

CONVITE QUE RECEBI PARA UMA MOÇÃO À REVISTA BRASIL SURF QUE ACABOU NÃO SENDO REALIZADA NESTE ANO DE 2025 POR PROBLEMAS DE AGENDA NA ALERJ

Na Assembleia Legislativa do Rio a merecida homenagem ficou para 2026. Os irmãos Flávio e Fernando Dias foram fundadores da BRASIL SURF ao lado de Alberto Pecegueiro, que enveredou pelos meandros da Globosat, um dos responsáveis pela marcante presença do surf nos canais de cabo do grupo. Tenho uma longa entrevista com Alberto que ainda sairá publicada neste blog. Foram os irmãos Dias que revitalizaram a imagem da revista nascida em 1975 e preparam um livro comemorativo dos 50 anos. Mas há um pedigree embutido aqui.


ESTA FOTOGRAFIA MOSTRA O PAI DELES, JUVÊNCIO DIAS DE BIGODE, COM UM AMIGO, COM UMA PRANCHA MODELO TOM BLAKE NO RIO DE JANEIRO, BREVE TRAREI MAIS INFOS SOBRE ESTE ACHADO

Pesquisas e garimpagens sobre os arquivos desta maravilhosa história do surf no Brasil continuam a ser encontrados, também no Sul e no Nordeste. Ao escrever o prefácio do primeiro volume de minha obra Alex Gutenberg fez um salto quântico no termo tribo, que sempre gostamos de usar, para o termo civilização (mais uma vez – a maioria das imagens que coloco aqui nesse blog tem qualidade para serem lidas fazendo o download e ampliando). O livro de capa dura com 132 páginas também continua disponível na web. É só pesquisar.

REPRODUÇÃO DO PREFÁCIO DE MEU LIVRO NAS PÁGINAS 16 e 17, FOTO DE MÚCIO SCORZELLI, OUTRO DOS FOTÓGAFOS QUE AO LADO DE FEDOCA, TITO, KLAUS E ROGÉRIO EHRLICH, TÊM ALGUNS DOS MELHORES REGISTROS DO SURF NOS ANOS 1970

Não vou mais nem prometer que meus próximos volumes sairão em 2026, em 27... só prometo que continuarei trabalhando neste projeto, que além dos livros inclui este blog, meu Facebook, Instagram e pontuais aparições em podcasts, quando tenho a oportunidade de relatar meus estudos sobre esta história em que vivo mergulhado, pelas últimas sete décadas desde os anos 1960, até o pescoço, com paixão, depois de assistir ao filme Endless Summer.

E para não perder o hábito aqui abaixo vai a décima postagem com as já tradicionais “Baforadas do Dragão”, as dicas 1 disco – 1 livro – 1 filme, que nesta ocasião são entrelaçadas por elos interessantes.

O disco de Van Morrison que escolhi é uma coletânea dos primeiros anos de seu trabalho, ele entra na história pois Rod Brooks, o diretor de prova do Quiksilver Pro em G-Land tinha ele como cantor preferido, confessou isso para mim em 1997, entre uma e outra bateria do campeonato que tem o vídeo destacado aqui e do qual Flávio Padaratz foi o destaque brasileiro neste evento. Na edição anterior deste blog trouxe luz para o filme de Fábio Gouveia. Teco Padaratz tem seu livro neste post, ele ficou em quinto lugar no Quiksilver Pro em G-Land. Parece incrível!!! Mas comemorávamos esse tipo de conquista nos idos de 1997. Hoje, se não tem brasileiro na final... tem algo estranho. Mas desde o final dos anos 80 até o início dos anos 10 os surfistas brasileiros pelejavam contra tudo e contra todos por espaço ao sol na ASP. Teco e Fabinho foram a ponta de lança de um movimento que agora traz seus louros. Detalhes a seguir.


 PRA FECHAR ESTA INTRODUÇÃO QUE TAL ESTA FOTO DO EVENTO SURF & BEACH SHOW – LEGENDS NO MESMO ANO DE 1997, NA PRAIA DE MARESIAS, QUE CONTOU COM A PRESENÇA DO AUSTRALIANO ROD BROOKS, SEM CAMISA NO CANTO DIREITO, ABAIXO DE BETÃO E ACIMA DE FEDOCA. UMA GRANDE CONGREGAÇÃO DE PAULISTAS E CARIOCAS EM UM DOS TEMPLOS SAGRADOS DO SURF BRASILEIRO, UM QUEM É QUEM DE PESO. CAMISETAS DA BRASIL SURF ROLARAM SOLTAS

Mas vamos lá.

 

AS BAFORADAS DO DRAGÃO

UM DISCO



UM LIVRO


UM FILME



 

UM DISCO – THE PHILOSOPHER'S STONE – Van Morrison

 

O irlandês Van Morrison apareceu na cena musical do Reino Unido no meio dos anos 1960, logo na esteira dos Beatles com sua primeira banda: Them (vale a pena pesquisar e ouvir) mas sua carreira decolou mesmo como artista solo, sempre se rodeando de músicos de excelente gabarito. Ele mesmo um multi-instrumentista aplicado, dominando guitarra, teclado, saxofone e harmônica (gaita), neste último um virtuoso.

 O DISCO DUPLO THE PHILOSOPHER'S STONE VEM COM UM BOOKLET DE DIVERSAS PÁGINAS TRAZENDO A LETRA DAS 30 MÚSICAS DO ÁLBUM

Mais que uma viagem auditiva por boa parte da carreira de Van, este CD de 1998 traz faixas nunca antes apresentadas de trabalhos anteriores, dos anos 70 e 80, outras até mais recentes.

O disco é uma amostra cabal do talento de Van Morrison. Quando a maioria dos artistas produziam seus álbuns naqueles tempos eram feitos diversos takes de cada faixa. As vezes eram mixadas com o início de uma gravação e o final de outra, só para simplificar. Mas normalmente a melhor tomada era a que ia para o disco. Porém, todo o trabalho nos estúdios era armazenado em fitas de rolo profissionais. The Philosopher's Stone foi compilado com o conceito de buscar versões arquivadas de discos anteriores a 1998 e que nunca haviam saído de um arquivo “morto”.

Ao meu modo de ver (ouvir), algumas destas faixas são muito mais bacanas que as originalmente apresentadas. Morrison tem lançado no mínimo um disco por ano durante todas as décadas de 60, 70, 80, 90, 2000, 10, 20... A maturidade não brecou a exuberante criatividade deste compositor. Um adesivo colado na capa do CD que comprei na Tower Records de Honolulu em uma das temporadas havaianas que fui trabalhar, destacava “30 PREVIOUSLY UNRELEASE TRACKS!” 30 faixas inéditas. A grande maioria versões de uma mesma música, mas totalmente diferentes das lançadas nos discos anteriores.

PRINCIPALMENTE CDs E UM PAR DE FITAS K7 QUE TENHO EM MEU ACERVO. VAN É UM DOS ARTISTAS QUE MAIS COLECIONO DISCOS

Este lançamento de 1998 é um disco que recomendo para pessoas mais jovens que desejam se introduzir a trabalho de Van Morrison. Parei de comprar CDs há mais de 10 anos, mas continuo acompanhando o trabalho do cara no iTunes a cada lançamento por vezes mais de um disco no mesmo ano. Nascido em 1945 Van Morrison fez 80 anos e lançou mais um álbum com faixas totalmente novas no início de 2025. O cara não faz disco ruim. Um dos pontos altos de todas as suas obras são os arranjos das músicas, com orquestração primorosamente elaborada.

Em uma das faixas do álbum de 2003 – What’s Wrong With This Picture, meio que autobiográfica, ele resume as vertentes da música em que viajou ao longo dos anos, trago aqui uma das estrofes: Jazz Blues & Funk \ That’s not Rock & Roll \ Folk with a beat \ And a little bit of Soul \ Eu não tenho discos de hits \ Eu não tenho nenhum programa na TV \ Me diga por que tenho que viver neste aquário para peixinhos dourados? Goldfish Bowl é o nome da música. Uma das 250 obras primas ao estilo de Van Morrison.

Outro de seus discos, este de 2012, leva o título Born To Sing: No Plan B ele nunca teve um plano B. A forma como brinca com a sua voz cantando de forma visceral, berrando ao mais puro estilo rock; ou nos embala com uma suavidade incrível em suas faixas românticas; no final dos anos 1980 e início dos 90 mergulhou numa fase gospel, arrasou com alguns de seus mais inspirados álbuns; ou se cerca de músicos de jazz trazendo faixas com longos solos instrumentais; recita poemas musicados; se aventura em primorosos discos de duetos, como Too Long In Exile, ao lado de John Lee Hooker – é magistral, sempre.

Sua faixa mais executada com certeza é Brown Eyed Girl, que saiu no disco de 1967 Blowin’ Your Mind, ela tem uma curiosidade. Ele tinha 22 anos e se encantou por uma garota de pele brown, fez a música. Mas face ao preconceito da época o pessoal da gravadora sugeriu que o título da música alterasse para que a protagonista da música tivesse olhos castanhos e não pele castanha. Absurdo nos dias de hoje, mas uma realidade na Irlanda e naquele mundo em transformação, que enfrentaria no ano seguinte e dali para frente, uma de suas grandes revoluções culturais.

Desafio qualquer frequentador deste blog a pegar um disco de Van Morrison e colocar o asterisco de que é um álbum fraco. Esse homem coloca “tudo” de si em cada música que canta. Para fechar destaco uma performance dele no brilhante filme de Martin Scorcese The Last Waltz, uma apresentação de despedida da banda que surgiu no cenário como acompanhantes de Bob Dylan – The Band, com uma diversidade magnífica de convidados, Van Morrison canta sua música Caravan, com uma grande apoteose ao final. Não lembro agora se foi Robbie Robertson, ou Ricky Danko da banda que no fecho de sua apresentação, quando sai agradecendo... dispara “Van the Man”, de fato Van Morrison é “o” cara, quando se trata de pinçar alguns dos maiores, mais longevos e inspirados cantores da história da música contemporânea.

 

UM LIVRO – BUSCANDO SEU 100% – Teco Padaratz

Flávio “Teco” Padaratz é o irmão do meio em uma família de surfistas, nascido em 1971 na cidade de Blumenau no interior do Estado de Santa Catariana, ao mudar para Balneário Camboriú sua vida ligada ao surf desabrochou para uma carreira cheia de desafios e conquistas. Buscando o seu 100% é uma autobiografia – a primeira – com certeza merece outra mais abrangente, pois o legado de Teco está em curso de mais grandiosas realizações.

O LIVRO FOI ESCRITO EM 2019 E LANÇADO EM 2020 PELA EDITORA GAIA, PORTANTO ANTES DE PADARATZ ASSUMIR A PRESIDÊNCIA DA CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE SURF E ANTES DA CONQUISTA OLÍMPICA DE ÍTALO FERREIRA

 Na contracapa do livro duas frases, uma de Teco e outra de Avelino Bastos. Avelino, dez anos mais velho que Flávio, teve um papel instrumental na carreira dele, desde muito jovem. Avelino é o autor do prefácio, o livro retrata de forma profunda a relação entre os dois. Nos treze capítulos seguintes ao prefácio Teco narra na primeira pessoa diversas passagens fantásticas de sua carreira, passa muitas das lições que aprendeu ao longo da jornada e explica sua fórmula para buscar os 100%.

CONTRACAPA DO LIVRO

TECO ENCAIXADO, FUNDO


 PÁGINA DUPLA DAS ILUSTRAÇÕES, AS RASGADAS DE TECO SEMPRE FORAM UM DE SEUS PONTOS MAIS FORTES NA ÁGUA


E AS BATIDAS. CAPA DA HARDCORE QUANDO VENCEU SUA PRIMEIRA ETAPA NA BARRA DA TIJUCA EM 1991. FOTO: AGOBAR JUNIOR

 

CAPA DA FLUIR DURANTE A TEMPORADA 1989\90

FREESURF EM LOG CABINS. FOTO: AGOBAR JUNIOR

No livro o que mais deve interessar os aficionados por surf é o relato das vitórias e de baterias em detalhes, como Teco sentiu estas disputas, lado a lado com Fabinho Gouveia, vitórias contra Kelly Slater que ao perder de Teco pela primeira vez disse que “isso não vai acontecer de novo”, mas Padaratz, mais tarde, carimbou uma das faixas de Kelly e não resistiu, cumprimentando o rival e ídolo, segurou a mão e declarou “aconteceu de novo”. Essa e muitas outras passagens são contadas de forma descontraída e ao mesmo tempo analítica, relatando os aprendizados, frustrações e glórias alcançadas. Bem ao estilo Teco.

NO LIVRO DA EDITORA GAIA HÁ UM CADERNO COLORIDO COM 16 PÁGINAS E IMAGENS DE AÇÃO, COMPETIÇÃO, FAMÍLIA...

Flávio Padaratz, conta sua história familiar, surfando com os irmãos, seu casamento com Gabriela, um amor de infância e suas duas filhas, seu relacionamento com o mentor Avelino e o patrocinador Alfio. O dia a dia com Fabinho Gouveia no tour, uma amizade selada com interesse mútuo, compreensão, carinho, rixinhas e muita amizade. Um foi combustível para o outro galgar novos patamares. Teco foi protagonista de uma carreira vitoriosa que o levou a dois títulos do WQS lutando contra grandes surfistas. O livro não traz a fase atual de Teco, como dirigente de surf, que com sua experiência ainda tem muito a produzir e entregar para essa evolução sem fim do esporte no Brasil.

FLÁVIO PADARATZ EM SEU ESCRITÓRIO NA SEDE DA CBSURF EM SANTA CATARINA, DESTAQUE PARA MEU LIVRO EM CIMA DE SUA MESA

FOTOGRAFIA RETIRADA DO INSTAGRAM DO TECO

Hoje o horizonte de Flávio “Teco” Padaratz, com 54 anos, tendo passado por toda a trajetória de surfista amador, profissional, representante dos surfistas na ASP, empresário sócio de Avelino, detentor da licença para o evento do Circuito Mundial no Brasil, trabalho na televisão, músico e agora como o responsável para balizar os novos passos de crescimento do esporte em nosso país, com toda essa experiência de vida... É muito amplo.

Teco também já tem um filme documentário sobre sua carreira: Cut, back, dirigido por Alex Miranda e que poderá figurar aqui em postagem futura. Ao trazer neste blog, nas duas mais recentes postagens, trechos das carreiras de Teco e Fabinho, que terão capítulos de 8 páginas como ÍCONES do surf brasileiro em meus livros, é uma espécie de aperitivo para deixar o registro da importância que ambos tiveram ao pavimentar essa jornada, iniciada na gênese do World Tour com as vitórias de Pepê Lopes e Daniel Friedmann na etapa brasileira da IPS, ainda nos anos 1970. Já nos anos 1990, primeiro Fabio Gouveia, ao lado de Flávio Padaratz, logo reforçados por Peterson Rosa, em seguida Victor Ribas, começaram a preocupar os gringos saxônicos. Nem nos sonhos mais selvagens de um editor de revistas de surf, eu poderia imaginar que nestes Anos 20 estaríamos deitando e rolando em cima de australianos, havaianos e americanos. Me belisquem!!! Ou assistam a dica de vídeo a seguir. Outro sonho. Aqui neste blog não virá dica fraca de entretenimento.  

 

UM FILME – QUIKSILVER PRO 1997 – Pavillion Produções

Um trabalho que de certa forma estive envolvido como agente duplo. Neste ano de 1997 eu ainda trabalhava como diretor de redação da revista Hardcore e desde o final de 1996 fui convidado para tocar (sozinho) o departamento de marketing da Quiksilver Brasil que havia sido trocada de licenciado, para a Ravage Confecções, que não era do métier. O vídeo VHS foi lançado no Brasil com legendas em português, que traduzi pessoalmente, voltando a fita – quantas vezes precisasse – até ter claro o que foi dito.

CAPA ABERTA DO VÍDEO LANÇADO NO BRASIL

Fui enviado para a Indonésia com tudo pago pela Quiksilver e ainda tive o prazer de escrever a cobertura para revista Hardcore em parceria com o fotógrafo James Thisted. Tinha plena consciência que estava em uma missão especial como homem de marketing, como jornalista especializado, como surfista. Só não imaginava que estaria prestes a viver alguns dos momentos mais alucinantes de minha carreira trabalhando e vivendo este esporte.

ABERTURA DA MATÉRIA QUE ESCREVI PARA A HARDCORE A FOTO DOS TOP 44 PERFILADOS NA AREIA DE GRAJAGAN É DE MINHA AUTORIA

Na véspera do evento uma logística “pro” foi organizada com diversos micro-ônibus (bemos) saindo dos hotéis em Bali, viajando de noite para pegar um ferry-boat para Java e amanhecer no vilarejo de Grajagan, do outro lado da baía logo ao amanhecer. Pulamos (surfistas, imprensa, staff do campeonato) para um comboio de embarcações típicas da indonésia e atravessamos, rumo aos surf camps. Chegamos no final da manhã e após instalados soubemos da notícia, vimos isso dos barcos chegando, o mar estava se alinhando para um final de tarde clássico.

A sessão de surf que vou descrever aqui é a abertura do vídeo Quiksilver Pro 1997 – G-Land Java. Todos os Top 44 foram para dentro da água, mais os juízes, pessoal da imprensa, convidados da Quiksilver como Rusty Keaulana, que caiu de longboard. As condições estavam perfeitas para o Speed Reef, a última, maior e mais desafiadora seção da onda que precisa de condições especiais para funcionar bem.

Eu me posicionei mais para o rabo das ondas, pegando algumas que sobravam quando alguém caia e fiquei assistindo ao espetáculo. QUE!!! Espetáculo. Creio que, em intensidade, foi a melhor sessão de surf que tive a oportunidade de presenciar, participar em quase 60 anos de prática. Os melhores surfistas do mundo se atiravam em picos de 3 a 4 metros que marchavam perfeitos para o Speed Bowl. Tubos bizarros, ondas incrivelmente perfeitas, outras jogavam placas que engoliam os mais hábeis “boardriders”. Derek Ho se machucou feio e não participou do campeonato. No filme essa sessão inicial é sonorizada por Break & Enter da banda The Prodigy, um som pesado entremeado pelo barulho de copos e pratos sendo quebrados. Os surfistas ali presentes quebraram tudo. Slater, Shane Dorian, Occy, Tom Carroll, Poto, Cory Lopez, Luke Egan que acabou vencendo a competição. Todos dando o máximo de si, oito brasileiros participaram desta etapa Peterson Rosa foi o destaque atirando-se estilo “The Animal” nesta session pré-campeonato.

Eu estava ali boquiaberto, peguei algumas intermediárias, mas o que valia era ver aquele show de perto, sentindo a energia. Comecei a bater papo com um cara que estava ali, com logo da Quiksilver em sua prancha, na mesma zona que eu e também pegava umas boas sobras. Perguntei seu nome – Robert – e na medida que fomos conversando caiu a ficha, era Robby Naish, excepcional windsurfer, convidado para a festa. Nos anos 1990 o investimento que as marcas top faziam era brutal, patrocinando duas e até três etapas da ASP em uma mesma temporada. O lucro estava nas alturas, o feeling de quem dirigia as marcas, surfistas de coração, predominava.

 NECO PADARATZ NA CAPA DA FLUIR DE AGOSTO 1997

FOTO: TONY FLEURY

 LUKE EGAN NA CAPA DA HARDCORE

FOTO: JAMES THISTED

Reli ambas as matérias nas revistas de quase 30 anos, para escrever este texto, foi um campeonato alucinante. O melhor, disparado, em termos de ondas dos quatro eventos que a marca realizou lá em Grajagan, o mais recente deles já na época da WSL, uma espécie de fiasco em termos de ondas. Kelly Slater e Shane Beschen venceram os eventos em Java em 1995 e 1996. Mas este campeonato de 97 bombou muito, dias incríveis de ondas em Money Trees e Speed Reef, as duas principais seções da onda. Com toda cambada acampada no meio da selva, era só aguardar os melhores horários e colocar as baterias na água. 

QUE TAL COMPETIR EM ONDAS ASSIM? CHRIS GALLAGHER, QUE FICOU EM SEGUNDO LUGAR. FRAME DO FILME QUE DEI PAUSA NA INTERNET

O filme está disponível no Youtube no momento em que escrevo esta postagem do blog “Histórias do Surf”. Peguem o link ao final do texto, assistam que vale a pena. Contará muito bem a história tendo os irmãos Carroll, Nick e Tom, como apresentadores. Fica um desagravo para o resultado da edição final que praticamente ignora a participação dos brasileiros. Teco foi quinto, Neco, Jojó e Guilherme Herdy ficaram em nono. Tanto eu pela Hardcore, como Adrian Kojin, que estava lá pela Fluir, destacamos a performance de cada um dos brasileiros. 

EDITORIAL DE 1997 NA FLUIR ESCRITO POR ADRIAN KOJIN. NA SEQUÊNCIA TECO PADARATZ EM FOTOS DE TONY FLEURY

Tenho que finalizar esta postagem com um testemunho pessoal. Os surfistas profissionais, a maioria deles iam perdendo suas baterias e picavam a mula de G-Land. Para o último dia ficaram apenas duas baterias, uma das semifinais e a final entre Luke Egan e Chris Gallagher. Eu iria embora apenas no dia seguinte, não resisti e tive de dar mais uma queda. Maré subindo, swell consistente e o Speed Reef estava operando com ondas de 2,5 a 3 metros. Perfeito liso, leve terral. Lembro que na água estavam uns quatro a cinco surfistas, um dos juízes, Rob Machado era o único pro e com a vastidão da bancada e quantidade de ondas disponíveis, raramente sentávamos juntos. Nos cruzávamos, indo surfando, voltando remando.

Nessas condições peguei uma das mais memoráveis ondas da minha vida, estava com o pranchão 9’2”, shape de Neco Carbone (é a prancha com logo da Quiksilver que está na foto acima da turma em Maresias). O campeonato em Java ocorreu nos últimos dias de maio de 97, início de junho. O evento de confraternização da Feira de Surf na primeira semana de julho. Não entubei naquela onda, mas vim fazendo a linha dela e manobrando na parede, no pocket, o melhor que consegui. A onda do Speed Reef é um trem, que vai acelerando e lançando bowls sobre a bancada. Lembro de ir manobrando em alta velocidade e vi Rob Machado passando, remando, sorrindo, voltando de uma onda maravilhosa que havia dropada instantes antes, peguei a de trás.

Uns dois anos depois, o campeonato em G-Land já nem existia mais, e Machado veio visitar a sede da Hardcore em Sampa. Conversando com ele, lembrei daquele dia e ele lembrava de minha onda. Mais memorável ainda. E não foi só isso. Meu amigo de profissão, Adrian Kojin, estava no alto da torre dos juízes, que estava vazia, observando o mar. Depois veio comentar comigo que viu aquela minha onda. Esses relatos ajudam a preservar na memória estes momentos marcantes de surf que vivemos.

ABERTURA DA MATÉRIA ESCRITA POR ADRIAN

Grajagan – G-Land, é um lugar muito especial no planeta surf. Uma esquina de ilha com uma bancada gigante. A onda vem lá fora em Kong’s, uma onda excelente, caso não houvesse Money Trees e Speedies ladeira abaixo. Há lendas de dias que dá para ir emendando nas bancadas, a mesma bancada gigante. Em um dos dias que o campeonato estava “off” (rolou muito swell nestes 10 dias), as ondas ficaram livres para imprensa, juízes, funcionários da Quiksilver e os próprios atletas se divertirem. Em uma sessão com ondas de 2 metros em Money Trees eu estava remando de volta quando meu amigo Adrian dropa uma das boas. O cara surfa de front ali, eu encaro G-Land de backside. Kojin veio ajeitando a linha logo após o drop e a onda não pedia nenhuma outra coisa, tinha de ser por dentro. Ele encaixa num primeiro tubo, a onda dá uma aliviada e exige mais, é colocar pra dentro de novo e acertar a velocidade, ler a parede. Sei que quando Adrian Kojin saiu da onda, adrenalizado, lembro que a única coisa que me veio na cabeça falar para ele foi: “Essa deve ter sido a melhor onda da sua vida?”

SPECIAL THANKS

LÁ ESTÁ MEU NOME, EM MEIO A TANTOS OUTROS, NOS CRÉDITOS FINAIS DO VÍDEO

Bom, agora resta para quem tiver tempo, paciência, curiosidade... Assistir, ler o livro do Teco, ouvir Van Morrison.

Dos preciosos cofres da WSL, antiga ASP, segue o link:


https://www.youtube.com/watch?v=Mx1KnLAUaV4

EPIC G-LAND 1997 ASSISTA AO FILME

 

sábado, 20 de setembro de 2025

 

O TÍTULO DE YAGO DORA     &

A tempestade que teima em relampejar

São oito títulos mundiais de surf na categoria masculino em pouco mais de uma década. O único surfista a desafiar uma hegemonia fantástica dos surfistas brasileiros foi o prodígio havaiano John John Florence, com três canecos (2016\2017\2024). Yago Dora trouxe a cobiçada taça de volta pra casa em 2025.

O TROFÉU DA WSL FOI REESTILIZADO A PARTIR DE 2015

YAGO DORA, GLÓRIA - NAS ILHAS FIJI

Quando Gabriel Medina venceu em 2014 a taça ainda era a tradicional dos tempos da ASP. O novo troféu que homenageia o havaiano Duke Kahanamoku foi adotado na era da WSL, que assumiu o circuito a partir de 2015. Na sequência vieram títulos de Adriano de Souza, Ítalo Ferreira, Filipe Toledo e agora Yago.

 

O PRIMEIRO TROFÉU DE GABRIEL

FOTO DE SEBASTIAN ROJAS NO ÍNDICE DO VOLUME 1 DE

“A GRANDE HISTÓRIA DO SURF BRASILEIRO” 

Esta postagem é para comemorar o título do catarinense Yago Dora, entre milhares de fotografias acessíveis na internet essa que recolhi do seu Instagram em 2015 é uma das minhas preferidas. Ela representa ao mesmo tempo a estética e o comprometimento no surf de Yago. Sombras da sutileza de Lopez e do ataque power de Tom Carroll.

YAGO DORA PIPELINE. FOTO: JULES

No dia 9 de setembro de 2025, menos de uma semana após sua conquista, Yago compareceu à sede da cerveja Heineken na capital paulista para conceder uma entrevista coletiva para a imprensa, estava lotado. Um de seus patrocinadores é a cerveja Praya, criada por surfistas brazucas, adotada pelo poderoso grupo empresarial. A pequena imprensa especializada, que ainda persiste, e uma miríade de jornalistas do que antigamente, nós editores das revistas de surf chamávamos de “a grande imprensa” se espremia no espaço, sentada e de pé, para ver e ouvir este novo ídolo nacional.

FOTO QUE FIZ NO EVENTO. NA MESA E NA PRANCHA (VELHA DE GUERRAS) OS PATROCINADORES BUSCANDO ESPAÇO.

AO LADO DE YAGO A BELÍSSIMA TAÇA CONCEBIDA PELA WSL

O talento de Yago Dora já era notado pela mídia do surf há mais de uma década. Foi um processo de amadurecimento. Vamos tentar aqui em uma breve postagem contar pedaços da história de um garoto, filho de surfistas, que nasceu em Curitiba, mudou para Floripa muito novo, gostava de futebol, influenciou-se pelo skate, abraçou uma carreira de free surfer, tomou gosto pelas competições e se transformou no melhor surfista do mundo. 

CAPA DA REVISTA HARDCORE EM 2015

UMA QUESTÃO GERACIONAL

Uma década antes de seu título Yago começou a ganhar notoriedade, inclusive internacional, ao participar do vídeo Psychic Migrations, ao lado de novos e promissores surfistas. Não havia o peso, nem o compromisso de participar de competições.

Naquele ano de 2015 o pai de Yago acompanhava Adriano de Souza como “coach” em sua temporada rumo ao merecido título. O jovem filho estava de camarote, envolvido na segunda trajetória vencedora para o surf brasileiro. Daí para frente foi mais um passo, ou 10 passos (anos) em que aflorou o gosto por competir e desabrochou esta excelência, indiscutível, atingida em 2025. 

YAGO COM O PAI LEANDRO DORA

Conheci ele como Leandro Breda nos anos 1990, codinome Grilo, um dos mais destacados surfistas do Paraná naquele tempo em que eu trabalhava na revista Hardcore. O nome de Leandro figurava entre finalistas de campeonatos naquele estado. Grilo, viajando junto com meu grande brother Júlio Adler chegou a ficar hospedado em meu apartamento do Guarujá, quando vinha competir em eventos da Abrasp.

Yago ainda não havia nascido, tínhamos a oportunidade de conversar muito sobre técnicas de surf, competição, revistas. Na ocasião de campeonatos em Pitangueiras, sempre hospedei muitos amigos, surfistas profissionais, que vinham surfar nos eventos em meu estado natal. Tanto no caso de Leandro, como de Julinho, era possível perceber que além do talento no surf, tinham uma visão peculiar da evolução do esporte. De até onde... o “nosso” Brasil poderia chegar? Chegou!

 

REPRODUÇÃO DE CAPA DA FLUIR 350 EM 2014

Naqueles anos 1990, vivíamos o espetacular ataque de Fabinho e Teco no World Tour, na era da ASP. Era empolgante a perspectiva de termos nosso primeiro campeão mundial profissional. E veio Kelly Slater. Fomos batendo naquela porta que os australianos haviam arrombado “busted” duas décadas antes. Na virada dos anos 2000 chegamos a ter mais de 10 surfistas na elite dos Top 44. O título ainda ficou ao largo, com um quinto de Fabinho, um terceiro de Vitinho Ribas em 1999 e outros destaques esporádicos. A tempestade viria apenas nos Anos 10. 

YAGO E ÍTALO APRESENTAM AS LYCRAS DA SELEÇÃO BRASILEIRA ESCALADA PARA O WSL FINALS DE 2025 EM FIJI

Hoje temos esta legião de campeões que começou em 2014 com o título de Gabriel Medina. No documentário A Onda, apresentado no SporTV e já destacado neste blog (voltem algumas postagens no tempo), é marcante uma das declarações de nosso bicampeão do WQS, Teco Padaratz, hoje presidente da Confederação Brasileira de Surf, em que destaca que a intitulada BRAZILIAN STORM do início deste milênio, será um fenômeno tão marcante como a revolução chamada BUSTIN’ DOWN THE DOOR, protagonizada por australianos e pelos primos Tomson, da África do Sul, na segunda metade da década de 70.

O fato é que estamos no meio da década de 20 e fora o havaiano John, independente de todo esforço das novas gerações australianas, norte americanas ninguém foi capaz de desafiar esta hegemonia brazuca. Yago Dora é um surfista que foi galgando o ranking durante a década. Classificou-se em 2017 e até 2020 ficou gravitando ao redor da vigésima posição, se mantendo na elite. Em 2021 foi 9º; em 2022 uma contusão o tirou das 5 primeiras etapas, ficou em 19º; 7º em 2023; 6º em 2024 e principalmente nesta temporada, em que capturou a lycra amarela de líder na reta final e na hora do – vamos ver – não olhou para trás. Ninguém discute o merecimento do título dele.

HOMENAGEM DA MARCA VOLCOM, QUE O PATROCINA POR MAIS DE UMA DÉCADA, AO MEMORÁVEL FEITO

O bico das pranchas de Yago traz este diamante exótico desde os tempos de free surfer, cacifou a transição para o competidor e colhe os louros ao lado de mais este fenômeno brasileiro. Yago arrebanhou sua fama e idolatria por aéreos espetaculares e bem finalizados, de front e de backside. Por sua maestria em tubos, com um flair característico. Mas principalmente por sua fluidez e compostura de estilo despojado e quase sempre irretocável.

Mais algumas capas que ele angariou, enquanto as revistas ainda existiam. 

INDONÉSIA 2016



MALDIVAS 2014

 

NORONHA 2017

Sua maestria em aéreos e principalmente tubos eram considerados ativos fortes para que consumasse sua liderança no ranking, confirmando o título mundial nas ondas características das Ilhas Fiji. O favoritismo era de certa forma justificado para picos como Cloudbreak e Restaurants. Mas não foi bem isso que aconteceu. Como sabemos de sobra acompanhando estas competições de surf desde os anos 70, a situação pode não ser a prevista e aí pesa a versatilidade do competidor. Yago teve de fazer uso de uma outra de suas armas fatais, as potentes rasgadas de frontside em alta velocidade.

MONTAGEM QUE PREPAREI COM 3 MOMENTOS COLHIDOS DO INSTAGRAM. MARESIAS 2015; FIJI NA TEMPORADA DE 2024; MAIS UMA VEZ CLOUDBREAK, DURANTE A BATERIA DO TÍTULO DA WSL 2025

A potência e precisão destas manobras estão em seu DNA há uma década. Rasgadas levadas ao “estado da arte” na bateria decisiva contra Griffin Colapinto, associadas a um ataque preciso, veloz, seguro e matador, não deram a mínima chance para o talentoso californiano desafiá-lo.

Apologias ao surf de Yago estão espalhadas pela mídia escrita, falada, televisiva e da internet, esta postagem indica algumas opções para aquilatar a admiração que nosso mais novo herói nacional proporciona. 

SITE DO BOIA PODCAST COM COMENTÁRIOS DE BRUNO BOCAYUVA, JOÃO VALENTE E JULIO ADLER – VALE OUVIR O EPISÓDIO 320

FERNANDO IESCA DO WAVES ESTAVA COMIGO NA ENTREVISTA COLETIVA E TROUXE DEPOIMENTO EXCLUSIVO PARA O SITE WAVES

No Waves, um dos mais tradicionais veículos que cobre o surf é possível encontrar link para os programas De Olho No Tour, com comentários dos experientes Marcelo Andrade e Marcelo Boscoli; e também buscar a newsletter Conversa de Praia, escrita por Adrian Kojin, que também esteve ajudando os apresentadores do programa Bola da Vez, ESPN a entrevistar Yago. Vale a pena dar uma varrida nas opções de mídia para conhecer mais da carreira, do modo de ser e das façanhas do carismático Yago Dora.

Naquele dia 9 de setembro tive o prazer de entregar pessoalmente para Yago o primeiro de meus cinco livros com uma dedicatória especial.

O segundo volume permanece em produção. A coleção, projetada para 5 livros será concretizada, continuo trabalhando nisso, agradeço a compreensão de todos que aguardam. Aqui abaixo deixo um roteiro dos capítulos para VOL. 2.

Os atletas que escolhi como ÍCONES são apresentados em ordem de idade. Picuruta Salazar virá no terceiro volume.

Todos os capítulos ímpares, que apelidei de MEMÓRIAS do surf brasileiro, são projetados para quatro páginas (duas duplas). Os outros três tipos, enfocando SURFISTAS \ PRAIAS \ CAMPEONATOS são grandes. A coleção completa trará 660 páginas quando ficar pronta.

Independente desta grandiosa introdução não me furtarei em deixar a seguir as já tradicionais neste blog...

 

AS BAFORADAS DO DRAGÃO

UM DISCO


 

UM LIVRO

 


UM FILME

 


 

 

UM DISCO – BREEZIN’ – George Benson

Muitos dos primeiros filmes de surf ainda nos anos 1950 e início dos anos 60 traziam como trilha sonora músicas instrumentais de jazz, com muito saxofone. Depois começaram a aparecer conjuntos da chamada “surf music” e o que foi apelidado de “surf guitar”, característica de um dos principais expoentes: Dick Dale. E veio a trilha de Endless Summer, destacada aqui neste blog na primeira postagem em que introduzi a tradição: 1 DISCO – 1 LIVRO – 1 FILME.

Após a Shortboard Revolution, quando os pranchões deram lugar às pranchinhas, uma profusão de filmes que foram lançados a partir do início dos anos 1970, tinham o rock como a trilha sonora preponderante. Até hoje é. Embora a criatividade dos cineastas de surf traga todas as vertentes de sonoridade para ilustrar cenas de surf. Quando comecei a surfar, a partir de 1969, a música que eu gostava de ouvir e me inspirava para surfar era o rock inglês, americano e bem mais tarde o australiano.

Até que... 

UM DOS PRIMEIROS DISCOS DE JAZZ DA MINHA COLEÇÃO DE VINIS, AINDA GUARDO MAIS DE 1000 BOLACHAS PRATICAMENTE IMACULADAS

Os rituais do surf seguem roteiros, até retratados em filmes como North Shore (Surf no Havaí). “Gurus”, que normalmente são fabricantes de pranchas, mais velhos e vão influenciando as novas gerações. Na primeira turma do Guarujá um dos pioneiros foi Thyola Chiarella, trabalha com pranchas até hoje, além dos 70 anos vividos. Sua influência e conhecimento não se restringia às pranchas; dava dicas de picos que desbravava (foi o primeiro brasileiro a ir para Nias, junto com o carioca Mangabeira em 1979), fui para lá no ano seguinte; e música. Em sua pioneira viagem ao Hawaii voltou com este disco de George Benson. Pirei e comecei a pesquisar músicos de jazz. 

LADO A DE BREEZIN’ COM MÚSICAS DE BOBBY WOMACK; O HIT DO ÁLBUM, THIS MASQUERADE – UM CLÁSSICO DE LEON RUSSEL; E UMA MÚSICA DO BAIXISTA PHIL UPCHURCH

George Benson sempre foi magistral ao adotar músicas de terceiros e criar roupagens inusitadas regadas ao seu talento com a guitarra. O disco Breezin’, de 1976, representa a transição de Benson para uma passagem do jazz mais de raiz, instrumental, com clara influência de Wes Montgomery em seu estilo de tocar, para sua fase jazz vocal, quando passaram a predominar composições cantadas, sempre entremeadas por seus virtuosos solos de guitarra. Digamos que a partir de 1976 ele mergulhou em uma jornada mais “comercial”.

ESTES SÃO OS DISCOS QUE TENHO EM VINIL, FORA FITAS K7 E CDs

Nesta coleção a maior parte são de sua fase instrumental, que considero os melhores discos em que o talento dele na guitarra é exibido em todo seu esplendor. Depois de conhecer Breezin’, passei a buscar as obras anteriores e comprar cada novo disco que saia. Tive o prazer de assistir ao show dele do álbum Weekend In L. A. em minha terceira temporada havaiana 78\79, na Blaisdell Arena em Honolulu, um ginásio tipo o do Ibirapuera, ou do Maracanãzinho. O público entrou em polvorosa aos primeiros acordes de On Broadway, o hit do momento. Porém, o melhor não estava por vir, já havia ocorrido. Em Maui, dois anos antes.

BLUEMAX, A ICÔNICA CASA NOTURNA NA FRONT STREET DE LAHAINA

Recentemente a cidade de Lahaina, no southwest side de Maui foi destruída pelas chamas. Um incêndio colossal que iniciou nos canaviais secos, disparou em direção à pequena cidade atiçado por um vento ciclônico. O lindo vilarejo, com prédios antológicos não teve como resistir. A cidade que tinha predominantemente casas de madeira, queimou. Quase inteira. Em quatro, das treze temporadas que fui ao Hawaii bati o cartão em Maui, me hospedei perto de Lahaina, com o objetivo de surfar Honolua Bay. Na temporada 76\77 estava em Maui com meu grande amigo Sidão e já havíamos descoberto que o Bluemax era “the place to go” sempre com boa música ao vivo e boa comida.


O GÊNIO DA GUITARRA EM MAUI

George Benson apareceu para jantar no Bluemax. Ele sempre estava por Maui, chegou a montar um estúdio lá. Entrou e foi jantar. Sidão e eu confabulamos, seria impossível deixarem ele sair dali sem dar uma canja com a banda da vez. Já havíamos jantado e descolamos duas cadeiras na beira do palco. Foram apenas duas músicas. Sidney Luiz Tenucci Júnior, como guitarrista que era, pirou. Eu idem. Momento que fará 50 anos, mas impossível esquecer.

Para quem desejar pesquisar os álbuns de George Benson, minha recomendação é começar pelos mais antigos, sentir como seu talento, apenas como instrumentista, foi evoluindo. Um grande vocalista, mas seu verdadeiro dom é dedilhar a guitarra. Os que estão em primeiro plano na foto que coloquei acima são ótimos. Mas todos os discos de Benson são muito bons. Uma outra recomendação especial, além de Breezin‘, é The Other Side Of The Abbey Road, o disco dos Beatles foi refeito na íntegra e traz alguns vocais, mas é basicamente instrumental. É ouro puro.

 

UM LIVRO – OUTRAS ONDAS – Fred d’Orey

Na contracapa do livro de Frederico d’Orey a parede azul e perfeita da onda continua... É como se fosse a busca por um sonho sem fim. Na verdade, essa é a emoção que os praticantes deste esporte\estilo de vida se deparam ao mergulhar à fundo na prática.

CAPA E CONTRA CAPA DO LIVRO PUBLICADO PELA EDITORA GAIA

Sempre recomendo aos leitores de meu blog navegarem por estas longas postagens em um desktop e não nos telefones. A maioria das imagens, reprodução de algumas páginas que utilizo para ilustrar, podem ser baixadas em download, ampliadas e lidas em uma tela grande. Vejam as opiniões destes amigos e especialistas.

O livro é um delicioso passeio pela cultura do surf, narrado por alguém que, além de ter o dom da escrita, viveu intensamente os dois lados antagônicos e ao mesmo tempo maravilhosos do esporte – Fred foi um competidor de muita qualidade e também um viajante inveterado em busca de perfeitas novas ondas e da aventura da descoberta levando o estilo de vida do surf livre ao extremo.

Em Outas Ondas d’Orey selecionou 75 de suas colunas escritas no início dos anos 2000 para a revista Fluir. Poucas pessoas tem a capacidade de descrever detalhes dessa vida como um garoto que começou a surfar em 1975 no Arpoador. Fred teve como referência aquela constelação de surfistas casca grossa do Rio que vinham da geração do Píer, monstros sagrados, alguns ativos até hoje. O nome do pai de Fred também era Frederico, um dos primeiros pilotos de Fórmula 1 brasileiros, atuou com o codinome Fritz d’Orey, o filho adotou a alcunha Fred. A mãe dele era sueca, filha de embaixadores em Paris. O filho, nascido em 1962, foi cooptado de forma irrefutável pelo surf. Decidiu ser competidor, destaque nos Waimea 5000, chegando a ser terceiro em 1981, na etapa vencida por Cheyne Horan. Nos anos 1980 fundou o jornal Staff em parceria com Rosaldo Cavalcanti. Logo colocou no topo de suas prioridades viajar em busca das mais variadas ondas e culturas ao redor do planeta. Sem sossegar de seus dotes surfísticos, ou jornalísticos, virou empresário com uma marca de confecção.

Em fevereiro de 2012, no Facebook de sua marca Totem, Fred fez uma parceria com o lendário fotógrafo Tito Rosemberg para divulgar alguns dos primeiros registros do surf no Brasil, desde os tempos das pranchas de madeirite. Um trabalho primorosamente legendado. Vale a pena perder algum tempo admirando cada fotografia e as informações relacionadas. Divirtam-se no link abaixo:

https://www.facebook.com/media/set/?set=a.361573333853616.97652.128902800454005&type=1

 

Tive o prazer de formar uma parceria com Fred d’Orey no final dos anos 1980, quando atuamos juntos editando a revista Fluir. Na edição de número 50, em dezembro de 1989, ao lado de nosso associado editor Alceu Toledo Junior, o Juninho, montamos uma edição com os momentos mais importantes da década que se encerrava e as perspectivas para os promissores anos 90... Cada um de nós três e outros selecionados convidados criamos uma série de páginas duplas com os mais variados temas. Nos anos 90, Juninho e eu fomos parar na Hardcore e até antes da coluna Outras Ondas na Fluir d’Orey, convidado por Juninho, foi colunista da Hardcore.

 
CAPA DA FLUIR 50, UMA RESENHA DA DÉCADA DE 80

Nos anos 80, ainda na Fluir, bancados pela marca By Tico, Fred partiu para uma longa viagem na Indonésia, ao lado do fotógrafo Bruno Alves e uma numerosa equipe de surfistas e bodyboarders patrocinados por Tico Cavalcanti. Foi concebida uma série de matérias sobre Bali, Grajagan, West Java e Panaitan com inspirados textos de Fred e ilustradas por Brunão, que era o editor de fotografia da Fluir. Fiquei em Sampa tocando a revista e foi gratificante receber a chegada de todas aquelas bobinas de filmes para serem revelados e montar, ao lado deles, quatro matérias em edições diferentes com quase 50 páginas no total. Como diretor de redação, que era meu cargo na época, ter um diamante deste quilate para rechear as páginas foi um prêmio para todos nós e principalmente para os leitores.

Fora as veias, jornalística, de surfista e estilista de Fred, com certeza uma área que ele tem um conhecimento excepcional é a música. Sempre trocamos informações nesse ramo, por vezes ele vinha pra Sampa, e eu mostrava meus discos. Na cobertura de um dos campeonatos no Rio fiquei hospedado no apê dele em Ipanema e aproveitei para levar fitas K7 para gravar alguns de seus discos. Montei uma C90 inteira com um de seus artistas preferidos, o irlandês Van Morrison, até hoje um de meus cantores preferidos – não faz álbum ruim. O destaque da fita é o disco “No Guru, No Method, No Teacher”, do final dos anos 80. Van ainda deverá ter o destaque 1 DISCO neste blog. Mas falando em livros: 

EM MEU LIVRO (VOL. 1), PÁGINAS 32 A 35, SOLICITEI A 7 CARIOCAS PARA COLABORAREM COM SUA VISÃO, NO CAPÍTULO QUE FALAVA SOBRE O RIO.

FRED D’OREY FOI UM DELES

Voltando ao livro em questão – Outras Ondas, a Indonésia se transformou no destino preferido de Fred d’Orey, com certeza foi lá que pegou as melhores ondas da vida dele, eu também em minhas reles três jornadas para lá. Das incontáveis viagens de Fred ao paraíso asiático, com certeza se inspirou na escola de confecção balinesa, para mesclar o estilo das roupas que cria para a Totem, com o tempero brasileiro. Para finalizar, uma reprodução de página dupla do livro, um aperitivo para quem não conhece o estilo de escrever dele. Fica a recomendação e garanto que a leitura de qualquer uma das colunas publicadas abordando a cultura do surf, as viagens, aspectos do surf no Brasil, a música e ‘outras ondas’... são puro entretenimento e farão o leitor refletir. Leia, pare, pense, tire conclusões próprias. E é para isso que se presta um livro bem concebido. 

FRED PREPARADO PARA CAIR EM ULUWATU NA MARÉ SECA

 

 

UM FILME – FABIO FABULOSO – Pepê Cezar, Antonio Ricardo e Ricardo Bocão

Uma profusão de talentos reunidos desembocou em uma profusão de criatividade e inspiração. Obviamente um surfista do quilate de Fabio Gouveia merecia isso. E naturalmente provocou que as ideias fossem se encaixando para gerar, como resultado final, o que pode ser considerado o melhor filme de surf brasileiro. Passível de controvérsia. Mas, “I stand for it”, eu me ergo aqui na defesa dessa tese.

CAPA ABERTA NA VERSÃO COLORIDA

Pedro Cezar, um pequeno gênio, um grande surfista, um cineasta de mão cheia, olhar singular, de tiradas poéticas seja ao se valer das imagens, mais ainda com uma pena na mão para retocar um roteiro. Eleito narrador dessa história fabulosa, arrasou. Com seu talento acoplado ao acervo de imagens de Antonio Ricardo e Ricardo Bocão que descem da linhagem do WooHoo, passando pelas coberturas detalhadas do circuito mundial no SporTV, Ombak e até antes da gênese de Fabinho como surfista internacional no início da parceria da dupla com o Realce. Essa dupla sabe o que fazer com imagens de surf para gerar conteúdo relevante.

Os três diretores do projeto ainda contaram com o suporte de outros amigos do métier (ramo). Para montar o filme Pepê Cezar chamou a parceria de um de seus melhores amigos, Julio Adler (que mais tarde ainda abraçaria a tarefa de criar o perfil visual do surfista português Tiago “Saca” Pires). Não bastasse o conhecimento do legado desse paraibano arretado dentro da história do surf que essa quadra de ases já emprestava para dar vida à obra, ainda chamaram 2 cerejas para adornar um delicioso documentário, a dupla Marcelus Viana e Gustavo Bomba se engajaram para o design das animações que pontuam o enredo.

Como já explanei acima, a maioria das imagens aqui neste blog tem qualidade para serem ampliadas e seu texto pode ser lido. A ficha técnica completa está disponível na imagem acima (façam o download - vale colecionar). Abaixo:

A EQUIPE EM LANÇAMENTO NO ODEON, NA CINELANDIA (RJ). NO TOPO A PARTIR DA ESQUERDA: MARCELUS VIANA, SUSANNA QUEIROZ, JULIO ADLER, ANTONIO RICARDO E GUSTAVO BOMBA. AGACHADOS: BOCÃO, ALFIO, PEPÊ CEZAR E MARCOS CUNHA, RESPONSÁVEL PELA TRILHA


A TRILHA SONORA ORIGINAL – BACK COVER DO CD

Além de uma trilha feita especialmente para criar este ambiente “nordestino” ao filme, as ilustrações baseadas na iconografia da literatura de cordel deram um toque mais que original ao ser entremeada vez por outra, contrapondo as imagens de ação. Não há como não mencionar o apoio de Alfio Lagnado, comandante da Hang Loose, a marca que acompanha a carreira de Fabinho desde que ele trouxe a primeira grande glória internacional para nosso surf – o título mundial amador de 1988 nas águas de Porto Rico. 

A CAMISETA, HOJE UM ÍTEM PARA COLECIONADORES

Da onda de abertura do filme em Sunset Beach, aos perrengues que a dupla de área Teco e Fabinho se deparou ao longo da vitoriosa carreira, aos momentos hilários com amigos, adversários, a família, que foi sendo moldada em meio às baterias do tour... A história deste fabuloso ícone do surf brasileiro continua a ser escrita e no momento que lanço esta postagem está disponível no YouTube. Que tal (re)assistir?

FABIO FABULOSO (assista no YouTube)

https://www.youtube.com/watch?v=QW4hpwC5Orc

 FRAME GRAB DE FABIO FABULOSO

Após rememorar a maravilhosa carreira de Fábio Gouveia voltemos a realidade destes Anos 20. Na próxima temporada Yago é o defensor do título. Aparecerá em Bells em abril de 2026 disposto a batalhar pelo bi? Ou terá uma temporada mais “relax” após sua brilhante conquista? E... com o aguardado regresso de Gabriel Medina e John John Florence, como fica essa briga? Tenho certeza absoluta que Ítalo também quer o bi, Filipe o tri. E que australianos e norte americanos não irão sossegar fácil. E olhando para 2027 teremos uma seletiva para Jogos Olímpicos em Trestles, novos medalhistas entrarão para a história. Com certeza tempos emocionantes para o surf competição. Neste blog, tudo isso será escrutinizado, sempre regado com os mais variados relatos históricos pertinentes.

 

Aos curiosos... Naveguem pela centena (+) de postagens deste blog, conheçam capítulos em fase embrionária, perfis de surfistas contados por eles mesmos, mas com a minha edição, e aguardem os próximos 4 livros. Quando ficarem prontos (cada um deles) farei ampla divulgação por aqui, pelo site do livro, por meu Instagram, Facebook e toda mídia de surf vigente na ocasião.

 

O LIVRO (VOL. 1) ESTÁ DISPONIVEL AQUI:

https://www.amazon.com.br/Grande-Historia-Surf-Brasileiro/dp/6586223776