quarta-feira, 13 de novembro de 2013

TRIPLE CROWN 2013

O Maior Espetáculo da Terra

A Copa do Mundo de futebol (e todo seu público planetário) que me perdoem, mas em termos de campeonatos esportivos, nada se compara à HAWAIIAN TRIPLE CROWN OF SURFING. Posso ser suspeito para falar, minha vida é o surf, mas também destaco que adoro a COPA FIFA e assisto a todos os jogos que consigo, mesmo que o Brasil não esteja envolvido, é um belíssimo espetáculo. Os jogadores “dão a vida ali” pois é um evento decisivo, principalmente na fase de mata-mata. É vencer ou vencer. Escrevo este texto assistindo Uruguai e Jordânia buscando uma vaga na repescagem da Copa do Brasil. A tensão toma conta do estádio em Amã.


A Tríplice Coroa Havaiana também tem este aspecto, pois é a reta final para o título mundial e para as classificações, ou desclassificações, visando a elite na próxima temporada. A cada nova Hawaiian Triple Crown sempre surgem heróis da ocasião, como foi a história do havaiano Sebastian Zietz em 2012. Raoni Monteiro há alguns anos. O Billabong Pipeline Masters especificamente é um evento dramático. Tive o prazer de assistir a mais de uma dezena deles trocando ângulos das areias Off-The-Wall até o gramado do Beach Park.
Um dos mais espetaculares foi o de 1995. Eu estava lá quando Rob Machado e Kelly Slater trocaram o HIGH 5 em meio a uma bateria. Machado, amigo de Kelly, nem tinha ideia dos jogos mentais do megacampeão que estava indo para (apenas) o seu terceiro título mundial. Ondas perfeitas e um verdadeiro festival de notas 10. Depois da semi entre Rob e Kelly a final contra Occy e a participação atirada dos brasileiros Pedro Muller, Binho Nunes, Guilherme Herdy e Peterson Rosa, em ondas pesadas, tomou um segundo plano.

CAPA DA HARDCORE DE FEVEREIRO DE 1996. FIZ A COBERTURA PARA ESTA TRIPLE CROWN EM PARCERIA COM OS FOTÓGRAFOS TONY FLEURY E JAMES THISTED. TONY TEVE A FELICIDADE DE PEGAR ESTE MOMENT FLAGRADO SEGUNDOS ANTES DO “HIGH 5”. HISTÓRICO!!!

O campeonato de Pipeline é a principal joia da coroa e sempre traz apresentações fantásticas, com ou sem swell gigante. Mas Hawaii é Hawaii e lá sempre bomba. O campeonato de Haleiwa – Reef Hawaiian Pro está começando hoje e a previsão é de uma bela ondulação. Para fechar esta postagem relembro meu primeiro contato com um evento havaiano, foi na temporada 76\77 e a World Cup foi a última competição daquela temporada, realizada no início de 77. Cheguei às Ilhas no final de 1976 e o Pipe Masters que Pepê Lopes participou da finalíssima já havia rolado, não vi. Mas nunca esqueci da decisão da Lancers World Cup em Haleiwa, mar subindo... Ondas enormes. Waimea estava quebrando nesse dia.
Foi um embate clássico entre três australianos e três havaianos, os australianos levaram vantagem. Ian Cairns, venceu com PT em segundo. Peter Townend sagrou-se o primeiro campeão do Circuito Mundial (IPS) na época. Com a vitória de Mark Warren no Smirnoff, em Sunset, no início daquela temporada, os três formaram os Bronzed Aussies. Independente da bravura dos australianos, o que me chamou a atenção nesta final foi a estratégia e escolha de ondas de Eddie Aikau, que sumia lá no outside e quando entrava a maior onda da série, lá estava ele, um pontinho na crista da onda que vinha do horizonte. Nesta época eu era mais ligado no free surf, mas assistir a um campeonato como esse sempre marca quem aprecia o surf de primeira linha.


RESULTADOS DO CAMPEONATO DE 1976 EXTRAÍDOS DO
EXCELENTE BANCO DE DADOS ORGANIZADO POR: GUSTAVO CABRAL VAZ


A Tríplice Coroa de 2013 está apenas começando e com certeza teremos grandes emoções e novos heróis que serão forjados nas ondas desta temporada. Nos anos 70, ou você estava lá, ou esperava a Surfer e a Surfing chegarem com meses de defasagem. Hoje, ligamos o micro e temos direito a replays de diversos ângulos no conforto da poltrona, aqui no Brasil. Sinal dos tempos. Mas dentro d’água, duelando com as ondas do North Shore, a sensação sempre será de pura adrenalina.

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