DNA do surf
Neste dia 15 de agosto iniciou o
período de espera do BILLABONG PRO TEAHUPOO 2014, com certeza o evento de maior
adrenalina concentrada no WCT da ASP.
Ondas grandes e desafiadoras são
esperadas para a etapa deste ano, embora não sejam da magnitude do swell CODE
RED de 2011... O bicho vai pegar.
IMAGEM DO FOTÓGRAFO BRIAN BIELMANN, RETIRADA DO SITE SURFLINE,
COM UM APANHADO DE MOMENTOS QUE ESTE GRANDE FOTÓGRAFO CAPTUROU NO TAHITI,
INCLUSIVE COM UMA BELA FOTO DO BRASILEIRO EVERALDO “PATO” TEIXEIRA, QUE JÁ
DEIXA SEU DNA DE SURFISTA REGISTRADO NA FILHA: BELINHA NALU.
ACHO INTERESSANTE TRADUZIR A LEGENDA QUE O PRÓPRIO BRIAN FEZ
DESTA IMAGEM:
“NATHAN FLETCHER. O QUE
EU POSSO DIZER? A ONDA MAIS LOUCA QUE UM SER HUMANO JÁ SURFOU – E DE LONGE A
MELHOR FOTO QUE JÁ TIREI EM MINHA VIDA. É COMO SE A BARRA FOSSE ELEVADA A UM
NÍVEL TÃO ALTO, QUE AGORA ALGUÉM VAI TER QUE SUPERAR ISSO? SERÁ QUE É POSSÍVEL?
ATÉ QUE PONTO PODERÁ CHEGAR O SURF TOW-IN? A LUGAR NENHUM, ATÉ QUE ALGUM
SURFISTA PEGUE UMA ONDA MAIS INSANA DO QUE ESTA.”
Brian é um grande amigo meu, mora há
anos no North Shore, sempre fotografou os surfistas brasileiros nas ILHAS.
Quando eu trabalhava pela Fluir e depois pela Hardcore, sempre trouxe para o
Brasil diversas cartelas de cromos de fotos dele das temporadas havaianas. No
final de minha estadia da cobertura havaiana eu ia até a casa dele, que me
munia de uma lupa, uma mesa de luz e uma cerveja, para escolher os slides que
desejasse. Já haviam cartelas selecionadas com brasileiros. Algumas geraram
capas de revistas aqui, páginas duplas maravilhosas.
Mas esta foto do surfista Nathan
Fletcher me traz para uma nova reflexão, que envolve a história do surf brasileiro,
nossa trajetória no mundo do surf, a constatação da importância do DNA do surf
e o entendimento que neste quesito sempre estaremos passos atrás de havaianos,
californianos e australianos.
Nathan Fletcher vem de uma família
tradicional do surf, dos Fletcher, misturados aos Hoffman, californianos
pioneiros no Hawaii. Os filhos de Herbie Fletcher: Christian e Nathan, sempre
tiveram a vida ao redor do oceano. Herbie, criou a Astrodeck, a primeira grande empresa de anti-derrapantes, foi dos primeiros a se arriscar com um jet ski, no North Shore, até puxando Martin Potter em algumas ondas, antes de inventarem o tow-in. A tia deles por parte de mãe, Joyce Hoffman, foi bicampeã mundial de surf em 1965\66).
Christian ficou mais famoso primeiro, ao se
transformar em um dos maiores expoentes da primeira geração de aerialistas, no
final dos anos 80. Nathan ganhou notoriedade como big rider. Ambos são naturais
do mar. Uma linhagem de watermen.
Aqui no Brasil, dentro de nossa
evolução natural, já começamos a vislumbrar estas linhagens hereditárias, como
o tube rider \ freesurfer (que já flertou com as competições) Eric de Souza,
filho do Rico; os filhos de Picuruta Salazar, campeões; no Sul a família Johannpeter
já chega até a terceira geração, com netos surfistas; e para pegar apenas dois
exemplos do nordeste podemos pinçar Ian Gouveia, o filho de Fabinho, nascido em
Recife e a família baiana com Lapo Coutinho (juiz) e agora seu filho big rider,
Lapinho; também as filhas de Jorge Pacelli e Flávia Boturão: Alana e Nicole...
Estes são apenas alguns poucos exemplos de um processo muito mais
abrangente. Esse desdobramento por gerações, que
o Brasil começa a encarar agora, um pouco defasado em relação às nações
pioneiras do surf, vai se diluir na esteira da história.
Todas estas vertentes e seu impacto
na evolução do surf de nosso país, estarão documentados no livro “A GRANDE
HISTÓRIA DO SURF BRASILEIRO”, previsto para ser lançado em 2015.
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