MOMENTOS MARCANTES
Um novo
enfoque para o Blogo do Livro
A partir
desta postagem voltarei a dar uma reativada mais contínua neste blog, visando
viabilizar os VOLUMES 2, 3, 4 e 5 da obra “A Grande História do Surf
Brasileiro”, uma coleção que já tem o primeiro livro disponível. Para
adquirir basta pesquisar na internet.
UMA COLEÇÃO RESPALDADA POR PROFUNDA
PESQUISA
Aqui ao lado
neste blog vocês encontram os logos dos patrocinadores que acreditaram neste
projeto desde que foi lançado, há mais de uma década. Ainda estarei produzindo mais
de 400 páginas. As mais representativas fotografias de cada fase dessa história
serão selecionadas e o trabalho de arte para compor cada página será montado pelo
experiente Fernando Mesquita, meu grande parceiro neste projeto. Ao todo serão 5
VOLUMES cada um deles com 132 páginas.
MISSÃO
Assumi como
minha missão compilar o maior número de informações sobre a história do surf no
Brasil, que se mescla com a história do esporte e estilo de vida em termos
globais. Uma aventura vivida por uma pequena tribo de visionários que começou a
se expandir pelas praias do mundo a partir dos anos 1960. Detalhes de passagens
incríveis e momentos transformadores pretendo relatar em meu projeto
multimídia, que envolve este blog, os livros, meu Facebook, Instagram e
brevemente o lançamento de um Podcast para contar e deixar disponível no
Youtube incríveis registros da trajetória do surf com suas ondas e seus
protagonistas.
A partir de
2024 voltarei com força total para concretizar este projeto. Além dos livros,
não deixem de navegar pelas mais de 100 postagens deste blog, com muitas e
diversas informações históricas. Sempre misturando minha experiência e
vivências pessoais com mais de 50 anos de envolvimento com surf, através de
pesquisas, entrevistas, garimpagens e dicas que tenho o prazer de dividir com
as gerações que vêm...
AS BAFORADAS DO DRAGÃO
Neste
espírito, passarei a indicar (ao final de cada postagem deste BLOG do LIVRO),
música, leitura e filmes com o carimbo de aprovação do “Dragão”:
UM DISCO
UM LIVRO
UM FILME
Ao final
deste post um LINK para assistir ao filme ENDLESS SUMMER – ALEGRIA DE VERÃO no
Youtube – e por tabela ouvir a maravilhosa trilha sonora.
UM DISCO – TRILHA SONORA DE ENDLESS SUMMER – The Sandals
Os acordes quase
que hipnóticos da trilha sonora do filme que (basicamente) definiu o que seria
o estilo de vida de um surfista – sair viajando ao redor do mundo em busca de
ondas perfeitas – sempre atiçaram os ouvidos dos surfistas. O álbum é uma
mistura das guitarras havaianas com o que foi denominado de “surf guitar”, não
só com a música tema, mas com toda trilha sonora, produzida originalmente para o
sétimo filme do lendário Bruce Brown.
Os Sandals,
ou Os Sandálias, é um grupo formado na Califórnia em 1962. Uma de suas maiores
influências foi o famoso grupo de surf music The Ventures. Em 1964 eles
compuseram o Endless Summer Theme, a música tema para o filme. O álbum com a
trilha sonora (a capa exibida acima) foi lançado em 1966, após o sucesso estrondoso
do filme, não só nos EUA, mas pelo mundo afora. A música tema, que abre e fecha
o filme, sempre traz para a memória dos surfistas a inesquecível viagem de Mike
e Robert para este brilhante documentário.
UM LIVRO – THE HISTORY OF SURFING – Nat Young
Este foi o
primeiro grande livro relatando a história do surf de uma forma abrangente e
cronológica. A edição original foi escrita em 1983, com uma reedição em 1994 e
mais recentemente uma edição revisada.
AS CAPAS DO LIVRO DE NAT YOUNG
Aproveito
esta oportunidade para relatar algumas informações sobre o notório campeão
mundial australiano e sua ligação com o Brasil.
A primeira
vez que ouvi falar dele foi ao assistir o filme Endless Summer, Nat era um
talentoso garoto de 16 anos que viajava pela Austrália com o surfista inglês
Rodney Sumpter, em filmagens de 1963 para 64. Quando assisti o filme em 1967
Nat já era consagrado como o Campeão Mundial de 1966, ao vencer um evento realizado em
San Diego na Califórnia no que era conhecido como World Contest, ainda amador.
O profissionalismo no surf nasceria na década seguinte. Quando comecei a
colecionar revistas de surf, a partir de 1969, Nat Young era uma das grandes
estrelas das revistas.
CAPA DA SURFER MAGAZINE VOL. 10 N. 3
DE 1970
NAT YOUNG SURFANDO NO HAWAII
Em 1988 Nat
viajou pela primeira vez ao Brasil e participou do Sundek Classic daquele ano,
realizado em Itamambuca. O circuito mundial de longboard havia sido inaugurado
em 1986, tendo Nat como o primeiro campeão após o retorno da modalidade (20
anos após seu título de 1966 com uma prancha 9’6” apelidada Magic Sam). Nat
Young não venceu o evento no Brasil, que também foi uma etapa da ASP, mas venceria o tour naquele ano. Em
uma entrevista dada em 1988 na praia em Ubatuba declarou: “Vejo aqui no Brasil todos
os ingredientes para que uma grande nação do surf emerja”.
VISIONÁRIO –
já sabíamos disso, só imaginávamos que seria mais rápido. Levou mais 26 anos para
o primeiro título de Gabriel Medina. Um pouco menos para nosso primeiro título
da ASP no pranchão, com Phil Rajzman em 2007, na França.
Ainda com
foco no longboard e no circuito mundial que crescia, uma das maiores
rivalidades no final dos anos 1980 e início da década de 1990, ocorreu entre
Nat Young e nosso campeoníssimo Picuruta Salazar. Os dois trocavam performances
impressionantes e farpas, na água e fora dela. Picuruta nunca conseguiu este
título da ASP, embora seja (disparado) o surfista que mais subiu ao topo do pódio
em todo o planeta do surf competitivo. Nat teve cinco títulos mundiais: 1966 (ISA),
1986, 88, 89 e 1990 (ASP). Picuruta acabou sendo campeão mundial pela ISA em 1998
em Portugal e teve diversos vices mundiais pela ASP.
NA SEGUNDA EDIÇÃO DO LIVRO DE NAT YOUNG
HÁ DESTAQUE PARA O BRASIL
Na página
dupla acima a legenda da fotografia no topo à esquerda diz que o surf profissional é bastante
popular no Brasil. No capítulo seguinte, que tem o título Changing of the Guard
(Troca da Guarda), há uma foto de Teco Padaratz, destacado como um de nossos
favoritos nos anos 1990. No meio dos anos 90 tive a oportunidade de gravar uma
fita K7 com entrevista realizada no Hawaii e publicada na revista Hardcore. Nat
se considerava um “tribal elder” (ancião da tribo). Até hoje é, e continua
publicando livros com interessantes reflexões sobre a história do esporte. Sua
autobiografia “Nat’s Nat and That’s That: A Surfing Legend” poderá ser
recomendada aqui neste blog futuramente, com os devidos comentários.
UM FILME – ENDLESS SUMMER – Bruce Brown
Falar sobre
o filme Alegria de Verão é uma grande alegria para mim. Foi por causa dele, por
assistir o filme em um cinema da capital paulista, que decidi o que queria
fazer da minha vida, aos 10 anos de idade. Comecei a surfar, pra valer, com 12
quando ganhei minha primeira prancha, um pranchão Glaspac em 1969. Minha
primeira sessão do filme, no Cine Rio, no Conjunto Nacional, na Avenida
Paulista, foi marcante, não esqueço. Cheguei no meio de uma sessão, acompanhado
pela cozinheira portuguesa de minha mãe, que nos largou lá. Quando chegou no
ponto que as cenas começaram a se repetir, ela manifestou interesse de ir
embora. Falei: “Vamos ver até o final”. Ao acabar essa outra sessão completa e
naquela época ninguém tirava você do cinema de uma sessão para outra, quase
provoquei um ataque nela, ao bater pé firme e falar que gostaria de assistir
mais uma vez. E assim foi. Duas sessões e meia. E minha vida mudou ali.
Endless
Summer foi, sem sombra de dúvidas, o filme que mais vezes assisti em minha vida.
Perto de uma dúzia de matinês no Cine Praiano, no Guarujá. E dava para pegar um
final de tarde após sair do cinema no verão. Aqui no Brasil com a espetacular
narrativa do locutor alagoano Luiz Jatobá. Bruce Brown, quando iniciou com seus
filmes, ainda no final dos anos 1950, montava seu projetor nos teatros das
escolas e fazia a narração ao vivo enquanto o filme ia passando. Quando Endless
Summer partiu para o circuito de cinemas oficial, foi produzida uma trilha e
áudio profissionais.
Para quem
não assistiu ainda e ama o surf, é imprescindível. Durante décadas e décadas...
Nenhum outro filme suplantou este como o meu favorito. Talvez hoje obras como A
Deeper Shade Of Blue, de Jack McCoy e Riding Giants de Stacy
Peralta, podem fazer frente, mas ainda mantenho minhas dúvidas. Esses filmes
também poderão figurar aqui futuramente, mas vou ficando por aqui.
Breve, mais
histórias, indicações e ilustrações.
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