sexta-feira, 24 de novembro de 2023

MOMENTOS MARCANTES

Um novo enfoque para o Blogo do Livro

A partir desta postagem voltarei a dar uma reativada mais contínua neste blog, visando viabilizar os VOLUMES 2, 3, 4 e 5 da obra “A Grande História do Surf Brasileiro”, uma coleção que já tem o primeiro livro disponível. Para adquirir basta pesquisar na internet.

UMA COLEÇÃO RESPALDADA POR PROFUNDA PESQUISA

Aqui ao lado neste blog vocês encontram os logos dos patrocinadores que acreditaram neste projeto desde que foi lançado, há mais de uma década. Ainda estarei produzindo mais de 400 páginas. As mais representativas fotografias de cada fase dessa história serão selecionadas e o trabalho de arte para compor cada página será montado pelo experiente Fernando Mesquita, meu grande parceiro neste projeto. Ao todo serão 5 VOLUMES cada um deles com 132 páginas.

MISSÃO

Assumi como minha missão compilar o maior número de informações sobre a história do surf no Brasil, que se mescla com a história do esporte e estilo de vida em termos globais. Uma aventura vivida por uma pequena tribo de visionários que começou a se expandir pelas praias do mundo a partir dos anos 1960. Detalhes de passagens incríveis e momentos transformadores pretendo relatar em meu projeto multimídia, que envolve este blog, os livros, meu Facebook, Instagram e brevemente o lançamento de um Podcast para contar e deixar disponível no Youtube incríveis registros da trajetória do surf com suas ondas e seus protagonistas.

A partir de 2024 voltarei com força total para concretizar este projeto. Além dos livros, não deixem de navegar pelas mais de 100 postagens deste blog, com muitas e diversas informações históricas. Sempre misturando minha experiência e vivências pessoais com mais de 50 anos de envolvimento com surf, através de pesquisas, entrevistas, garimpagens e dicas que tenho o prazer de dividir com as gerações que vêm...

 

AS BAFORADAS DO DRAGÃO

Neste espírito, passarei a indicar (ao final de cada postagem deste BLOG do LIVRO), música, leitura e filmes com o carimbo de aprovação do “Dragão”:

 

UM DISCO


 

UM LIVRO

 


UM FILME

 

PÁGINA DE TEXTO QUE FIZ PARA A ALMA SURF NOS ANOS 2000

Ao final deste post um LINK para assistir ao filme ENDLESS SUMMER – ALEGRIA DE VERÃO no Youtube – e por tabela ouvir a maravilhosa trilha sonora.

 

UM DISCO – TRILHA SONORA DE ENDLESS SUMMER – The Sandals

Os acordes quase que hipnóticos da trilha sonora do filme que (basicamente) definiu o que seria o estilo de vida de um surfista – sair viajando ao redor do mundo em busca de ondas perfeitas – sempre atiçaram os ouvidos dos surfistas. O álbum é uma mistura das guitarras havaianas com o que foi denominado de “surf guitar”, não só com a música tema, mas com toda trilha sonora, produzida originalmente para o sétimo filme do lendário Bruce Brown.

Os Sandals, ou Os Sandálias, é um grupo formado na Califórnia em 1962. Uma de suas maiores influências foi o famoso grupo de surf music The Ventures. Em 1964 eles compuseram o Endless Summer Theme, a música tema para o filme. O álbum com a trilha sonora (a capa exibida acima) foi lançado em 1966, após o sucesso estrondoso do filme, não só nos EUA, mas pelo mundo afora. A música tema, que abre e fecha o filme, sempre traz para a memória dos surfistas a inesquecível viagem de Mike e Robert para este brilhante documentário.

 

UM LIVRO – THE HISTORY OF SURFING – Nat Young

Este foi o primeiro grande livro relatando a história do surf de uma forma abrangente e cronológica. A edição original foi escrita em 1983, com uma reedição em 1994 e mais recentemente uma edição revisada.

 

AS CAPAS DO LIVRO DE NAT YOUNG

Aproveito esta oportunidade para relatar algumas informações sobre o notório campeão mundial australiano e sua ligação com o Brasil.

A primeira vez que ouvi falar dele foi ao assistir o filme Endless Summer, Nat era um talentoso garoto de 16 anos que viajava pela Austrália com o surfista inglês Rodney Sumpter, em filmagens de 1963 para 64. Quando assisti o filme em 1967 Nat já era consagrado como o Campeão Mundial de 1966, ao vencer um evento realizado em San Diego na Califórnia no que era conhecido como World Contest, ainda amador. O profissionalismo no surf nasceria na década seguinte. Quando comecei a colecionar revistas de surf, a partir de 1969, Nat Young era uma das grandes estrelas das revistas.

 

CAPA DA SURFER MAGAZINE VOL. 10 N. 3 DE 1970

NAT YOUNG SURFANDO NO HAWAII

Em 1988 Nat viajou pela primeira vez ao Brasil e participou do Sundek Classic daquele ano, realizado em Itamambuca. O circuito mundial de longboard havia sido inaugurado em 1986, tendo Nat como o primeiro campeão após o retorno da modalidade (20 anos após seu título de 1966 com uma prancha 9’6” apelidada Magic Sam). Nat Young não venceu o evento no Brasil, que também foi uma etapa da ASP, mas venceria o tour naquele ano. Em uma entrevista dada em 1988 na praia em Ubatuba declarou: “Vejo aqui no Brasil todos os ingredientes para que uma grande nação do surf emerja”.

VISIONÁRIO – já sabíamos disso, só imaginávamos que seria mais rápido. Levou mais 26 anos para o primeiro título de Gabriel Medina. Um pouco menos para nosso primeiro título da ASP no pranchão, com Phil Rajzman em 2007, na França.

Ainda com foco no longboard e no circuito mundial que crescia, uma das maiores rivalidades no final dos anos 1980 e início da década de 1990, ocorreu entre Nat Young e nosso campeoníssimo Picuruta Salazar. Os dois trocavam performances impressionantes e farpas, na água e fora dela. Picuruta nunca conseguiu este título da ASP, embora seja (disparado) o surfista que mais subiu ao topo do pódio em todo o planeta do surf competitivo. Nat teve cinco títulos mundiais: 1966 (ISA), 1986, 88, 89 e 1990 (ASP). Picuruta acabou sendo campeão mundial pela ISA em 1998 em Portugal e teve diversos vices mundiais pela ASP.

NA SEGUNDA EDIÇÃO DO LIVRO DE NAT YOUNG

HÁ DESTAQUE PARA O BRASIL

Na página dupla acima a legenda da fotografia no topo à esquerda diz que o surf profissional é bastante popular no Brasil. No capítulo seguinte, que tem o título Changing of the Guard (Troca da Guarda), há uma foto de Teco Padaratz, destacado como um de nossos favoritos nos anos 1990. No meio dos anos 90 tive a oportunidade de gravar uma fita K7 com entrevista realizada no Hawaii e publicada na revista Hardcore. Nat se considerava um “tribal elder” (ancião da tribo). Até hoje é, e continua publicando livros com interessantes reflexões sobre a história do esporte. Sua autobiografia “Nat’s Nat and That’s That: A Surfing Legend” poderá ser recomendada aqui neste blog futuramente, com os devidos comentários.

 

 

UM FILME – ENDLESS SUMMER – Bruce Brown

Falar sobre o filme Alegria de Verão é uma grande alegria para mim. Foi por causa dele, por assistir o filme em um cinema da capital paulista, que decidi o que queria fazer da minha vida, aos 10 anos de idade. Comecei a surfar, pra valer, com 12 quando ganhei minha primeira prancha, um pranchão Glaspac em 1969. Minha primeira sessão do filme, no Cine Rio, no Conjunto Nacional, na Avenida Paulista, foi marcante, não esqueço. Cheguei no meio de uma sessão, acompanhado pela cozinheira portuguesa de minha mãe, que nos largou lá. Quando chegou no ponto que as cenas começaram a se repetir, ela manifestou interesse de ir embora. Falei: “Vamos ver até o final”. Ao acabar essa outra sessão completa e naquela época ninguém tirava você do cinema de uma sessão para outra, quase provoquei um ataque nela, ao bater pé firme e falar que gostaria de assistir mais uma vez. E assim foi. Duas sessões e meia. E minha vida mudou ali.



Endless Summer foi, sem sombra de dúvidas, o filme que mais vezes assisti em minha vida. Perto de uma dúzia de matinês no Cine Praiano, no Guarujá. E dava para pegar um final de tarde após sair do cinema no verão. Aqui no Brasil com a espetacular narrativa do locutor alagoano Luiz Jatobá. Bruce Brown, quando iniciou com seus filmes, ainda no final dos anos 1950, montava seu projetor nos teatros das escolas e fazia a narração ao vivo enquanto o filme ia passando. Quando Endless Summer partiu para o circuito de cinemas oficial, foi produzida uma trilha e áudio profissionais.

Para quem não assistiu ainda e ama o surf, é imprescindível. Durante décadas e décadas... Nenhum outro filme suplantou este como o meu favorito. Talvez hoje obras como A Deeper Shade Of Blue, de Jack McCoy e Riding Giants de Stacy Peralta, podem fazer frente, mas ainda mantenho minhas dúvidas. Esses filmes também poderão figurar aqui futuramente, mas vou ficando por aqui.

Breve, mais histórias, indicações e ilustrações.

ASSISTAM:  

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